terça-feira, 28 de outubro de 2025

Trump considera Bolsonaro um 'loser' e investe em Lula, por Alvaro Costa e Silva

Folha de S. Paulo

Firmada na Malásia, relação entre os dois presidentes nunca esteve melhor

Oposição golpista não desiste e quer intervenção ou invasão dos EUA

Quem fez o relato, publicado na Folha, foi o sociólogo Valdinei Ferreira. Em setembro, durante o culto de aniversário do pastor Silas Malafaia, um apóstolo da Igreja Cara de Leão revelou a boa nova: o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, invadirá o Brasil.

Baseada no Livro de Daniel, do Antigo Testamento, a profecia se tornará realidade, segundo o apóstolo, porque "há um momento em que Deus diz basta". Dias antes, o Supremo havia condenado Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão no julgamento do golpe de Estado de 2022/2023.

O palanque político disfarçado de culto demonstra como religiosos de extrema direita, não só brasileiros como estrangeiros em visita de pregação ao país, manipulam a Bíblia. Com as presenças do governador Cláudio Castro e do prefeito Eduardo Paes (que aproveitou para dizer que "mexeu com Malafaia, mexeu comigo"), durou quatro horas, com muitas menções aos embates mundanos do pastor —um golpista de primeira hora, espécie de Rasputin de Bolsonaro, que vive a cuspir perdigotos de ódio.

As ameaças e movimentações militares dos EUA na América Latina, com o envio do USS Gerald R. Ford, maior porta-aviões do mundo, para o Caribe e a disposição de derrubar Maduro, o ditador da Venezuela, a qualquer custo, com risco para a população inocente, coincidem com a ruína de Bolsonaro, cujo cumprimento da pena em regime fechado deverá começar em novembro. Um completo loser, categoria abominada por Trump —que, não por acaso, andou curtindo a "petroquímica" com Lula em Kuala Lumpur.

O bolsonarismo tentou todas —anistia antes e depois da condenação, redução de pena, tarifaço, motim no Congresso, PEC da Blindagem, fim da Ficha Limpa— e fracassou. Agora entra no modo delírio. Como último recurso a animar a seita nas redes, resta o oráculo da invasão ou da intervenção norte-americana.

Daí o tuíte do senador Flávio, filho 01, sugerindo o bombardeio de embarcações brasileiras na baía de Guanabara. Um ataque desejado por aqueles que chamam o Brasil de Bostil.

 

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