"Pergunte para ele", limitou-se a dizer petista, sobre as acusações feitas pelo operador do mensalão
Priscila Guilayn
MADRI - "Pergunte para ele". Assim o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à pergunta se considerava que o operador do mensalão, Marcos Valério, estava mentindo ao declarar que ele sabia do que ocorria e teve contas pessoais pagas pelo esquema criminoso. Foi a única frase dita por Lula em Barcelona, onde, ontem, criticou as políticas de austeridade.
Em seu discurso, ao receber o 24º Prêmio Internacional Catalunha das mãos do presidente da comunidade autônoma, Artur Mas, "por sua luta implacável contra a pobreza e pela transformação de um país do Terceiro Mundo em uma sociedade mais justa e em uma potência emergente", Lula disse que nunca imaginou ver a Europa unida depois da Segunda Guerra Mundial, mas que "há defeitos na União Europeia":
- Os defeitos não podem levar nenhum político ao desespero de querer jogar fora tudo o que vocês construíram. Nós estamos lutando para conquistar (o Estado de Bem-Estar Social) e vocês têm que lutar para não perder. Precisamos parar de discutir crise e começar a discutir soluções. Nestes últimos quatro anos, 9 trilhões de dólares foram colocados à disposição para salvar um sistema financeiro irresponsável. Pergunto quantos trilhões foram colocados para gerar e proteger os postos de trabalho dos europeus? - disse Lula, que voou de Barcelona a São Paulo no avião privado de empresários de Doha, segundo informações de sua assessoria.
Lula não falou sobre seus planos para 2014, mas afirmou que há várias formas de fazer política e que o seu papel, agora, é "pregar que o desenvolvimento de um país deve representar a prosperidade de todos os seus cidadãos".
- Encerrados os dois mandatos eletivos de presidente, continuo na vida política porque tenho uma crença profunda na humanidade e na capacidade dos homens e das mulheres em lutar pela justiça-- disse Lula, que almoçou com o socialista Felipe González, ex-presidente do governo espanhol.
Fonte: O Globo
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