Em congresso do partido, pré-candidato criticou atraso nas obras da Copa e fala em ‘distância do Nordeste’
Efrém Ribeiro - O Globo
TERESINA (PI) e TIMON (MA) — O pré-candidato Eduardo Campos (PSB-PE) desembarcou na noite deste sábado na capital Teresina, após uma visita à Manaus, e fez duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff nos aspectos políticos, econômicos, e também pela provável crise energética pela qual o país está passando.
O primeiro ponto abordado em Teresina foi a repercussão da crise na Petrobras. Ele afirmou que a Polícia Federal já prendeu dirigentes da companhia, e que é preciso tranquilidade para esperar as investigações e o julgamento. Sua maior preocupação, afirma, está relacionada com o setor elétrico. Para o ex-governador, o governo Dilma está postergando o reajuste das tarifas de energia elétrica para depois das eleições.
— Não sou eu que vou julgar absolutamente ninguém. A minha preocupação com a Petrobras é olhar o setor elétrico. O Brasil está com um problema sério na área de energia, está se postergando o reajuste de tarifa de energia para depois das eleições. (...) Para crescer, o Brasil precisa de energia, e nós estamos sem. — disse o pré-candidato em entrevista coletiva na capital piauiense, acompanhado do prefeito da cidade, Firmino Filho.
O candidato citou, como exemplo da crise no setor elétrico brasileiro a própria empresa de distribuição de energia do Piauí, que é federalizada e tem insuficiência na prestação de serviços no estado. Campos afirma que o Brasil precisa voltar a crescer economicamente.
— Temos que voltar a crescer e baixar os juros. O que está acontecendo hoje é que nós temos o menor crescimento da economia brasileira. Estamos com o juros entre os maiores do mundo.
Em Timon, no Maranhão, Campos discursou para cerca de 2 mil pessoas em um Centro de Convenções, durante o Congresso Estadual do partido, presidido pelo prefeito da cidade, Luciano Leitoa. No congresso discursaram o candidato do PC do B ao Governo do Maranhão, Flávio Dino, e candidatos a deputado federal, deputado estadual e ao Senado, além de Firmino Filho e Wilson Martins.
Eduardo Campos fez declarações acusando a presidente Dilma Rousseff de deixar obras pela metade no país, como a ferrovia Transnordestina, importante para o desenvolvimento da região.
Crítica as obras da Copa e ‘distância do Nordeste’
A menos de dois meses da Copa do Mundo, Eduardo Campos disse que vai esperar para saber se os aeroportos brasileiros funcionarão durante o evento. O candidato acredita que algumas obras fiquem pela metade.
— Eu torço para que as obras fiquem prontas, mas, só de olhar dá para perceber que não terminarão tão cedo — disse o candidato, que criticou a postura do governo Dilma com o Nordeste brasileiro.
— A presidente Dilma não fez pelo Nordeste o que tinha prometido fazer. O Brasil está no caminho errado, perdendo oportunidades e, com isso, começa a sofrer as consequências deste caminho, o que marcou uma decadência da nossa agropecuária — disse o candidato, afirmando que na região Norte o problema é o mesmo.
— O grupo político que hoje está dominando a capital federal não está tem mais a confiança do povo brasileiro, e não consegue mais fazer com que Brasil funcione da forma como funcionou num passado recente. Nós precisamos honrar a economia brasileira e fazer com que o Nordeste ajude as prefeituras que estão aí desamparadas. Os estados nordestino só conseguiram fazer obras com o dinheiro emprestado.
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