Pedetista e petista estão empatados, no limite da margem de erro, com Alckmin, que está com 9%; Marina cai para 8%
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) continua liderando a corrida eleitoral, com 26% das intenções de voto, segundo pesquisa do Datafolha divulgada ontem. Sem fazer campanha desde que levou uma facada, há mais de uma semana, ele tem dois pontos percentuais a mais que no levantamento anterior, publicado dia 10. Lançado oficialmente no dia 11, Fernando Haddad, do PT, subiu quatro pontos e chegou a 13%, o mesmo índice de Ciro Gomes, do PDT. Geraldo Alckmin, do PSDB, perdeu um ponto e tem 9%. Marina Silva, da Rede, caiu três pontos, de 11% para 8%. Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) têm 3% cada. Entre os cinco principais, a maior rejeição é a de Bolsonaro (44%), e a menor, a de Ciro (21%).
Bolsonaro segue líder, e Haddad sobe
Petista cresce quatro pontos e alcança Ciro; em queda, Marina se descola
Miguel Caballero e Marco Grillo | O Globo
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, permanece na frente da corrida pelo Palácio do Planalto, agora com 26% das intenções de voto, segundo a pesquisa Datafolha divulgada ontem. O presidenciável, que segue internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e está há mais de uma semana sem fazer campanha, oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro, na comparação com o levantamento divulgado no início da semana. Em segundo lugar, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) estão empatados, ambos com 13% —o pedetista se manteve estável, enquanto o petista subiu quatro pontos percentuais, o único candidato a crescer além da margem de erro. A dupla está tecnicamente empatada, no limite da margem, com Geraldo Alckmin, que oscilou um ponto para baixo e aparece com 9%. Marina Silva (Rede) caiu três pontos e tem 8%, em empate técnico com o tucano.
A leitura das três pesquisas Datafolha divulgadas após o início da campanha eleitoral projeta perspectivas distintas para os candidatos do bloco da frente. Bolsonaro vem consolidando sua posição de liderança: na primeira pesquisa da série, divulgada no fim de agosto, a distância dele para a segunda colocada, então Marina, era de seis pontos percentuais (22% a 16%) — agora é de treze pontos para os dois adversários que vêm em seguida, Ciro e Haddad (26% a 13%). O petista, por sua vez, está em trajetória acelerada de ascensão e triplicou o desempenho em três semanas: tinha 4% em 22 de agosto, passou para 9% em 10 de setembro e agora tem 13%. Com a subida, alcançou Ciro, que iniciou a série com 10% e chegou a 13% no início da semana, mesmo patamar da sondagem veiculada ontem.
Já o desempenho de Marina caiu pela metade no período: começou com 16%, foi a 11% e chegou a 8%, saindo, pelo menos momentaneamente, da briga pela vaga em aberto no segundo turno. Alckmin não conseguiu avançar: passou de 9% para 10% e voltou a 9%.
BOLSONARO: ALTA REJEIÇÃO
O cientista político Carlos Ranulfo, da UFMG, vê favoritismo de Haddad contra Ciro para ser o representante da esquerda no segundo turno. E chama atenção para a dificuldade de Alckmin se apresentar como opção de voto útil antipetista se não começar a crescer: —O Haddad está crescendo dentro do eleitorado lulista e ainda há espaço para avançar nesse segmento. O Alckmin precisa crescer em São Paulo, seu estado e onde Bolsonaro está na frente. Se ele não crescer, seu próprio discurso pelo voto útil perde credibilidade, pois quem está caindo não recebe voto útil —analisa Ranulfo.
O Datafolha também perguntou aos eleitores se o ataque a faca contra Bolsonaro, na semana passada, afetaria a decisão de voto: 98% disseram que não mudariam sua escolha por causa do episódio. Embora ainda esteja com um alto patamar de rejeição (44%, um ponto a mais que no levantamento anterior), Bolsonaro melhorou sua performance nas simulações de segundo turno. Ele ainda seria derrotado por Ciro (45% a 38%), mas reduziu a diferença de dez para sete pontos percentuais em relação à pesquisa anterior do Datafolha.
Contra Alckmin (41% a 37%) e Marina (43% a 39%), Bolsonaro aparece quatro pontos atrás, o que significa empate técnico no limite da margem de erro. Ele diminuiu a desvantagem em cinco pontos no caso do tucano e em dois contra a candidata da Rede. Numericamente, Bolsonaro aparece um ponto à frente de Haddad (41% a 40%). Na pesquisa anterior, estava em igual vantagem (39% a 38%).
Ciro é o único a vencer em todas as simulações. Já Haddad, além do empate com Bolsonaro, é superado em todos os outros cenários.
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