domingo, 4 de março de 2012

Influência de Lula pode equilibrar disputa em SP

Apenas 10% dos paulistanos apontam Haddad como o candidato do ex-presidente, hoje o principal cabo eleitoral da cidade

Mauro Paulino, Alessandro Janoni

Mais uma vez vale o eterno mantra das pesquisas eleitorais -os dados divulgados hoje pelo Datafolha compõem uma foto da intenção de voto dos paulistanos neste momento.

Os resultados refletem sobretudo a recente repercussão da pré-candidatura Serra combinada ao desconhecimento sobre a identidade do candidato apadrinhado pelo principal cabo eleitoral da cidade, o ex-presidente Lula.

Com a exposição do anúncio de sua provável candidatura, Serra subiu nove pontos percentuais em cerca de um mês, em cenário comparável com pesquisa anterior.

Nas menções espontâneas de intenção de voto, saltou de 2% para 12%.

Nas respostas espontâneas, aliás, já se nota o desconhecimento que marca por enquanto a candidatura petista.

Além da grande maioria não saber ainda em quem vai votar, o nome do PT mais citado na pergunta aberta, com 7%, é o de Marta Suplicy.

O candidato proposto por Lula e Dilma, Fernando Haddad, alcança por enquanto, nessa situação, apenas 1%.

A exemplo do que aconteceu com Dilma no início da corrida presidencial em 2010, a maior parte dos paulistanos não consegue identificar o candidato de Lula. Apenas 10% citam Haddad.

Mas o apoio do ex-presidente é tão importante assim na capital paulista? A pesquisa revela que dentre os cabos eleitorais -Kassab, Alckmin, Dilma e Lula- o petista é o que tem maior potencial de transferência de votos hoje.

Aplicando-se sobre a taxa de intenção de voto de Haddad (3% no cenário avaliado) a mesma metodologia que o Datafolha usou em 2009 para projetar os votos que Lula poderia transferir para Dilma, o petista poderia alcançar índices próximos a 40%.

Percentual parecido conseguiria Serra, somando-se sua atual intenção de voto com o potencial de transferência do apoio do governador Geraldo Alckmin.

É claro que essas projeções pressupõem a comunicação do apoio em meios de comunicação de massa. Isto só será concretizado a partir das campanhas no horário eleitoral, das séries de entrevistas e dos debates na TV.

Serra, por exemplo, precisa anular a forte reprovação por ter abandonado a prefeitura para candidatar-se ao governo, em 2006, deixando em seu lugar Kassab, atualmente com baixa popularidade. E Haddad carrega a obrigação de atender à expectativa por ser o candidato de Lula.

Aos demais candidatos de recall como Netinho, Russomano e Chalita, fica a esperança de que PT e PSDB falhem na missão de polarizar mais uma vez a disputa.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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