CASCAVEL (PR) - O pré-candidato a presidente da República Eduardo Campos (PSB) disse que o governo não pode tolerar a inflação com o argumento de gerar mais empregos. Em entrevista ao Valor em Cascavel (PR), Campos disse que ainda não foi decidido qual meta para a inflação será estipulada em seu programa de governo, mas que ela será cumprida sem recorrer a intervalos permitidos pela lei.
"Quando lançarmos a meta não é para cumprir o teto ou fazer uso da banda para afrouxar as metas, porque desse jeito você vai quebrando a confiança da sociedade", afirmou. "Não podemos ter tolerância com a inflação e achar que isso vai preservar empregos, até porque a inflação hoje, na vida sobretudo dos mais pobres, já está corroendo grande parte da renda, do crescimento real que teve ao longo dos anos." Campos participou em Cascavel de encontro com prefeitos e almoço com empresários.
Para o candidato, o Brasil está vivendo o pior cenário possível, com inflação e juros em alta e crescimento em baixa. Ele ressaltou que é preciso coordenar as políticas fiscais e monetária e resgatar a confiança no país para que o crescimento econômico seja retomado já em 2015. Segundo Campos, seu objetivo é baixar juros por meio do compromisso com o cumprimento das metas de inflação e de superávit primário.
"Juro não baixa por decreto nem por voluntarismo. Juro baixa com a coordenação de políticas macroeconômicas, que exigem uma gestão eficiente. Enquanto a gente insistir em fazer mágica para baixar os juros a gente vai ter repiques como estamos vendo agora", disse.
O ex-governador afirmou que sua primeira medida na área econômica será a redução da máquina pública, com o corte do número de ministérios pela metade. Ele ressaltou que os dirigentes das agências reguladoras serão escolhidos por "head hunters" junto ao mercado e que não haverá distribuição desses cargos entre os partidos.
Campos disse que integrantes da base aliada de Dilma Rousseff irão "descer a rampa" do Planalto caso ele vença as eleições de outubro, em entrevista à rádio CBN de Cascavel. Ele não mencionou a quais pessoas ou partidos se referia. Chamou o grupo apenas de "aquela turma". " Nós vamos subir a rampa no dia 1º de janeiro, e eles descem", afirmou.
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