Assessoria PPS e Site Aecio45
O governo de união e de mudanças que Aécio Neves (PSDB) pretende fazer no Brasil ganhou ainda mais força nesta sexta-feira, em São Paulo, quando o candidato a presidente se encontrou com a ex-ministra Marina Silva (PSB), que disputou o primeiro turno das eleições em coligação com o PPS.
Aécio agradeceu o apoio de Marina no segundo turno e reforçou o seu compromisso com propostas ligadas à sustentabilidade. "Nenhum avanço será completo sem a sustentabilidade, por isso a nossa parceria", disse, ao se dirigir a Marina.
Marina frisou que o apoio a Aécio foi possível graças ao compromisso programático "corajoso" assumido pelo candidato na carta divulgada no último sábado (11) em Recife. A ex-ministra do Meio Ambiente destacou a importância da sustentabilidade e a possibilidade de ecologia e economia andarem lado a lado. "O desenvolvimento econômico e social com proteção ambiental é essencial no Brasil", disse a ex-ministra.
Leia abaixo íntegra dos discursos:
Leia a declaração de Marina Silva em encontro com Aécio
São Paulo (SP) - 17-10-14
"Bom dia a todos e todas. Em primeiro lugar, eu quero agradecer a Deus por estarmos aqui. Quero cumprimentar, de um modo especial, ao governador e candidato a presidente da República Aécio Neves. Muito obrigada pela forma generosa com que se dirige a mim. E quero cumprimentar todos os parceiros e as parceiras que estão aqui, que são nossos colaboradores na pessoa de uma pessoa que é muito importante para mim, o senador Pedro Simon, que fez questão de estar aqui conosco nesta manhã. Senhores e senhoras da imprensa, amigos, amigas, como dizia - muitas vezes a imprensa insistia nisso -: e o segundo turno? E eu sempre dizia: o segundo turno a gente discute no segundo turno. E, de fato, honrei o que dizia, porque o segundo turno veio e, como democratas que somos, respeitamos a decisão dos brasileiros que colocou duas candidaturas no segundo turno. Não estando no segundo turno, nossos partidos que compõem a aliança que fizemos inicialmente com Eduardo Campos, e agora eu e Beto Albuquerque – que está aqui também, meu vice -, meu vice de 2010 Guilherme Leal, cumprimento aos dois e o seu vice, senador Aloysio [Nunes, vice na chapa de Aécio Neves].
Os partidos, eles fizeram uma discussão e tomaram, a sua maioria, a decisão de apoiá-lo. Desses partidos, um deles ficou neutro e respeitamos a sua posição, que é o PPL, mas o PSB, o PPS, o PHS, o PSL e o PRP tomaram a decisão de apoiá-lo. A minha enfim Rede Sustentabilidade, que é o primeiro partido a ser clandestino em plena democracia, tomou a seguinte decisão de que os militantes da Rede não se filiariam ao outro projeto que é representado pela presidente Dilma, não votariam em Dilma e que estariam liberados para votar branco, nulo e Aécio.
Uma parte de nós, após uma série de discussões e inclusive eu, tomamos a decisão de, com base no seu compromisso corajoso assumido em Pernambuco, interpretando o que está acontecendo nesse país nos últimos vinte anos e dando um salto de qualidade de que os apoios precisam ser muito mais do que pragmáticos, eles precisam ser programáticos. A sua atitude de apresentar doze anos depois uma carta-compromisso aos brasileiros de que vai recuperar os fundamentos da política macroeconômica que estão sendo terrivelmente prejudicados, com juros altos, com inflação alta, e com baixíssimo crescimento com pouco investimento no nosso país. O compromisso de que vai manter as políticas sociais e aperfeiçoá-las. Eu, inclusive, na minha fala em que declarei o meu voto e o meu apoio, a partir desses compromissos, fiz uma comparação, de que há 12 anos, o candidato presidente Lula apresentou uma carta-compromisso aos brasileiros dizendo que naquele momento em que a sociedade igualmente queria alternância de poder, queria mudança, de que ele iria apresentar novas propostas, mas queria tratar o Plano Real como uma conquista da sociedade brasileira e iria preservar. Doze anos depois você faz o mesmo gesto, diz que vai recuperar o que se perdeu no atual governo, que é a estabilidade econômica, e diz que vai manter as políticas sociais que foram ampliadas e aperfeiçoadas durante o governo do presidente Lula. A institucionalização das políticas públicas é um avanço na democracia. As políticas públicas não podem ser ‘fulanizadas’, partidarizadas, têm que ser conquistas da sociedade, do Estado, e não de um partido ou de um governo. Quando elas são de um partido ou de um governo elas são frágeis, e quando elas se transformam em conquistas do Estado e da sociedade, principalmente, são institucionalizadas, como eu vejo aqui que estava aqui no meu programa e no seu compromisso de que vai institucionalizar por meio de políticas, como o Bolsa Família. Esse é um passo relevante e significativo para que não se tenha mais os ganhos, que a sociedade a duas penas conquista, como se fosse favores.
Fiquei muito feliz, porque se de um lado já tivemos a experiência da estabilidade, a experiência da inclusão social é necessária, por tudo o que acontece no mundo e no nosso país, para integrarmos essas visões e os processos políticos com a questão da sustentabilidade. E aí o tripé estará completo: o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social, com proteção ambiental, integrando como tenho dito há mais de 18 anos, economia e ecologia numa mesma equação, completa o tripé que tanto necessitamos para um país como o Brasil.
E qual é o chão que pode dar sustentação a tudo isso? O chão do aprofundamento da democracia. Da melhor qualidade das instituições políticas, das heranças políticas e do processo político de um modo geral. Por isso que ouço com alegria a sua manifestação, candidato Aécio, de que a partir de agora você trabalha como um movimento, um movimento da mudança, da mudança que não é a mudança pela mudança, mas é a mudança qualificada, que preserva as conquistas, que encara os desafios, que não é complacente com os erros, mas que tem a humildade de compreender que algo grandioso não se faz por um grupo, por um partido, por uma pessoa. Algo que é maior do que nós e só pode ser feito por todos, e é por isso que neste momento estou aqui como parte desse movimento, de um movimento que se dá em cima de um compromisso, um compromisso que, no meu entendimento, pode ajudar a melhorar o Brasil para todos nós, e a unir o Brasil pelo bem de todos nós.
A questão da sustentabilidade, da reforma agrária, da proteção aos direitos indígenas, mantendo a prerrogativa de que o Congresso irá demarcar as terras indígenas e, ao mesmo tempo, sinalizando fortemente o compromisso com o desenvolvimento econômico e social, num país que tem lugar para o agronegócio, que tem lugar para o extrativismo, que tem lugar para a agricultura familiar, que tem lugar para o turismo e, que tem lugar e precisa ter para a ética na política, não vale tudo para ganhar uma eleição.
Eu dizia que preferia perder ganhando do que ganhar perdendo, nesse momento eu reitero e, se Deus quiser e o povo brasileiro, você haverá de ganhar ganhando.
Vou fazer uma correção, que eu falei o Congresso, é o Executivo. A prerrogativa constitucional de que é o Executivo que demarca as terras indígenas. Todo mundo conhece minha posição."
Leia a declaração de Aécio em encontro com Marina
São Paulo (SP) - 17-10-14
"Meu bom dia a todos. Quero cumprimentar, claro, minha amiga, a grande brasileira Marina Silva. Quero cumprimentar todos os companheiros e companheiras da Rede, do PSB e de outras forças aliadas e não apenas partidárias e outras forças da sociedade que estão hoje que estão aqui, juntas e misturadas, em favor do Brasil. E eu digo, sem qualquer receio, de que esse é, para mim, o momento mais importante desta caminhada. Não estamos apenas consolidando uma aliança entre candidatos ou entre partidos. Estamos nos somando em torno de um movimento. É um movimento em favor do Brasil e do Brasil democrático, justo socialmente e um Brasil que se desenvolva preservando sua sustentabilidade. Esta campanha foi uma campanha de muitas surpresas e de tragédias.
Chegamos aqui agora na reta final, praticamente uma semana das eleições, praticando aquilo que Eduardo pregava, Marina pregava e pratica. E é aquilo que eu também prego e pratico. A boa política. A construção de um projeto para o Brasil. Eu deixo de ser um candidato de uma Coligação ou mesmo de um partido político para ser hoje o representante de um grande movimento, de uma transformação que precisa ocorrer no Brasil, transformação de valores, de prioridades e de postura.
Em relação aos desafios que nós temos pela frente, eu apresentei aos brasileiros e fiz questão que isso ocorresse em Pernambuco, do governador [eleito de Pernambuco] Paulo Câmara, cuja presença aqui ao nosso lado muito me alegra. Mais bem votado entre todos os governadores eleitos no 1º turno no Brasil. Pelo simbolismo, por ser a terra de Eduardo Campos, por ser o estado de uma extraordinária tradição da boa política brasileira. Fiz questão de lá lançar um documento aos brasileiros.
Enfatizando questões que nós já tratávamos no nosso programa de governo e incorporando outras que vinham sendo tratadas com prioridade, primeiro por Eduardo, depois por Marina.
Três eixos fundamentais devem aqui ser ressaltados, pois foi em torno desses três principais eixos que nós construímos o entendimento em favor do Brasil. O primeiro diz respeito a democracias, às liberdades coletivas e individuais. A liberdade de imprensa, por exemplo. A democracia é a alavanca, é o instrumento mais valioso que nós temos para implementar as transformações que os brasileiros aguardam. Portanto, a defesa intransigente da democracia é a base de toda essa construção que juntos estamos fazendo. O segundo eixo diz respeito ao avanço das políticas sociais com a consolidação e a institucionalização daquelas que já existem e trazem benefícios para os brasileiros, mas também tratando dos seus avanços. Cito especificamente os programas de transferência de renda, que não são como podem querer fazer crer alguns, uma dádiva, um favor de um governo e de um partido político.
Eles são um direito do cidadão brasileiro e por isso mesmo eles serão mantidos e institucionalizados no nosso governo. Portanto, as contribuições que recebi da proposta e do programa de Marina foram essenciais, para que esse foco, o foco da justiça social, prevalecesse dentre tantas questões tratadas no nosso programa de governo. Incorporamos também as questões ligadas também não só à assistência social, mas à saúde, à educação e à geração de oportunidades para os brasileiros. O terceiro e fundamental eixo diz respeito ao desenvolvimento e ao desenvolvimento sustentável. É fundamental resgatarmos a capacidade de o Brasil crescer. É fundamental que nós, de novo, coloquemos ordem na economia, resgatemos a credibilidade perdida no país, para enfrentarmos com destemor e com eficiência a inflação que volta a sair de controle para que ela possa ser reduzida como propunha Marina e propomos nós, ao centro da meta, porque não há nada mais perverso com aqueles que menos têm – que é o imposto inflacionário que infelizmente este governo permitiu que voltasse a assombrar a vida dos brasileiros, sobretudo o dos brasileiros que menos tem. É preciso que, no ponto de vista da política econômica, com transparência, absoluta transparência fiscal, nós possamos permitir no Brasil retome seu crescimento, atraindo investimentos que vão ser parceiros na geração dos empregos, que infelizmente vêm diminuindo no Brasil. Tivemos, até aqui, até outubro desse ano, se comparado com o ano passado, 418 mil postos de trabalho a menos, gerados no Brasil.
Quando se fala de emprego, não se deve olhar apenas a fotografia do momento. Tem que se olhar um filme. E o filme que se apresenta numa economia que parou de crescer é extremamente preocupante. Mas nenhum desenvolvimento será adequado para os cidadãos se ele não vier acompanhado da sustentabilidade. Aí eu tenho absoluta certeza que essa parceria, Marina, vai nos permitir caminhar juntos na direção correta. Com economia de baixo carbono e enfrentando desafios que esse governo colocou de lado, que esse governo não tratou, não vem tratando com a prioridade necessária.
Portanto, eu quero dizer às senhoras, aos senhores, ao Brasil que nos ouve, que esse é um momento histórico na vida nacional. Nós estamos construindo uma aliança em favor do Brasil, em favor da política decente. Em favor da eficiência na gestão pública e em favor da transformação real da vida daqueles que menos tem. Portanto, todo esse esforço foi coroado com um gesto que termina com essas palavras de absoluta generosidade, de uma mulher que o Brasil respeita e admira. Marina não apoia um candidato. Ela apoia um projeto de Brasil. E um projeto que não é mais do meu partido ou dos meus aliados. É um projeto dela e de todos os brasileiros. Esse é o nosso ponto de convergência.
Um Brasil diferente, um Brasil solidário, um Brasil generoso, um Brasil de união, não o Brasil da separação que nos propõe o outro campo político. Portanto, Marina, de público, agradeço em meu nome, em nome da minha família, em nome de milhões de brasileiros, esse seu gesto de brasilidade e patriotismo ao me ajudar – não apenas a vencer as eleições – mas a construir um projeto que faça valer a pena vencer as eleições. Muito obrigado!"
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