• Partido fez reivindicações de maior participação nas decisões do governo. Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alertou sobre possível crise econômica
Junia Gama – O Globo
BRASÍLIA — A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), afirmou, na saída do jantar no Palácio do Jaburu, na noite desta segunda-feira que o PMDB assumiu o compromisso com o governo de aprovar as duas Medidas Provisórias que tratam do ajuste fiscal, a 664 e a 665. Segundo Kátia Abreu, no entanto, não houve detalhamento a respeito das possíveis mudanças que as medidas devem sofrer no Congresso. Em jantar organizado pelo vice-presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, explicou a necessidade da aprovação das medidas.
— O ministro Levy fez uma explicação bastante clara e contundente, pedindo a aprovação das medidas, mas ao mesmo tempo deixando otimismo. Mais uma vez, o PMDB vai apoiar o governo. Não entramos em detalhes (sobre as alterações), mas vamos aprovar da forma que o ajuste fiscal exige. O partido assumiu o compromisso de apoiar essas medidas — disse a ministra, salientando que, entre os políticos do PMDB, Eduardo Cunha foi o maior defensor das medidas na reunião.
Kátia Abreu destacou ainda que, no encontro, integrantes do PMDB reivindicaram maior participação na formulação de políticas e tomadas de decisão junto ao governo. O ministro Joaquim Levy teria concordado com a necessidade de envolver mais o PMDB nesses processos.
— Não é reclamação, são observações que sempre precisam ser feitas, porque ajustes na política são sempre viáveis e necessários. É uma oportunidade de aprimorar nossa coalizão. O ponto que foi tocado é que é preciso haver uma definição de uma coalizão que venha a satisfazer os interesses do país. O ministro Levy fez esse reconhecimento, concorda que o PMDB é um partido com quadros com muita experiência e que só tem a contribuir — disse a ministra.
O ministro Joaquim Levy, fez um alerta à cúpula do PMDB para que os parlamentares do partido auxiliem a levar as medidas adiante, sob o risco de o Brasil entrar em um crise econômica. Levy se reuniu com peemedebistas no Palácio do Jaburu para discutir as medidas de ajuste fiscal que o governo pretende aprovar no Congresso.
Segundo relatos, ao defender o ajuste, Levy argumentou que países que não tomaram medidas do tipo, diante do cenário internacional desfavorável, acabaram sendo levados a severas crises.
As explicações do ministro foram ouvidas com atenção pelos presentes, que concordaram em parte significativa com a defesa de Levy. Senadores do PMDB, no entanto, reclamaram da falta de espaço para que o partido, o principal aliado no Congresso, participe na elaboração de políticas do governo.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concordou com esse raciocínio de que o PMDB deve ser mais incluído na formulação das políticas, mas destacou que o ajuste fiscal, nesse momento, seria "imprescindível" e que não irá se opor a ele. Também participaram do jantar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e principais lideranças políticas do PMDB.
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