Após a revista 'Veja' trazer a notícia de que a Abin, a pedido do governo Temer, estaria investigando a vida de Fachin, a presidente do STF emitiu nota dizendo que a prática era 'inadmissível'
Breno Pires e Isadora Peron, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, decidiu que não vai adotar qualquer providência em relação à suposta ministro Edson Fachin, relator do inquérito contra o presidente Michel Temer na Corte, pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A presidente do STF disse, por meio de nota, que o tema está “por ora, esgotado” após o presidente Michel Temer garantir que não ordenou nenhuma medida ilegal em relação a Fachin. “Não há o que questionar quanto à palavra do presidente da República”, disse.
No sábado, após a revista Veja trazer a notícia de que a Abin, a pedido do governo Temer, estaria investigando a vida de Fachin, a presidente do STF emitiu nota dizendo que a prática era “inadmissível” e que teria que “ser civicamente repelida, penalmente apurada e os responsáveis exemplarmente processados e condenados na forma da legislação vigente”.
Em nota, ainda na própria sexta-feira quando a notícia veio à tona, o Palácio do Planalto afirmou que o presidente “jamais” acionou a agência com essa finalidade.
Relator da Lava Jato no Supremo, Fachin homologou delação de executivos da JBS que resultou na abertura de inquérito no STF para investigar se Temer praticou crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. Desde então, o ministro vem sofrendo uma ofensiva por parte de aliados de Temer, que chegaram a apresentar requerimento contra o ministro na Comissão de Constituição e Justiça.
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