- O Estado de S.Paulo
O melhor dos mundos para os extremos é se enfrentar no 2.º turno da eleição presidencial. Tanto Jair Bolsonaro (PSL) quanto Fernando Haddad (PT) têm na disputa mano a mano a melhor chance de se eleger presidente. O candidato do PSL segue liderando a disputa para chegar à 2.ª fase. O do PT patina, num sinal de que talvez o partido tenha levado longe demais a estratégia de esticar a corda da candidatura inviável de Lula.
É verdade que Bolsonaro oscilou positivamente, na margem de erro. Mas a maior movimentação foi no miolo, num sinal de que o deputado é resiliente, tem um voto consolidado, mas encontra dificuldade de expandir esse eleitorado. Comprovações disso são a rejeição recorde entre todos os postulantes e o fato de perder com relativa margem para quase todos os oponentes testados no 2.º turno – exceção feita justamente a Haddad.
Dos dez pontos porcentuais que migram do bloco de brancos, nulos e indecisos e dois que saíram dos nanicos, grosso modo é possível dizer que Bolsonaro abocanhou dois pontos, enquanto candidatos do pelotão intermediário cresceram dez, numa demonstração de que há espaço para um voto moderado. A se manter esse movimento, são praticamente nulas as chances de vitória no 1.º turno, mas também vai ficando difícil para os adversários tirá-lo da final, como imaginavam que seria fácil.
Aliás, a campanha na TV não causou nenhum arranhão no casco do PSL nos primeiros dias – tucanos e petistas, os mais interessados nos milagres que a propaganda pode operar, dirão que ainda é cedo para isso.
Geraldo Alckmin oscilou para cima, mas o ritmo ainda é insuficiente para atestar se, a despeito da vantagem estrutural que tem com a enorme aliança que construiu, conseguirá ir ao 2.º turno – se for, se torna bastante competitivo, como mostra a pesquisa.
A outra pergunta de US$ 1 milhão de 2018 – se Lula será capaz de, mesmo preso, transferir seu espólio a Haddad – também tem como resposta do primeiro Ibope após o TSE indeferir a candidatura do ex-presidente um “ainda não”. Por ora são Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) os maiores usufrutuários destes votos, ainda que não sejam herdeiros legítimos.
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