O Globo
A Polícia Federal informou que vai reforçar
a segurança dos candidatos ao Planalto. A medida parece vir em boa hora. Nas
últimas semanas, a militância bolsonarista hostilizou dois adversários do
capitão. A campanha ainda não começou oficialmente, mas o clima de intimidação
já está no ar.
Ciro Gomes foi perseguido ao visitar uma
feira agropecuária em Ribeirão Preto. Sob vaias e xingamentos, teve que
apressar o passo para deixar o local. Na saída, revidou parte dos insultos.
Na quinta-feira, Lula teve seu carro
cercado num condomínio residencial de Campinas. Um segurança chegou a exibir
uma submetralhadora para proteger a comitiva. Os ex-presidentes têm direito a
escolta de militares do GSI.
Nos dois episódios, há indícios de que
grupos bolsonaristas se organizaram previamente para intimidar os candidatos da
oposição. As agressões ficaram no plano verbal, mas isso não significa que a PF
possa relaxar.
A campanha de Lula já começou a tomar precauções. Em março, a segurança o impediu de visitar uma favela no Rio. Petistas contam que há orientação para reduzir atividades de corpo a corpo e não entrar em áreas controladas pela milícia.
Em 2018, antes de ser preso, Lula tentou
rodar o país e enfrentou piquetes em rodovias. Um ônibus de sua comitiva foi
atingido por três tiros no Paraná. Seis meses depois, Jair Bolsonaro levou uma
facada em Juiz de Fora e precisou ser operado às pressas. A PF concluiu que o
autor do atentado agiu sozinho, mas o capitão insiste na tese de que foi vítima
de um complô.
Passados quatro anos daquela eleição, o
ambiente político no país só piorou.
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