• Estabilização em 13%, porém, é em um dos piores patamares em 22 anos
• Reprovação por parte de 50% da população ou mais ocorre em todas as regiões e em todos os segmentos de renda
Ricardo Mendonça (Editor-adjunto de Poder) – Folha de S. Paulo
Pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10) mostra que a popularidade da presidente Dilma Rousseff parou de cair.
Em relação ao levantamento anterior, em março, os números a respeito de seu desempenho no comando do país são bastante parecidos.
Para 13%, ela faz um governo bom ou ótimo, a mesma taxa apurada no mês passado. Para outros 60%, a administração é ruim ou péssima, só dois pontos a menos que o observado na pesquisa anterior.
A aparente estabilização da popularidade após um período de forte queda, porém, não pode ser considerada uma boa notícia para Dilma.
Primeiro porque esses patamares estão entre os piores desde o início de seu primeiro mandato, em 2011, e entre os piores mesmo na comparação com todos os presidentes desde Fernando Collor de Mello, o primeiro eleito pelo voto direto após a redemocratização do país.
A atual taxa de aprovação de Dilma só é comparável com os piores momentos dos ex-presidentes Itamar Franco (12% de aprovação em novembro de 1993, época do escândalo do Orçamento, na Câmara) e Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999, quando a população sentia os efeitos da desvalorização do Real).
Na véspera de ser afastado da Presidência por um processo de impeachment, em 1992, Collor tinha 9% de aprovação --a pior taxa apurada em toda a série de pesquisas nacionais do Datafolha.
O segundo motivo é que a reprovação de Dilma por parte de 50% da população ou mais parece pulverizada. Ocorre em todos os segmentos estudados pelo Datafolha.
É assim entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, entre eleitores de todas as faixas etárias, dos mais aos menos escolarizados e ainda com todos os padrões de renda.
Também estáveis --e em patamares igualmente recordes e alarmantes-- estão as expectativas em relação à economia. Para 78%, a inflação deverá aumentar no próximo período. Para 70%, o desemprego vai subir. E 58% acham que a situação econômica do país deve piorar.
O Datafolha ouviu 2.834 pessoas; a margem de erro é de dois pontos.
(RM)
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