Segundo nota conjunta do Sesi e do Senac, cortes fechariam mais de 310 escolas e causariam a demissão de mais de 18 mil funcionários
Pedro Ladislau Leite | O Estado de S.Paulo
A declaração do futuro ministro da Economia de que é preciso “meter a faca no Sistema S” gerou reações de entidades que integram o sistema. Segundo comunicado do Sesi e do Senac divulgado nesta terça-feira, 18, "mais de 1 milhão de estudantes ficariam sem opção de cursos de formação profissional e 18,4 mil funcionários das entidades perderiam o emprego".
Em nota, Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai, que tem 2,3 milhões de alunos, afirma que "a proposta de cortes no Sistema S teria efeitos devastadores" sobre essas instituções, responsáveis pela formação técnica e profissional de jovens. No caso do Senai, ele prevê que 162 escolas, de um total de 541, fechariam as portas com os eventuais cortes. As regiões mais afetadas, afirma Lucchesi, seriam Norte e Nordeste.
Sobre o Sesi, que tem 1,2 milhão de alunos na educação básica, Lucchesi diz que os cortes levariam ao fechamento de 155 escolas, além de impossibilitar parte da prestação de serviços de saúde.
O braço do sistema associado ao setor de transportes também se manifestou após a declaração de Paulo Guedes. Sem citar diretamente os cortes pretendidos pelo novo governo, o presidente do Sest e do Senat, Clésio Andrade, divulgou nota afirmando que foram prestados neste ano, até setembro, 8,6 milhões de atendimentos gratuitos de qualificação profissional.
Segundo Andrade, as duas entidades têm hoje 148 unidades, responsáveis por 8,7 mil empregos diretos.
Desoneração
Segundo reportagem do Estado, a equipe de Paulo Guedes pretende cortar pela metade os recursos que são repassados ao Sistema S. As contribuições patronais ao INSS também devem ser alteradas pelo novo governo. O objetivo, afirma o economista Marcos Cintra, que vai liderar a secretaria da Receita Federal, é desonerar a folha salarial e, com isso, permitir uma geração maior de empregos.
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