O Estado de S. Paulo
Só São Paulo está às escuras? Ou o Congresso, o STF, o Brasil e o mundo também?
A semana e o ano vão fechando com uma
sensação de fim dos tempos, em que você olha para um lado e vê a Câmara imoral
e o Senado raivoso, olha para outro e vê o Supremo em chamas e, ao virar para o
Planalto, vê um palanque, onde Lula, em campanha, finge que não tem nada a ver
com isso.
Tudo é espantoso no Congresso, a dita “casa do povo”, onde o tal “povo” não é ouvido e se choca, dia sim, outro também, com as decisões mais estapafúrdias, como a Câmara manter o mandato da deputada Carla Zambelli, condenada, foragida e presa. Pura confrontação contra o STF, e Alexandre de Moraes anulou a decisão, jogando álcool na fogueira entre os Poderes.
Perdendo o respeito, o presidente da Câmara,
Hugo Motta, conseguiu irritar o STF, esquerda, direita, governo e oposição,
dando asas a absurdos nunca dantes imaginados. Não cassar Zambelli é só um
exemplo e projeta a absolvição de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, que
estão nos EUA, a muitos quilômetros da Justiça e da Câmara.
Como os três são bolsonaristas, a direita jogou no mesmo saco o deputado Glauber Braga, do PSOL, que foi processado no Conselho de Ética por chutar um ex-militante do MBL e tem razão ao reclamar que seu caso é diferente e muito menos grave. Isso, porém, não justifica ele repetir os adversários e ocupar a cadeira de presidente da Câmara.
Totalmente perdido, Motta pensou em tapar o
sol com a peneira, com censura e veto à imprensa e à própria TV Câmara no
plenário, enquanto Glauber era arrancado pela polícia à força e sua mulher, a
também deputada Sâmia Bomfim, era jogada no chão.
E o acordão entre bolsonaristas e Centrão?
Inacreditável! O senador Flávio Bolsonaro se lançou à Presidência, impactou
Bolsa e câmbio e cobrou “um preço” para livrar o País da sua candidatura:
trocar os 27 anos e 3 meses de prisão do pai, decididos pelo STF, por meros
três, e olhe lá!
O STF tropeça nas próprias pernas, com Gilmar
Mendes tirando prerrogativas do Senado para votar impeachment de ministros da
Corte e voltando atrás rapidinho, depois das revelações graves embolando o
Master com Moraes, cuja mulher atua no escritório de advocacia que defende o
banco, e Dias Toffoli, que viajou com o advogado de um dos mandachuvas e dias
depois tomou decisões favorecendo o grupo.
Como meu lado Poliana foi para o brejo, lembro que a deterioração política interna vem junto com a ameaça de invasão da Venezuela, EUA de um lado e Rússia de outro, e é acompanhada de ventos que deixam São Paulo às escuras. Aliás, só São Paulo? Ou o Brasil e o mundo estão às escuras?

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