Na cerimônia do Dia do Exército, em Brasília, o presidente Michel Temer ouviu críticas à "aguda crise moral, expressa em incontáveis escândalos de corrupção" na leitura da ordem do dia pelo comandante da Força, gen. Eduardo Villas Boas. O juiz Sérgio Moro recebeu a medalha da Ordem do Mérito Militar
Na presença de Temer, Moro recebe condecoração
Por Bruno Peres | Valor Econômico
BRASÍLIA - O juiz federal Sérgio Moro recebeu ontem em Brasília a mais importante condecoração do Exército pela ocasião de 19 de abril, Dia do Exército. A cerimônia realizada no Quartel General do Exército contou com a presença do presidente Michel Temer e outras autoridades que também foram homenageadas.
Moro é responsável por conduzir em primeira instância as investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), cujo avanço a partir de delações de executivos da Odebrecht atinge fortemente o governo Michel Temer.
O presidente se dirigiu ao palanque reservado a autoridades e trocou cumprimentos breves com o juiz federal. A solenidade pelo Dia do Exército homenageou também nomes já apontados entre como possíveis candidatos à sucessão presidencial em 2018: o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ); o senador Alvaro Dias (PV-PR); e o apresentador Luciano Huck; além do próprio Moro.
Desta vez, não houve a tradicional leitura dos últimos anos de mensagem presidencial pelo Dia do Exército. Único a discursar, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, apontou em sua fala diversas crises vividas pelo país, desde na área se segurança pública à crise moral.
Segundo o general, a crise atual fere gravemente a alma da população, ameaça a própria identidade nacional, deprime o orgulho pátrio e embaça a percepção de projeto de nação, dispersando a sociedade em lutas por interesses pessoais e corporativos sobrepostos ao interesse nacional.
"A aguda crise moral, expressa em incontáveis escândalos de corrupção, nos compromete o futuro. A ineficiência nos retarda o crescimento. A ausência, em cada um de nós, brasileiros, de um mínimo de disciplina social, indispensável à convivência civilizada, e uma irresponsável aversão ao exercício da autoridade oferecem campo fértil ao comportamento transgressor e à intolerância desagregadora", afirmou Villas Boas.
"Este momento tão grave não pode servir a disputas paralisantes. Pelo contrário, exige do povo e de suas lideranças a união de propósitos que nos catalise o esforço de regeneração", acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário