• Atividade já havia encolhido nos três primeiros meses do ano, o que configura recessão técnica; investimentos têm maior queda desde 1996 e indústria é o principal impacto negativo entre os setores
Por O Estado de S. Paulo
A economia brasileira está em recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 1,9% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano, no maior tombo desde o primeiro trimestre de 2009, quando também houve queda de 1,9%, segundo o dado revisado. Na época, o País ainda se recuperava dos impactos mais imediatos da crise interncional.
No primeiro trimestre de 2015, o PIB já havia encolhido 0,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - cenário que configura o que os economistas chamam de recessão técnica. Recentemente, porém, o Codace/FGV apontou que a economia brasileira está em recessão há muito mais tempo, desde o segundo trimestre de 2014.
Na comparação com o segundo trimestre de 2014, houve queda ainda maior do PIB: 2,6%. Com os dados divulgados hoje, a economia encolheu 2,1% no primeiro semestre ante igual período de 2014, e acumula recuo de 1,2% em 12 meses. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,43 trilhão.
Os investimentos, chamados de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e que são o motor da economia, registraram o oitavo trimestre consecutivo de queda ante os três meses imediatamente anteriores: 8,1%. Já na comparação com o mesmo período de 2014, a queda foi ainda mais intensa: 11,9%. Trata-se do pior resultado desde 1996.
A taxa de investimento do País ficou em 17,8% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (19,5%). A taxa de poupança também encolheu: 14,4%, ante 16% em 2014.
O consumo das famílias também teve desempenho negativo, impactado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda. Houve recuo de 2,7% ante o mesmo período de 2014, o segundo consecutivo nessa base de comparação.
O consumo do governo, por sua vez, caiu 1,1%, em relação ao segundo trimestre de 2014. Mas cresceu 0,7% na comparação com os três primeiros meses do ano.
Pela ótica da oferta, a indústria apresentou a maior retração ante os primeiros três meses do ano: 4,3%. O principal impacto negativo veio da construção civil, que recuou 8,4%. Já a agropecuária encolheu 2,7% e os serviços tiveram queda de 0,7%.
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