Clã presidencial explora a estrutura do governo em benefício próprio
Não
bastavam três
filhos do presidente agarrados ao poder do pai. Nas últimas
semanas, o quarto descendente de Jair Bolsonaro também decidiu apitar em
decisões oficiais e misturar ações do governo com seus interesses particulares.
Aos
22 anos, Jair
Renan Bolsonaro descolou
uma reunião no Ministério do Desenvolvimento Regional para os donos de uma
produtora de granito e mármore. Segundo a revista Veja, eles eram os novos
patrocinadores de uma empresa de eventos e mídia fundada poucas semanas antes
pelo filho 04 do presidente.
Os representantes da firma foram recebidos em 13 de novembro pelo ministro Rogério Marinho e apresentaram um projeto de casas populares. Jair Renan estava lá "por acreditar que o sistema construtivo teria potencial de reduzir custos para União". Ninguém explicou qual é a experiência do jovem no assunto. Ele cursa faculdade de análise e desenvolvimento de sistemas.
A
reportagem informou que a reunião havia sido solicitada ao ministério pelo
gabinete de Jair Bolsonaro. Numa ponta, o Palácio do Planalto se moveu para
ajudar um financiador do filho do presidente. No outro lado, um ministério
estendeu um tapete para agradar ao chefe.
A
tranquilidade com que o lobby escancarado caminhou pela estrutura do governo é
um exemplo menor da ocupação do poder liderada pela família. Afinal, outro
filho do presidente já acionou o Gabinete de Segurança Institucional e a
Agência Brasileira de Inteligência para resolver uma questão particular.
Flávio
Bolsonaro pediu
auxílio aos órgãos oficiais para conseguir provas que possam
anular as investigações sobre as rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio.
A Procuradoria-Geral da República disse que vai investigar o caso, mas é pouco
provável que o 01 seja incomodado.
Já
o Itamaraty trabalha para atender ao aos jogos ideológicos de Eduardo. Quando o
filho 03 lançou mais uma ofensa à China, a chancelaria escreveu
uma carta para defendê-lo. A República se move para servir ao clã.
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