Partidos, que há anos se revezam na prefeitura, têm vários candidatos; Serra nega que concorrerá
Germano Oliveira
SÃO PAULO. A 15 meses das eleições municipais, tanto o PSDB quanto o PT podem recorrer às prévias partidárias para escolher quem será o candidato a prefeito de São Paulo. Os dois principais partidos, que se revezam no poder na prefeitura paulistana há alguns anos, têm vários candidatos ao posto.
O PSDB de São Paulo já decidiu que realizará prévias para escolher o candidato mesmo que o ex-governador José Serra, derrotado à Presidência da República no ano passado, resolva ser o candidato. No PT, o lançamento do nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, apadrinhado pelo ex-presidente Lula, embaralhou o jogo que já tinha a senadora Marta Suplicy e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, como os principais postulantes ao cargo, o que também deve levar à realização de prévias se não houver consenso. Mas o presidente do PT estadual, Edinho Silva, é contra, por achar "traumático" esse processo.
No PSDB, a realização da prévia, que pode acontecer em dezembro, é defendida tanto pelo governador Geraldo Alckmin quanto pelos presidentes do PSDB municipal, Julio Semeghini, e estadual, Pedro Tobias.
- Vamos ter prévia mesmo que Serra se apresente como pré-candidato, pois se um dos outros postulantes mantiver a inscrição, certamente teremos prévia - disse Semeghini.
Por enquanto, o PSDB de São Paulo tem um inscrito: o vereador Ricardo Tripoli. Além dele, já manifestaram interesse na disputa três secretários estaduais de Alckmin: José Anibal (Energia), Bruno Covas (Meio Ambiente) e Andrea Matarazzo (Cultura).
O presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, também é favorável à prévia:
- E acho que a consulta tem que ser feita já em dezembro, para que a gente coloque nosso candidato na rua logo no começo do ano.
Serra reafirmou ao GLOBO que não é candidato a prefeito:
- Não sou candidato, mas não quero ter que ficar explicando isso todo dia.
O governador Alckmin vem estimulando a realização das prévias, pois deseja que elas valham também para a escolha do candidato a presidente em 2014.
No PT, incomodada com a movimentação de Lula em favor da candidatura de Haddad, Marta Suplicy diz:
- Soube pela imprensa que Lula fala em lançar o ministro Haddad. Não estou magoada com Lula e nem estou em disputa com ele. Tem que se ter bom senso. O processo político é o que manda, mas a conjuntura é o que determina.
Segundo ela, a disputa será contra Serra.
- Serra nega que vai ser candidato e continuará negando, como sempre faz, mas na última hora será candidato - aposta Marta.
Além de Haddad e Marta, outros petistas estão apresentando pré-candidaturas: o ministro Aloizio Mercadante, os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto, e até o senador Eduardo Suplicy.
Se não houver entendimento em torno de um nome, pode ter prévia. Marta é contra:
- Sempre que tivemos essa experiência (prévia), tivemos derrotas - disse Marta.
FONTE: O GLOBO
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