quinta-feira, 5 de maio de 2011

Inflação esfria as vendas do Dia das Mães

Comércio deve ter alta tímida no faturamento, de 6% a 7%, e gasto médio será o mesmo de 2010, entre R$ 70 e R$ 80

Consumidor deve comprar mais roupas, calçados e perfumes, no lugar de eletrônicos, de parcelamento longo

Claudia Rolli

SÃO PAULO - Sob impacto da inflação e com o consumidor mais cauteloso na hora de comprar, o aumento nas vendas do comércio no Dia das Mães deve ficar entre 6% e 7% neste ano sobre igual período de 2010.

A previsão é de representantes de associações que representam o varejo paulista e de comerciantes de pequeno e médio porte no país.

Se confirmada essa previsão, o crescimento será menor do que o do ano passado, quando o comércio cresceu 14% nessa data (sobre igual período em 2009).

"Mas é bom lembrar que, em 2009, sofríamos o efeito da crise econômica mundial. Portanto a base de comparação é mais fraca", diz Marcel Solimeo, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Em 2008, ano anterior à crise, as vendas no Dia das Mães aumentaram 6,2% -patamar semelhante ao esperado para este ano.

O ritmo de crescimento das vendas a prazo neste ano diminuiu em relação ao verificado no ano passado (quando crescia em torno de 10%), segundo dados da associação comercial.

"O consumidor já percebe mais no bolso o peso da inflação nas compras do dia a dia. E essa cautela pode se refletir no Dia das Mães, que pode marcar o início na virada do jogo do consumo", avalia o economista Fabio Pina, da Fecomercio SP.

Com isso, os economistas preveem que o gasto médio nos presentes deve ser de R$ 70 a R$ 80 -valor considerado estável ou pouco acima do gasto no ano passado.

Roupas, calçados e perfumes devem ser os preferidos na lista de presentes, na análise de varejistas consultados pela Folha. Já eletrodomésticos e eletroeletrônicos perdem espaço por terem parcelamentos mais longos.

"O Dia das Mães continua sendo a segunda data mais importante para o comércio. Apesar do cenário de inflação, aumento de juros e redução do crédito, as vendas devem crescer em torno de 6%", diz André Luiz, da Confederação Nacional de Dirigentes de Lojistas, que representa 800 mil lojistas do país.

MAIS OTIMISTAS

O aumento nas vendas esperado pelos lojistas de shopping é um pouco superior ao dos demais comerciantes. Deve ser de 11%, segundo pesquisa com 250 redes de varejo. No ano passado, o crescimento foi de 8% sobre igual período de 2009.

Luís Ildefonso, diretor da Alshop (associação de lojistas de shopping), diz que os gastos devem ser entre R$ 90 e R$ 110 -R$ 10 a R$ 20 a mais que o gasto em 2010.

A Eletros (associação dos fabricantes de eletroeletrônicos) informa que o aumento nas encomendas feitas pelo varejo chegou a 15% neste ano. "O consumidor nem vai deixar de comprar nem sair correndo para comprar", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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