Limitar passageiros no Santos Dumont é alternativa sensata
O Globo
Objetivo é reequilibrar tráfego com o Galeão
sem abrir margem a questionamento jurídico
Faz sentido o governo mudar a estratégia para
reequilibrar o tráfego entre os principais aeroportos do Rio. O Tom
Jobim/Galeão opera abaixo da capacidade, enquanto o Santos Dumont é conhecido
por filas e atrasos. Em agosto, o Conselho de Aviação Civil (Conac) publicou
resolução limitando, a partir de 2 de janeiro de 2024, os voos do Santos Dumont
a um raio de 400 quilômetros. A medida, bem-intencionada, suscitou
questionamentos de técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU)
e foi parar na Justiça.
Com apoio do governador Cláudio Castro (PL) e do prefeito Eduardo Paes (PSD), o governo pretende agora revogar a resolução e quer, no lugar dela, restringir a movimentação anual no Santos Dumont a 6,5 milhões de passageiros (hoje 10 milhões têm viajado pelo aeroporto). Será preciso ainda chegar a um consenso sobre a melhor forma de pôr isso em prática. Haverá pressão para transformar os 6,5 milhões em 7,5 milhões, 8,5 milhões etc. Ao governo, não restará opção senão ser rigoroso. É fundamental zelar pelo equilíbrio entre os dois aeroportos — o regional e o internacional —, como ocorre em toda grande cidade.