O Globo
A corrida eleitoral pela Presidência da
República ganha contornos mais nítidos à medida que o prazo fatal de abril se
aproxima para que os candidatos mudem de partido, no caso do presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, ou decidam se candidatar, como é o caso mais notório,
do ex-ministro Sergio Moro.
Os próprios parlamentares estão em movimentação nos bastidores para a troca de
partidos, a partir da fusão do DEM com o PSL, de que nasceu o União Brasil, um
partido feito para ter posição de protagonismo na sucessão presidencial e no
Congresso que nascerá das urnas em 2022. Será o maior partido da Câmara atual e
com muito dinheiro, com a soma dos fundos eleitoral e partidário dos dois,
muito à frente do PT — e, portanto, tem estrutura para disputar com qualquer
partido.
Essa grandeza formal garante ao partido nascente as condições ideais para uma
disputa nacional, embora isso não seja o suficiente. Temos exemplos da eleição
presidencial de 2018, com Geraldo Alckmim, do PSDB, ficando para trás mesmo com
o maior tempo de propaganda eleitoral na televisão e no rádio. E Ulysses
Guimarães, do MDB, então maior partido do país, que terminou em quarto lugar em
1989. Nos dois casos, os favoritos foram atropelados por fenômenos eleitorais
inesperados, Bolsonaro e Collor.