O Globo
Faltando duas semanas para a definição das
federações partidárias, e também para a troca de legenda sem sofrer punições da
legislação eleitoral, a movimentação nos bastidores está intensa, indicando não
apenas a dificuldade de compromissos mais permanentes entre legendas, como
coligações que podem interferir no resultado eleitoral.
Para acertar uma federação, é preciso que os partidos nela envolvidos concordem
em permanecer fiéis ao mesmo programa nos próximos quatro anos. PSOL e Rede já
se acertaram, o que não foi difícil, pois a Rede precisa de um apoio para
superar as cláusulas de barreira, e o PSOL é o partido que mais se assemelha a
ele. Nasceu de uma dissidência petista, assim como a Rede, mas não rejeita
totalmente o PT.
Outro grupo de partidos está se unindo, tentando despertar a terceira via. Em
termos de máquina partidária, essa seria uma união ideal de coligação, não de
federação, entre União Brasil, MDB e PSDB, que teria uma verba para financiar a
campanha estimada em R$ 2 bilhões e representantes em todos os estados
brasileiros. São legendas muito fortes, muito grandes para se fechar numa federação,
mas uma coligação com vista à chapa para presidente da República teria
substancial tempo de televisão, fundo partidário e capilaridade nacional.