- Valor Econômico
Bolsonaro cai e Alckmin sobe em potencial eleitoral
Há um cenário precioso para se compreender este momento de escolha preliminar dos candidatos a presidente da República, e ele ficou oculto nas pesquisas divulgadas pelo Instituto MDA: o potencial eleitoral. O índice mede o potencial eleitoral do candidato, a possibilidade de crescimento da candidatura, tanto o que o eleitor ainda não conhece, e portanto é um dado irrelevante - "ainda não vi e não gostei" - e o potencial eleitoral do candidato que o eleitor conhece. Esse é o quadro relevante.
Pode-se medir o potencial positivo, (com certeza votaria naquele candidato) ou potencial negativo (a rejeição peremptória).
Um das revelações mais surpreendentes foi a queda do candidato Jair Bolsonaro no ranking. Ele escorrega para o quarto lugar em potencial de voto positivo, com o nome do ex-presidente Lula na tabela, e para o terceiro, sem a figuração de Lula. O quarto lugar, entre sete candidatos, não é um bom patamar. Eis como ficou o quadro de possibilidade de voto nos sete principais candidatos já assumidos como tal por seus partidos: Lula (PT), 50,5%, Marina Silva (Rede) 41,3%, Geraldo Alckmin (PSDB) 41,1%, Jair Bolsonaro (PSL) 39,7%, Ciro Gomes (PDT) 31,4%, Rodrigo Maia (DEM) 18,3% e Michel Temer (PMDB) 7,6%.
O potencial positivo é uma possibilidade de voto efetivo muito forte. O potencial negativo é igualmente muito forte, só que ao contrário, de rejeição do eleitor.
No caso da rejeição, o que se destaca é a melhora da situação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o pré-candidato do PSDB, que passa para o segundo lugar dos menos rejeitados. Porém, chama a atenção a situação de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara dos Deputados, que ficou com um potencial de expansão de sua candidatura muito limitado: 77% dos entrevistados o rejeitam. O potencial negativo dos sete é o seguinte: Lula 47%, Alckmin 54,9%, Marina 55,4%, Bolsonaro 56,4%, Ciro Gomes 59,6%, Rodrigo Maia 77,1% e Michel Temer, até agora o presidente mais impopular da história brasileira, 89,2%.
Boas notícias para Alckmin e Marina, além de Lula, se conseguir escapar das barreiras judiciais e se candidatar; péssimas para Bolsonaro, Ciro, Temer e Rodrigo.