Em nota divulgada nesta sexta, ex-presidente chama de 'verdade alternativa' afirmação de que parte da campanha do PSDB em 2014 foi financiada com caixa 2
Ricardo Brito | Agência Estado
BRASÍLIA - O ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, divulgou na tarde desta sexta-feira, 3, nota oficial em que sai em defesa do atual comandante do partido, o senador Aécio Neves (MG). O tucano disse lamentar que haja o que chamou de uma estratégia usada por adversários da legenda de difundir “notícias alternativas” de modo a confundir a opinião pública.
FHC disse que parte do noticiário do dia sobre os depoimentos de executivos da Odebrecht “serve de alerta”. Segundo ele, ao invés de se dar ênfase à afirmação de Marcelo Odebrecht de que doações à campanha presidencial de Aécio em 2014 foram feitas oficialmente, publicou-se a partir de outro depoimento que o senador teria pedido doações de caixa dois para aliados.
“O senador não fez tal pedido. O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE”, disse o ex-presidente. “É preciso serenidade e respeito à verdade nessa hora difícil que o país atravessa”, completa.
FHC disse que no importante debate travado no País é preciso se fazer distinções. “Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção”, avaliou.
Para o ex-presidente, divulgações “apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais”. “A palavra de um delator não é prova em si, apenas um indício que requer comprovação. É preciso que a Justiça continue a fazer seu trabalho, que o país possa crer na eficácia da lei e que continue funcionando”, ponderou.
FHC disse que a desmoralização de pessoas a partir de “verdades alternativas” é injusta e não serve ao País, pois confunde tudo e todos. Ele conclui ser a hora de continuar a dar apoio ao esforço moralizador das instituições de Estado e deixar que elas, criteriosamente, façam Justiça.
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