Ação contra PCC mostra caminho para derrotar o crime organizado
O Globo
Êxito depende de aposta em inteligência,
investigação financeira e coordenação de autoridades estaduais e federais
A maior facção criminosa do Brasil, o
Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecida pelo envolvimento em tráfico de
drogas, de armas e noutras atividades ilegais, tem progressivamente adotado a
estratégia perniciosa de se infiltrar em negócios formais e nos Poderes do
Estado. O fato gravíssimo, apontado por Lincoln Gakiya, promotor do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público
de São Paulo, exige uma resposta na mesma medida: uma estratégia nacional de
combate ao crime organizado. A Operação Fim da Linha, deflagrada nesta semana
em São Paulo, é um exemplo de como vencer essa batalha. Quando trabalham em
conjunto, as instituições têm capacidade de reação poderosa.
Agindo de modo coordenado, autoridades estaduais e federais apostaram na inteligência para desbaratar um esquema envolvendo empresas de ônibus paulistanas, suspeitas de lavar o dinheiro de tráfico de drogas, roubos e outros crimes para o PCC. Tanto a UPBus como a Transwolff (TW) disputaram licitações em São Paulo sem concorrentes e venceram. Juntas, transportavam 700 mil passageiros por dia nas zonas Sul e Leste da capital paulista. No ano passado, a TW, com frota de 1.306 ônibus, recebeu R$ 748 milhões da Prefeitura paulistana para operar 143 linhas. Menor, a UPBus, com 159 veículos, ficou com R$ 88 milhões.