Janot inclui Padilha, Moreira, Geddel, Rocha Loures e Joesley, entre outros
Rescisão de benefícios da delação da JBS dependerá do STF; presidente reage e acusa PGR
Em sua mais forte “flechada” antes de deixar o cargo, o procurador-geral, Rodrigo Janot, enviou nova denúncia contra o presidente Temer ao STF, desta vez por organização criminosa e obstrução de Justiça. Pela acusação, a quadrilha atuava desde os governos Lula e Dilma, com PT, PMDB e PP, mas em maio de 2016, quando Temer assumiu a Presidência, houve um rearranjo e o peemedebista passou a comandar o esquema. Também foram denunciados os ministros Padilha e Moreira Franco, os ex-ministros Geddel e Henrique Alves, os ex-deputados Cunha e Rocha Loures, além de Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS. Janot encaminhou ao STF a rescisão dos benefícios dos delatores da JBS. Em nota, Temer afirmou que o procurador usou depoimentos falsos, instituiu a “delação fraudada” e tenta “encobrir as próprias falhas”, ignorando suspeitas sobre delações e o exprocurador Miller. O relator no STF, Edson Fachin, vai esperar decisão do plenário, na quarta, antes de enviar a denúncia ao Congresso.
O COMANDANTE
‘O homem corrompe o poder’
Janot denuncia Temer e sustenta que presidente chefia grupo criminoso de dentro do Palácio do Planalto
Vinicius Sassine e Renata Mariz | O Globo
-BRASÍLIA- Michel Temer passou a liderar uma organização criminosa desde o primeiro momento em que se sentou na cadeira de presidente da República, ainda como interino, e o grupo que ele comanda continua praticando crimes. A acusação é do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na segunda denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra um presidente no exercício do cargo. A primeira também alvejou Temer, que, na ocasião, contou com um dos pontos fortes de seu governo para sair ileso da acusação de corrupção passiva: a blindagem no Congresso Nacional. A nova denúncia, para prosperar, terá de contar, mais uma vez, com o aval de dois terços dos deputados federais.