Governo ainda deve solução eficaz para armamentismo
O Globo
Há mais de 1,6 milhão de armas em situação
irregular e quase 1 milhão nas mãos de amadores
O avanço do armamentismo no governo passado
se transformou em herança pesada para a gestão Luiz Inácio Lula da
Silva. Dos 2,89 milhões de armas registradas na Polícia Federal (PF) em nome de
civis, servidores públicos, policiais e guardas municipais para defesa pessoal,
1,6 milhão, mais da metade, está em situação irregular, com o registro vencido,
de acordo com reportagem do Jornal Nacional. Esse total não inclui os
Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs), a categoria de
amadores que se multiplicou no governo Jair
Bolsonaro, atraídos pela facilidade de comprar armas e munições.
De 2018 ao final de 2022, a quantidade de CACs sextuplicou, de 117.467 para 783.385. O novo governo suspendeu decretos armamentistas de Bolsonaro, determinou a concentração na PF do controle de todo o armamento em mãos de civis. Concluído no ano passado, o recadastramento da PF contou 939.154 armas em poder de amadores. Mas a resistência do Exército a abrir mão do controle dos CACs e da própria PF a assumir a função, alegando falta de estrutura, tem mantido intocado esse arsenal. As armas continuam em circulação e, como mostrou reportagem do GLOBO, os clubes de tiro continuam funcionando a pleno vapor. Pouco se avançou na solução desse grave problema.