Custo de tribunais impõe adequação à realidade fiscal
O Globo
Com gasto estimado em 1,6% do PIB, Judiciário
e MPs brasileiros compõem a Justiça mais cara entre 53 países
Publicado no final do mês passado, o
relatório do Tesouro Nacional classificando as despesas do governo confirma o
que se sabe há tempos: o Brasil tem uma das Justiças mais caras do mundo,
provavelmente a mais cara. Os tribunais
e Ministérios Públicos (MPs) estaduais e federal custaram à sociedade 1,6% do
PIB em 2022. Foi a proporção mais alta numa amostra de 53
países. O gasto brasileiro equivale ao quádruplo da média. Em termos absolutos,
a Justiça custou
perto de R$ 160 bilhões.
Para dar uma ideia da ordem de grandeza da cifra, basta lembrar que a despesa com todas as polícias foi de R$ 114 bilhões. Com serviços de proteção contra incêndios, R$ 8,8 bilhões. Com penitenciárias, R$ 26,3 bilhões. Em pesquisa e desenvolvimento sobre ordem pública e segurança, mirrados R$ 44 milhões. Quando são consideradas as despesas com “ordem pública e segurança” — incluindo a Justiça —, a despesa alcança R$ 311 bilhões, ou 3% do PIB, mais que na América Latina (2,6%) e nas economias emergentes (2,3%).