Contudo, esses têm sido também os tempos de
avanços na valorização da ciência, como no empenho na busca de vacinas eficazes
que interrompam a propagação incontrolada da atual pandemia, que ora se realiza
por meio de uma comunidade científica que atua em caráter cosmopolita,
ultrapassando os estreitos limites do Estado-nação. Igualmente viram renascer a
agenda dos ideais da solidariedade, e impuseram com vigor os temas ambientais,
especialmente entre os jovens. Sobretudo, 2020 foi o ano da derrota eleitoral
de Donald Trump e seu projeto malévolo de imprimir um movimento de marcha à ré
nas coisas do mundo a fim de nos devolver por inteiro, em pleno século XXI. o
Estado-nação de infausta memória.
A ascensão de Joe Biden ao governo dos EUA, na esteira dos movimentos sociais mobilizados em sua campanha vitoriosa, não deve ser relativizada em sua importância como o fazem certas análises trêfegas, pois trata-se, na verdade, de um acontecimento de repercussão estratégica que afeta para melhor a disposição de processos fundamentais, tais como os do meio ambiente, cujo alvo é o capitalismo vitoriano predatório, e a revalorização dos organismos internacionais, especialmente da ONU. Muito particularmente, e isso é de evidência solar, a nefasta ação da atual política externa brasileira e do seu ministério do Meio Ambiente, a partir de 20 de janeiro, data da posse de Biden, perderão seus pontos de sustentação, o que não é de pouca monta.