Não se vê motivo claro para mudar foro no STF
Folha de S. Paulo
Normas para julgamento de políticos e
autoridades foram estabelecidas há apenas 6 anos; troca pode gerar
instabilidade
"Terroristas" ou
"guerrilheiros da liberdade"? Não são poucas as ocasiões em que a
disputa de versões começa a ser decidida com o nome com o qual se batiza um
grupo ou fenômeno social. O "foro especial por
prerrogativa de função", impropriamente chamado de "foro
privilegiado", é um desses casos.
A ideia de julgar determinadas autoridades em
tribunais específicos, a fim de reduzir influências indevidas, sejam contra ou
a favor do réu, faz todo o sentido. No Brasil, oligarquias locais não têm
dificuldade para capturar braços do Estado, incluindo o Judiciário.
Ao menos em teoria, cortes colegiadas resistem melhor a pressões e impulsos do que juízes singulares de primeira instância. Mas o instituto do desaforamento deu margem a tantos abusos que acabou se tornando sinônimo de impunidade, o que fez com que o apelido "foro privilegiado" se tornasse o nome dominante.