Rio carece de nova estratégia para segurança
O Globo
Governo tem procurado agir, mas medidas
adotadas não têm sido suficientes contra crime organizado
A urgência de o Rio adotar uma nova política
de segurança pública ficou evidente na noite de segunda-feira. Depois da morte
de um miliciano em confronto com agentes da Polícia Civil no
bairro de Santa Cruz, Zona Oeste da capital, pelo menos 35
ônibus, um trem e quatro caminhões foram incendiados. A tensão
atingiu sete bairros, onde moram mais de 1 milhão. Escolas fecharam. A
população sofreu para chegar em casa.
Outubro já havia trazido más notícias. No último dia 5, quatro criminosos executaram três médicos e feriram outro num quiosque da Barra da Tijuca. Menos de 24 horas após a execução, os assassinos foram encontrados mortos na Zona Oeste, provavelmente por ordem da facção a que pertenciam. Em todo o episódio, a polícia foi mera espectadora. Na última quinta-feira, equipes da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio prenderam quatro agentes da Polícia Civil, sob a acusação de tráfico de drogas e corrupção.