O Globo
Eleições legislativas têm importância para
futuro do governo
Diz-se que o vice é um nada às vésperas de
tudo. Segundo e terceiro na linha de sucessão da Presidência da República, os
presidentes da Câmara e do Senado não têm a chance de virar “tudo”, mas também
são um “nada” relativo. Se os cargos de presidente e vice ficarem vagos nos
dois primeiros anos, assume interinamente a Presidência da República o
presidente da Câmara, mas terá de convocar uma eleição direta para a escolha do
novo presidente. Caso essa necessidade aconteça nos dois anos finais, a
sucessão será definida por eleição indireta no Congresso.
As disputas pelas presidências da Câmara e
do Senado, que serão decididas amanhã na reabertura dos trabalhos legislativos,
têm paradoxalmente importância política relevante no desenrolar dos governos,
mas relativa na vida política pessoal de seus ocupantes.
São dois anos de mandato que colocam em evidência seus detentores, mas não costumam historicamente alavancar suas carreiras à Presidência da República. Trata-se de um poder mais interno que externo, dependendo dos casos, maior até mesmo que o do presidente da República.