Não
foi à toa que senadores até respiraram aliviados com o atestado que Eduardo
Pazuello apresentou para fugir da raia e não depor hoje. A CPI da Covid, se
ouvisse o ministro da Saúde responsável pelo maior número de mortes que tivemos
até aqui sem nenhum preparo, como se viu nesta terça-feira, ajudaria a
narrativa do governo de que não há crime, omissão nem sequer erro na condução
dos protocolos de saúde.
Para
que não seja um placebo de açúcar, esta CPI precisa urgentemente entender que,
sem um corpo técnico consistente, não irá a lugar algum.
Na
CPI dos Correios, a última de fato robusta que tivemos no Congresso, e lá já se
vão 11 longos anos, a “batcaverna”, como chamávamos a assessoria técnica que
carregava o piano, era a área mais frequentada por jornalistas que publicavam
as informações exclusivas resultantes de quebras de sigilos, cruzamentos de
saques no famoso Banco Rural etc.
Numa investigação sobre pandemia, os técnicos necessários para que os senadores não paguem mico com perguntas sem pé nem cabeça não são os mesmos de CPIs anteriores. Mais que auditores da Receita ou delegados da Polícia Federal, é preciso que presidente, vice e relator requisitem infectologistas, sanitaristas e especialistas em saúde pública e no funcionamento do SUS para auxiliá-los.