sexta-feira, 8 de março de 2024

O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões

São inexplicáveis os afagos de Lula à ditadura de Maduro

O Globo

Não tem cabimento comparar casos do próprio petista e de oposicionista venezuelana impedida de concorrer

Dos dez países com que o Brasil faz fronteira, a Venezuela é o que mais gera dores de cabeça. Garimpeiros ilegais usam o território venezuelano quando a fiscalização aumenta em terras indígenas e voltam ao brasileiro quando diminui. Grupos criminosos atuam nos quase 3 mil quilômetros de divisa, e venezuelanos têm buscado o Brasil para escapar da crise humanitária provocada pelo regime chavista. Ameaças recentes de invasão da Guiana fizeram ressurgir o espectro de um conflito armado a poucos quilômetros de Roraima e Amazonas. Por fim, brasileiros e venezuelanos ainda têm a responsabilidade de coordenar esforços pela preservação da maior floresta tropical do mundo.

Com uma agenda dessas, é compreensível que o presidente do Brasil seja obrigado a estabelecer uma relação produtiva com a liderança venezuelana, ainda que se trate de um regime autoritário. Somente com canais abertos e um ambiente de cooperação, os interesses brasileiros podem avançar. Mas isso nada tem a ver com a atitude benevolente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva perante os desmandos do ditador Nicolás Maduro. A condescendência com o regime chavista, que Lula não perde a oportunidade de expressar, contradiz sua própria biografia e ofende a memória dos brasileiros que lutaram e lutam pela democracia.

Fernando Abrucio* - Contra o reformismo ilusionista

Valor Econômico

O caminho é construir um modelo baseado em bons diagnósticos, com visão sistêmica e contextual dos problemas e, geralmente, com alterações incrementais das instituições

O Senado federal discute agora uma proposta de fim da reeleição para os cargos do Executivo e de junção de todas as eleições - municipal, estadual e federal - num só pleito. Se a base para avaliar tais medidas for o senso comum, é preciso aprovar essas leis. Mas, se as evidências científicas forem a bússola da decisão, essas reformas são completamente equivocadas. Todo esse debate, no entanto, tem uma utilidade: mostrar que o Congresso Nacional precisa ouvir mais os especialistas e a sociedade antes de fazer grandes alterações legislativas, pois o que parece ser uma solução mágica pode ser apenas ilusionismo.

O novo projeto de reforma política, centrado na extinção da reeleição, não é o único caso daquilo que chamo de reformismo ilusionista. A proposta de reforma administrativa em discussão na Câmara, que promete aumentar a eficiência e cortar gastos, sofre do mesmo mal. Outros projetos recentes, como o que pretende acabar com a “saidinha” dos presos, também é outro caso em que a legítima reação contra alguns bandidos que fogem e cometem novos crimes produz magia reversa: a decisão vai aumentar a sensação de inferno que predomina nas penitenciárias, favorecendo o poderio das facções criminosas.

O reformismo ilusionista contém quatro características básicas. Em primeiro lugar, busca soluções que aparentam ter um impacto amplo e imediato, quase num passe de mágica. Nesse modelo, o legislador acredita que acabar com a reeleição vai alterar, já no período subsequente, a qualidade da ação dos governantes, que não pensarão mais em eleições e se concentrarão em governar. O ilusionismo não permite dúvidas sobre o dia seguinte, nem um caminho mais gradual de mudança. Sua força política está em ser simples, e sua debilidade encontra-se no simplismo de sua proposição.

José de Souza Martins* - As brechas autoritárias da organização política

Valor Econômica

As frequentes violações dos direitos humanos pelas polícias e a fragilidade da segurança refletem suas origens na cultura da repressão à senzala

O fim da ditadura militar (1964-1985) não representou o fim da baderna estrutural. A de que ela foi expressão, a que dotara o país de uma organização política anômala e desfavorável à democracia.

A coisa vem de longe. Desde, pelo menos, a independência. A constituição do Estado brasileiro tem uma característica que o distancia do que é próprio do verdadeiro Estado moderno, que na Europa nascia quando houve aqui o Grito do Ipiranga. O que deu nascimento a um Estado brasileiro antimoderno, baseado no poder do atraso, um tipo como contrapartida do outro.

As anomalias retrógradas e autoritárias do período presidencial encerrado em dezembro de 2023 se determinam pela estrutura defeituosa desse passado que persiste e resiste. Somos muito atrasados achando que somos muito modernos.

César Felício - O que fez a diferença entre 64 e Bolsonaro

Valor Econômico

Falta de comando militar do golpismo moderno foi fundamental para insucesso

Os golpes de Estado, ou tentativas dele, se dividem em sua tipologia própria, mas todos se parecem. Reeditar 1964 sempre foi uma aspiração do ex-presidente Jair Bolsonaro e do grupo de militares que o cercou no poder, e há elementos de que ele o tentou pelo menos duas vezes, de acordo com uma especialista na ruptura de março de 60 anos atrás, a historiadora mineira Heloisa Starling. A pesquisadora lança nesta sexta-feira o livro “1964: Como foi desmontada a democracia no Brasil”, pela Companhia das Letras. Para ela, bebeu-se da mesma fonte.

Há basicamente dois tipos de golpe: a Quartelada e o Pronunciamento. Em comum, ambos têm uma primeira fase, que é a da conspiração. O desfecho é um só: a ruptura institucional por meio da ação da caserna. A Quartelada se dá com as ruas em silêncio. O Pronunciamento tem como segunda fase a criação de um ambiente de desordem, de um clamor popular pela intervenção militar, forte o suficiente para revesti-la de legitimidade.

Maria Cristina Fernandes – Tarcísio contorna cerco jurídico ao bolsonarismo

Valor Econômico

Com projeto para criar programa de escolas cívico-militares, Tarcísio aposta na resiliência dos valores do bolsonarismo

A decisão do governador Tarcísio de Freitas de mandar o projeto de lei que cria o programa de escolas cívico-militares é uma demonstração de como o bolsonarismo investe para contornar, pela política, o cerco jurídico-policial.

Há generais que arriscam a se sentar no banco dos réus pelo envolvimento no golpismo que vandalizou a Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro a despeito do batalhão estacionado no subsolo do Palácio do Planalto.

Num momento em que a cúpula legalista das Forças Armadas se esforça para se dissociar do bolsonarismo, eis que o governador paulista pauta um projeto para valorizar a disciplina militar como valor pedagógico.

Luiz Carlos Azedo - PL avança na Câmara ao presidir comissões estratégicas

Correio Braziliense

No comando da CCJ, Caroline de Toni quer acabar com a cota das mulheres nas eleições e é contra a descriminalização do aborto

Não adianta tapar o sol com a peneira. O Palácio do Planalto sai das eleições para o comando das comissões da Câmara enfraquecido e com problemas encomendados pela frente. Os resultados sinalizam uma aliança do Centrão, principalmente do PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), com o PL, que mira a sucessão no comando da Casa. Comissões estratégicas para o governo estão sob controle do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Arthur Lira até tentou demover o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, da indicação, substituindo-a por um nome mais moderado. Entretanto, o fato de ser a parlamentar que mais votou contra o governo nesta legislatura, segundo levantamento exclusivo do Radar do Congresso — ferramenta de monitoramento do site Congresso em Foco —, pesou na decisão do PL. Ela votou contra o governo em 72% das matérias apreciadas pela Câmara. Somente a deputada Julia Zanatta (PL-SC), também de seu estado, tem o mesmo percentual. Na Câmara, a média de aprovação das matérias do governo pelos deputados chega a 80%.

Vinicius Torres Freire - Investimento recorde das montadoras?

Folha de S. Paulo

É preciso discutir também os subsídios, maior que o valor anunciado pelas empresas

As montadoras têm anunciado investimentos grandes. A primeira reação de muita gente, a deste jornalista inclusive, é de ligeiro otimismo, dado o atoleiro em que o país se meteu desde 2014. Mas, por melhor que seja a perspectiva, não é bem assim.

Para começar com o mais "pop", dificilmente se trata de recorde. Pelos números compilados pela Anfavea, a associação das montadoras, os investimentos anunciados para os anos que vão de 2021 a 2032 chegam a pouco mais de R$ 116 bilhões.

Até aqui, "...o período do programa Inovar-Auto [de subsídios federais], de 2012 a 2018, era o de maior volume de aportes, com R$ 85 bilhões", também de investimentos anunciados, lê-se em nota da Anfavea.

Como não se sabe quanto foi o investimento em cada ano de 2012 a 2018, fica difícil corrigir valores pela inflação e compará-los com os anúncios atuais.

André Roncaglia - O risco Biden assombra o governo Lula

Folha de S. Paulo

Queda na avaliação mostra dissonância entre indicadores e sentimento das pessoas

As eleições nos EUA neste ano mostram um cenário preocupante para o presidente democrata, Joe Biden. Apesar de uma economia pujante, com desemprego em mínimas históricas e inflação em queda, Biden amarga um segundo lugar nas intenções de voto.

Guardadas as diferenças entre as sociedades, o risco Biden pode ameaçar o governo Lula, cuja popularidade vacila sob o peso das expectativas de reversão do desastre causado por Bolsonaro.

Pesquisa Quaest publicada nesta semana revela a crescente insatisfação do eleitorado e a percepção de que a economia piorou nos últimos 12 meses. Contudo, reportagem da Folha mostrou que o governo Lula tem bom desempenho em 66 dos 90 quesitos avaliados.

Dora Kramer - Supermulher no autoengano

Folha de S. Paulo

Vivi a ilusão de que o machismo não me atingia, até que atingiu

Durante muito tempo vivi a ilusão de que o machismo não me atingia, num misto de arrogância e negacionismo que fui obrigada a reconhecer para depois abandonar porque vi: a coisa só não me alcançaria até que alcançou.

Hoje, em retrospectiva e cada vez mais percebo a presença do menosprezo à mulher, apenas por sua condição feminina. Há léguas a percorrer antes que possamos descansar num ambiente de igualdade real, efetiva, reconhecida e, sobretudo, praticada.

Vinha poderosa na carreira sem maiores obstáculos até me deparar com o parceiro supostamente encantado exatamente pelo sucesso profissional daquela nova companheira tão bem-sucedida.

Eliane Cantanhêde - Caldeirão fervente

O Estado de S. Paulo

Dificilmente a reforma tributária será regulamentada em 2024. Culpa do governo e Congresso

Assim como o governo prometeu e dificilmente entregará o déficit zero em 2024, vai ficando cada vez mais difícil, deslizando para o improvável, a votação da regulamentação da reforma tributária. Tão louvada, a reforma pode chegar incompleta a 2025 e a culpa é tanto do governo quanto do Congresso, que insiste em guerrear também com o STF e contra a própria imagem.

O governo tem culpa por ter perdido o timing. Fernando Haddad, da Fazenda, ficou confrontando o Congresso com a MP que reonerava a folha de pagamentos e o setor de eventos, foi obrigado a recuar dos dois e negligenciou a regulamentação da reforma tributária. Agora, Haddad promete enviar os projetos de regulamentação da reforma até o fim de março, mas...

Depois da abertura do ano legislativo, veio carnaval, agora vêm Semana Santa, janela para troca-troca de partidos sem punição e desincompatibilização de prefeitos e ministros candidatos em outubro. E tem mais: festas de São João em junho e julho, atraindo bancadas inteiras, principalmente do Nordeste, e começa o recesso de julho.

Flávia Oliveira - O atraso do atraso

O Globo

Enquanto francesas celebram, brasileiras padecem. Por todos os lados

A semana apenas começava, quando a boa-nova vinda do outro lado do Atlântico se espalhou. A França, em votação maiúscula no Parlamento (780 votos em 852), aprovara incluir no texto constitucional o direito de mulheres interromperem a gravidez. Havia meio século que as francesas tinham autorização para abortar via lei específica. A inscrição na Carta Magna, inédita no planeta, sedimenta a garantia. Tão logo seja promulgada, provavelmente neste Dia Internacional da Mulher, não mais haverá risco de flutuar ao sabor de governos, ventos ideológicos, arroubos morais, convicções religiosas. É muito mais difícil — ao menos lá — mexer na Constituição, comentou uma emocionada Comba Marques Porto, feminista histórica, com papel importante na formatação da Carta de 1988 como membro do Conselho Nacional da Mulher.

Não apenas nas ruas de Paris, mas mundo afora, ativistas, organizações feministas, profissionais de saúde, estudantes, políticas, gente comum celebraram a mudança aprovada em Versalhes. A decisão legislativa, abraçada pelo presidente Emmanuel Macron em publicação imediata em rede social, foi vista como reafirmação do Estado laico. E içada contraofensiva a um ambiente global crescentemente conservador, que avança — ou tenta — sobre direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, a começar pelos Estados Unidos, onde a Suprema Corte reviu, em 2022, decisão que garantia o direito ao aborto havia 49 anos.

Vera Magalhães - Lula está com um foco, e o povo, com outro

O Globo

Presidente resolveu falar a seu público mais convertido, enquanto pesquisas apontam corrupção e segurança como maiores preocupações dos brasileiros

Uma das piores coisas que podem acontecer a um governo é um presidente experimentado, que passou a vida sendo louvado pelo tino político e pela forma intuitiva como governa, se ver defendendo pautas e prioridades completamente desconectadas daquelas que a população considera mais importantes.

É o que parece estar acontecendo com Lula, sobretudo neste início de ano. Outro fator que agrava a situação e atrapalha a possibilidade de o governo corrigir a rota é haver poucos expoentes do entorno próximo do presidente com senioridade e coragem para dizer a ele que está errando e deveria rever o rumo.

No primeiro mandato, o círculo próximo ao petista era composto de pessoas que tinham intimidade com ele e autoridade política para confrontar algumas de suas decisões. Independentemente do que aconteceu com eles em investigações posteriores, Luiz Gushiken, José Dirceu e Antonio Palocci, entre outros, tinham cacife para confrontar as certezas sempre veementes que fizeram Lula chegar aonde chegou na política, mas nem sempre são o melhor caminho no exercício da Presidência.

Bernardo Mello Franco - Novos palcos para o extremismo

O Globo

Fora do governo, bolsonaristas se organizam para transformar comissões da Câmara em trincheiras de guerra cultural

Caroline de Toni foi uma aluna esforçada de Olavo de Carvalho. O guru do bolsonarismo morreu, mas ela segue fiel à sua cartilha. Investe na radicalização ideológica, no armamentismo e na tática da guerra cultural.

A deputada do PL vai presidir a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara. A escolha não é caso isolado. Fora do governo, a extrema direita se organizou para ocupar novos palcos. Comandará os colegiados que debatem educação, segurança, temas da família.

De Toni integra a bancada dos detratores do Supremo. Já acusou o tribunal de chefiar uma “ditadura judicial” e pediu a destituição do ministro Alexandre de Moraes. Seus ataques têm um quê de autodefesa. Ela era próxima ao ex-deputado Daniel Silveira, condenado por ameaças à Corte, e chegou a ser investigada por ligação com atos antidemocráticos.

Frequentadora de clubes de tiro, a olavista costuma divulgar fotos de fuzil a tiracolo. No ano passado, apresentou projeto para permitir que os estados legislem sobre a liberação de armas de fogo. A ideia já foi declarada inconstitucional.

Fabio Giambiagi – Nunca mais

O Globo

Os políticos deveriam deixar claro que não há outra atitude diante daquelas aberrações que não um repúdio veemente

Há algo muito errado com o Brasil. O contexto histórico da época (o que os alemães chamam de zeitgeist), marcado por diversos escândalos, explica que em 2018 o país tenha escolhido um presidente como Bolsonaro.

É espantoso, porém, para uma nação que pretenda se definir como tal, seguindo as palavras de Ortega y Gasset (“uma nação é um projeto de vida em comum”), que não haja uma condenação clara às barbaridades perpetradas por aqueles que, sem sombra de dúvida, tramaram um golpe de Estado na transição entre 2022 e 2023.

O fato de que, em função do receio de “cancelamento” por parte dos cangaceiros das mídias sociais, uma parte do corpo político do país conserve a ambiguidade diante daquelas manifestações criminosas revela que a nação está, em parte, doente.

Se aquele bando que tentou “virar a mesa”, revertendo o resultado das eleições e subvertendo a ordem constitucional, fez o que fez, foi por entender que forças relevantes do país iriam amparar tais disparates.

Janaína Figueiredo - Milei faz Argentina de laboratório

O Globo

Milei aplicou sua serra elétrica e quem está pagando o custo de sua decisão não é a casta política, são os setores mais vulneráveis

Buenos Aires - Em recente artigo intitulado “Uma situação perigosa”, o economista salvadorenho Manuel Hinds, que comandou a pasta de Economia em 1979 e de Finanças entre 1995 e 1999, considerado um dos ideólogos da dolarização em seu país, analisou o programa econômico do presidente da ArgentinaJavier Milei, e utilizou uma metáfora que pode parecer exagerada, mas não é.

Hinds, que por questionar o governo de Nayib Bukele foi perseguido e hoje vive exilado na Europa, comparou a Argentina com uma fazenda, na qual o dono, de uma hora para a outra, decide deixar de alimentar seus animais para reduzir custos e equilibrar contas. “Depois de alguns meses, a alimentação dos animais é retomada, com a esperança de que eles ainda estejam lá, e de que esta horrível solução não tenha de voltar a ser aplicada”, escreveu o economista, até pouco tempo atrás admirado por colegas que assessoram o presidente argentino.

Venezuela convida UE, ONU e EUA e outras organizações para observar as eleições

Por O Globo e agências internacionais 

Data da eleição presidencial foi anunciada para 28 de julho; Maduro tentará reeleição, mas principal opositora está inabilitada

Caracas - A União Europeia (UE), o Centro Carter, dos Estados Unidos, e um painel de especialistas das Nações Unidas estão entre os convidados para observar as eleições presidenciais da Venezuela, marcada para 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro deverá tentar a reeleição. A UE enviou uma missão em 2021 para as últimas eleições de governadores e prefeitos, enquanto o Centro Carter e a ONU também enviaram painéis de especialistas.

— Estendemos um convite para que participem como observadores eleitorais, desde que cumpram os requisitos e regulamentos constitucionais e legais estabelecidos — afirmou o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, em declarações à imprensa nesta quinta-feira.

A data da eleição presidencial foi anunciada há dois dias para daqui a quase cinco meses, um prazo que, segundo especialistas, dificultaria uma missão de observação europeia, que ainda não se pronunciou sobre o convite.

Nelson Motta - Tom Jobim, a crônica de um musical

O Globo

Como incluir umas 25 composições em umas duas horas e meia de espetáculo sem deixar de fora canções belíssimas assinadas pelo maestro soberano?

Muito animado com o início da produção de “Tom Jobim, o musical”, que escrevi junto com Pedro Brício e será dirigida por João Fonseca, parceiro do megassucesso “Vale tudo, o som e a fúria de Tim Maia”, que ficou três anos em cartaz.

Já temos um texto “final”, que na verdade não é final nunca e vai sendo transformado até a estreia e mesmo depois da estreia vai sendo ajustado, e em breve começarão os testes de elenco, de atores, cantores, bailarinos, músicos, que viverão Tom, Vinicius de Moraes, que será uma espécie de narrador, Teresa Hermanny, a primeira mulher, Ana Jobim, a musa eterna até o fim, a filha Maria Luisa, João Gilberto, Elis Regina, e muitos personagens que contam a história gloriosa de Tom Jobim, “o” musical, o maestro soberano, e suas músicas maravilhosas.

Poesia | O sonho, de Clarice Lispector

 

Música | Teresa Cristina - Meu mundo é hoje, de Paulinho da Viola