Se eleito, centrista começaria por atos contra corrupção, reforço de laço europeu e reforma trabalhista
Fernando Eichenberg | O Globo
-PARIS- Se vencer hoje, Emmanuel Macron, 39 anos, se tornará o presidente mais jovem da França, e o primeiro eleito a não pertencer a um dos partidos da esquerda e direita parlamentares tradicionais que há décadas se alternam no poder no país. No período de menos de um ano, o pouco conhecido ministro da Economia do governo François Hollande deixou o cargo, criou seu movimento centrista “Em Marcha!” e figura hoje como o favorito nas pesquisas de opinião para ocupar o Palácio do Eliseu pelos próximos cinco anos. Macron reivindica a renovação da governança na França, sustentado num programa próEuropa, de economia aberta, flexibilização da legislação trabalhista, redução de impostos e moralização da vida política. Se eleito, sua margem de manobra dependerá do resultado das eleições legislativas de junho e de sua capacidade de formar uma maioria na Assembleia Nacional que permita sua governabilidade. Macron revelou já ter escolhido seu premier, mas só anunciará sua identidade se sair vencedor nas urnas.
‘A DIREITA DA ESQUERDA E A ESQUERDA DA DIREITA’
Para o analista Bruno Cautrès, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences-Po), uma das primeiras medidas que o novo presidente tomará, uma vez empossado, será cumprir sua promessa de moralização da vida política, após uma campanha sacudida por casos de corrupção envolvendo o candidato da direita tradicional, François Fillon, e também sua adversária nesta reta final, Marine Le Pen.