É visto como instrumento e como fim ultimo, como recurso e como meio de vida”.
(Marco Aurélio Nogueira, no livro Potência, limites e seduções do poder, pág. 9 – Editora UNESP, São Paulo, 2008)
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
DEU EM O GLOBO
Ex-secretário de Saúde, apontado como um dos beneficiários do esquema, nega participação
Evandro Éboli
BRASÍLIA. O deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF), que deixou anteontem a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foi apontado por Durval Barbosa Rodrigues como mais um beneficiário do esquema de corrupção que atingiu o governo, deputados distritais e outros políticos.
Durval, que delatou as negociatas, disse aos procuradores do Ministério Público que parte do dinheiro embolsado pelo empresário Alcir Colaço, flagrado pelas imagens guardando maços de notas de R$ 100 na cueca, foi destinado a Carvalho e ao seu então subsecretário, Fernando Antunes, presidente do PPS no DF.
Deputado diz que denúncias são fruto de represália João Luiz, ex-subsecretário de Recursos Humanos da secretaria, também foi filmado recebendo R$ 20 mil de Durval. Esse dinheiro seria referente a contrato da Unirepro, uma empresa de software de impressão, reprografia e de gráfica. Esse montante seria para o próprio João Luiz. Uma diretora da Unirepro aparece numa das imagens entregando dinheiro a Durval e afirma que o destino é Augusto Carvalho e Fernando Antunes.
Freire diz que denúncia parte de "um jogral combinado de bandidos".
Por: Valéria de Oliveira
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, anunciou, nesta terça-feira, que vai entrar na Justiça contra a diretora comercial da Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda, Nerci Soares Bussamra. Ela afirmou que o ex-senador recebeu ajuda financeira do esquema de "compra de políticos" instalado no governo do Distrito Federal. Freire repeliu as afirmações da empresária e anunciou que seus advogados já estão elaborando ação judicial para que ela se retrate.
Freire afirmou ainda que está à disposição da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público para prestar quaisquer esclarecimentos. Disse também que suas contas estão disponíveis, abertas para as investigações que essas instituições julgarem necessárias. Em nota divulgada hoje, o ex-senador lembrou que tem 40 anos de vida pública, pautados pela ética, e disse que seu nome não pode ser jogado na lama porque alguém, "em um jogral combinado de bandidos, grava a si próprio e à sua cúmplice" e envolve o nome do presidente do PPS, tentando transformar isso em prova factual ou evidência. Leia a íntegra da nota.
"Jogral de bandidos
Com tantas imagens contundentes no caso que passou a ser conhecido como "mensalão do Distrito Federal" – numa paródia ao mensalão do PT –, não faltou quem aproveitasse a ocasião para tentar atirar a honra alheia na sarjeta. Foi o caso da senhora Nerci Soares Bussamra que, em um vídeo com o comparsa Durval Barbosa, citou o meu nome como beneficiário desse esquema imoral.
Entretanto, minha vida pública não está à disposição desta senhora e de Barbosa, dono de uma ficha corrida da qual constam 37 processos judiciais. Ao contrário, tenho 40 anos de vida pública marcados pela correção, pela seriedade de propósito e pelo zelo com a ética. Não seria uma gravação de um bandido com uma empresária insatisfeita com a atuação de meu partido à frente de uma secretaria do Distrito Federal que iria manchar minha história. O PPS não aceitou participar de nenhuma prática ilegal, conforme deixou claro o diretório regional. Isso desagradou aqueles que têm negócios com o governo.
A reação dos descontentes não poderia ser mais ordinária. O bandido grava a si mesmo em conversa com a empresária e acredita que isso vá virar verdade? Um jogral de bandidos cita meu nome com a expectativa de produzir evidência? Repilo.
Vou à Justiça com a certeza de que essa farsa cairá por terra.
Roberto Freire
Presidente do PPS
Brasília, 1° de dezembro de 2009."
Por: Redação
O deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF) divulgou, nesta terça-feira, nota na qual repudia a denúncia de irregularidade envolvendo sua gestão à frente da Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal. No documento, o parlamentar diz que o depoimento do Senhor Durval Barbosa é “totalmente falso” e o atribui à represália às medidas moralizadoras tomadas na secretaria. Segundo ele, o contrato com a UNI REPRO, prestadora de serviço de reprografia, objeto das acusações de Barbosa, apresentava valores acima dos praticados pelo mercado. “Por isso, afastei o gestor do contrato e determinei a adesão do mesmo à Ata de Registro de Preços do Comando do Exército”, relatou Carvalho, informando que mandou ainda suspender o pagamento das faturas à empresa.
Na nota, o parlamentar do PPS informou que vai ingressar com ação na justiça contra seus detratores e lembra seus trinta anos de vida pública. “ Meu passado e meu presente públicos, em defesa dos interesses da população, me obrigam a buscar a reparação na esfera judicial dos que injuriam, denunciando fatos que jamais ocorreram”, concluiu Augusto Carvalho. Leia, na íntegra, a nota:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Sinto-me no dever de esclarecer à população do Distrito Federal a respeito das mentiras contidas no depoimento do Senhor Durval Barbosa, reproduzidas em inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça, com referência ao contrato firmado entre a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e a empresa UNIREPRO.
Em nome da confiança que sempre me foi depositada por meus eleitores em trinta anos de vida pública, REPUDIO tais calúnias imputadas a minha administração à frente da Secretaria de Saúde. O tal depoimento é inteiramente falso!
1 - Ao contrário do que disse o Senhor Barbosa, tão logo assumi o cargo de Secretário de Saúde, constatei que o contrato mantido com a UNI REPRO apresentava valores acima dos praticados no mercado. Por isso, ordenei a adesão do contrato à ATA DE REGISTRO DE PREÇOS do Comando do Exército, o que resultou em substancial economia de recursos ao erário.
2 - Recentemente, após ter observado indícios de irregularidades na execução do novo contrato, determinei, em setembro, a realização de auditoria, que, ao final, comprovou a existência de ilícitos, como o pagamento por serviços não prestados. Imediatamente, afastei o executor do contrato, determinei a suspensão do pagamento das faturas e enviei formalmente pedido de explicação à UNI REPRO.
3 - Como não foi dado nenhum tipo de esclarecimento por parte da empresa, solicitei também parecer da Assessoria Jurídica da Secretaria de Saúde para embasar as decisões a serem adotadas com relação ao referido contrato.
4 - Diante disso, fica claro que as acusações infundadas são nada mais que represálias às ações tomadas durante a minha gestão na Secretaria de Saúde.
5 - No depoimento de Durval Barbosa está a origem dos interesses contrariados pelo esquema investigado pela Polícia Federal. É ação criminosa de quem, não tendo seus pleitos atendidos, buscou delação premiada, como se ele mesmo não tivesse totalmente envolvido com os ilícitos. É bom lembrar que pesam contra o delator 37 processos, o que o descredencia a fazer injúrias a quem sempre atendeu aos princípios de moralidade e transparência, norteadores da minha vida pública.
6 - Não recebi, em qualquer momento, recursos de origem ilícita. Também não autorizei quem quer que fosse a fazê-lo em meu nome. Esta é a verdade!
7 - Meu passado e meu presente públicos, em defesa dos interesses da população, me obrigam a buscar a reparação na esfera judicial dos que injuriam, denunciando fatos que jamais ocorreram, para tentar fazer valer interesses inconfessos.
8 - Finalmente, informo que o pedido de exoneração da honrosa posição de secretário de Estado da Saúde do Distrito Federal decorre de decisão tomada por meu partido, o PPS, e da convicção política de que as irregularidades supostamente praticadas por ocupantes de cargos públicos no Governo do Distrito Federal precisam ser minuciosamente apuradas.
Brasília, 1º de dezembro de 2009.
Deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF)
Ex-Secretário de Saúde do Governo do Distrito Federal