O Globo
Lula e Arthur Lira fazem simulacros de
frente ampla, sem programas nem projetos
Lula continua sendo uma metamorfose
ambulante, e cada vez mais se enreda em suas próprias contradições. A esquerda
petista vibra com a atuação do presidente nesses primeiros dias de governo que,
através da retórica radicalizada, mostra-se o “líder da esquerda” da frente
ampla, como se um simulacro pudesse dar ao governo petista as ferramentas reais
para superar as dificuldades atuais. Uma frente ampla se baseia em programas e
projetos, e não na distribuição aleatória de cargos.
Nesse sentido, seria preciso, sim, esquecer o passado para olhar o futuro, ao contrário do que quer a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Senão, este será um governo farsesco repetindo a tragédia que produziu a partir do final do segundo mandato de Lula, acelerando a incompetência no governo de Dilma Rousseff. Se o impeachment de Dilma tivesse sido “um golpe”, teríamos um governo paranoico, que nomeou nada menos que sete ministros golpistas, apoiadores do impeachment em votação aberta, e tem o suporte parlamentar de partidos “golpistas” como o MDB, o União Brasil, o PP, o PSD, e por aí vai.