O Globo
A federação partidária é a mais badalada
alteração da legislação eleitoral que passará a vigorar em 2022. Pela nova
regra, dois ou mais partidos federados são obrigados a funcionar como uma
organização única por quatro anos. Isso significa que disputarão juntos as
eleições deste ano e as municipais de 2024 e que terão uma bancada única no
Congresso e nas Câmaras Municipais de todo o país.
Até onde eu saiba, a federação partidária é
uma invenção brasileira. Em todas as democracias, as legendas se aliam para
disputar uma eleição ou dar sustentação a um governo. Ocasionalmente, partidos
próximos no espectro ideológico se fundem e viram uma nova organização. O
Brasil inventou a fusão envergonhada: um casamento partidário com respaldo para
acabar depois de quatro anos.
Não é fácil fazer uma federação. Os
partidos brasileiros têm uma grande autonomia estadual e municipal. Em muitos
casos, seus parceiros preferenciais (e adversários) nos estados e municípios não
são os mesmos da política nacional.
Em que pese o grande destaque que a discussão em torno de formação de federações partidárias tem recebido, a mais importante mudança da legislação eleitoral que entrará em vigor em 2022 é o fim das coligações nas eleições para deputado federal e estadual.