Selecionado e convertido em manchete, um dos raciocínios de Nunes - de que conquistar intenções de voto hoje direcionadas a Lula é o único caminho possível a Bolsonaro para conseguir levar a eleição ao segundo turno - termina induzindo quem não escutar a entrevista inteira a pensar que o analista acha improvável haver segundo turno e que, portanto, a vitória de Lula no primeiro é uma meta ao alcance da mão, o que justifica aumentar a pressão sobre possíveis aliados num eventual segundo turno para que joguem suas toalhas antes que um debate de rumo imprevisível se instale. Mesmo quando essa pressão já não pode ser feita sobre decisões partidárias formais (afinal o 5 de agosto passou), continua, na pesca de adesões individuais e no fomento a cristianizações a granel. É preciso ouvir a íntegra da entrevista para saber que o prognóstico de Nunes é o oposto, ou seja, de que o mais provável é haver segundo turno, afirmação com a qual encerra suas palavras. Se levada a sério, ao menos como hipótese, converte a captura de náufragos eleitorais em praias vizinhas num insólito ensaio de um encalhe na sua.
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
domingo, 7 de agosto de 2022
Paulo Fábio Dantas Neto* - Conversa política sobre a pauta do largo de São Francisco e a das urnas
Eliane Cantanhêde As últimas não serão as primeiras
O Estado de S. Paulo
Partidos lançam mulheres de última hora, por exclusão, como coadjuvantes e quebra-galhos
Federações, partidos e campanhas deixaram
para a última hora, ou último dia, o lançamento de candidatas, até a presidente
da República, mas, ora, ora, principalmente a vices em chapas para presidente e
governadores. Mais uma vez, como sempre, são ótimas mulheres, mas entram como
coadjuvantes, ou quebra-galhos. As últimas não serão as primeiras.
Depois de meses de brigas e traições, o
“centro democrático”, ou “terceira via”, minguou sem o União Brasil, jogou a
toalha e rendeu-se à única solução disponível: a senadora Simone Tebet
(MDB-MS). Se partidos e caciques estivessem unidos e a candidatura largasse com
chances, seria mesmo uma mulher?
Tebet, 52, tem preparo, seriedade, princípios e DNA (seu pai, Ramez Tebet, foi um respeitável presidente do Senado) e brilhou na CPI da Covid. Mas, na verdade, só virou a segunda presidenciável, ao lado de Vera Lúcia, do PSTU, porque os tucanos implodiram a candidatura de João Doria e não construíram a de Eduardo Leite.
José Roberto Mendonça de Barros* - É necessário preservar a democracia
O Estado de S. Paulo
Não tenho dúvidas de que o momento é decisivo e que o futuro do País está em jogo
No próximo dia 11, será lida na Faculdade
de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, uma nova “Carta às
brasileiras e aos brasileiros em defesa do estado democrático de direito”.
Nela está dito, entre outras coisas, que
“estamos passando por um momento de imenso perigo para a normalidade
democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao
resultado das eleições”.
“Ataques infundados e desacompanhados de
provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de
direito, tão duramente conquistado pela sociedade brasileira.”
Mais ainda: “A solução dos imensos desafios
da sociedade brasileira passa, necessariamente, pelo respeito ao resultado das
eleições”.
É preciso que todos assinem o documento. Não tenho dúvidas de que o momento é decisivo e que o futuro do País está em jogo.
Luiz Carlos Azedo - A profanação do sagrado no rito do Bicentenário
Correio Braziliense
Não há um projeto de nação integrado ao mundo
pós-moderno, capaz de construir um novo consenso nacional. Estamos naufragando
num mar de iniquidades, entre as quais a miséria absoluta e a fome
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD),
manteve a parada militar de 7 de Setembro na Avenida Presidente Vargas, como
acontece tradicionalmente, por solicitação dos próprios militares. Na capital
fluminense se concentram as principais unidades das nossas Forças Armadas – na
Vila Militar, na Baía de Guanabara e na Base Aérea de Santa Cruz. O presidente
Jair Bolsonaro havia anunciado que o desfile seria na Praia de Copacabana, onde
tradicionalmente se reúnem seus apoiadores. O desfile militar sempre começa na
Candelária e termina em frente ao Quartel General do Exército, no Campo de
Santana, onde foi proclamada a República. A polêmica mexe com símbolos e pode
se transformar num rito de passagem nas eleições de outubro deste ano.
A Avenida Atlântica é um símbolo do Movimento Tenentista, ou seja, das revoltas da jovem oficialidade contra seus comandantes, porque a primeira delas ocorreu em 5 de julho de 1922, no Forte de Copacabana, conhecida como Revolta dos Dezoito do Forte, em protesto contra eleição de Arthur Bernardes, em março daquele ano. No dia 4 de julho de 1922, o capitão Euclides Hermes da Fonseca — filho do Marechal Hermes da Fonseca, que estava preso — e o tenente Siqueira Campos preparavam o forte para a revolta que se iniciaria na manhã do dia seguinte. Segundo seus planos iniciais, alguns estados brasileiros e áreas militares do Rio de Janeiro participariam do levante, mas o governo federal já sabia da conspiração militar e a impediu.
Míriam Leitão - Benefício eleitoral vai mudar o voto?
O Globo
Dados inéditos da pesquisa Genial/Quaest
indicam que os ganhos eleitorais do Auxílio Brasil não devem ajudar Bolsonaro
como pensa o governo
Dados inéditos de uma pesquisa de opinião
mostram que o efeito dos benefícios eleitoreiros ainda é pequeno para Jair
Bolsonaro. A propensão de votar nele, por causa da elevação do valor do Auxílio
Brasil, aumenta pouco entre os mais pobres e até diminui entre os que não
querem nem Bolsonaro nem Lula. Já com a queda dos impostos sobre combustível,
há um aumento da propensão de votar em Bolsonaro entre os mais ricos. “O que o
governo queria, que era conquistar a renda baixa, não parece que vai conseguir
o tanto que ele precisa. Mas com o ICMS ele consegue mobilizar uma turma que,
mais ou menos, já é dele”, diz o cientista político Felipe Nunes.
Mesmo sendo residual, o que a pesquisa da Genial/Quaest mostra é que o pouco avanço que Bolsonaro consegue com essas medidas pode levar a disputa para o segundo turno.
Dorrit Harazim - Sois rei?
O Globo
Não será surpresa se o candidato à
reeleição para presidente da República escapulir de todos os debates agendados
pelas grandes mídias profissionais do país
Não é de hoje que o ser humano faz promessas de acordo com suas conveniências, mas age de acordo com seus medos. Para muitos, o medo da morte, quando sobrepassa qualquer outro, pode tornar-se a mais degradante das nossas emoções. A britânica Gertrude Bell, extraordinária mulher da era vitoriana, produziu escritos sobre o tema. Ela tinha escopo e vivência para isso — nascida em família afluente e vanguardista, teve formação e liberdade raras para mulheres de sua época. Bell foi arqueóloga, escritora, desbravadora, aprendeu a língua persa e o árabe, moveu desertos ao lado de T.E. Lawrence e participou do redesenho imperial no pós-Grande Guerra com o então secretário das Colônias, Winston Churchill. Mulherão, em suma. É dela a observação de que o medo da morte esgarça os limites e as convenções que tornam possível a convivência social. “Esse medo revela quanto somos animalescos. Não há nobreza na luta diária pela sobrevivência. Quem vive esse medo deixa de lado honra, autoestima e tudo o mais que poderia dar valor ao mero fato de continuar vivo”, escreveu.
Elio Gaspari - A imprudência do general
O Globo
Com preocupação 'urgentíssima' sobre urnas
eletrônicas, ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, flerta com anedotário
da caserna
O general Paulo Sérgio Nogueira, atual
ministro da Defesa, flerta com o anedotário da caserna onde brilha a carga da
cavalaria ligeira do Lord Cardigan na Batalha de Balaclava. Em 1854, durante a
Guerra da Crimeia, ele atacou uma posição da artilharia russa com seus Dragões.
Fracassou e perdeu 118 soldados. Em Pindorama, ocupando a função civil de
ministro da Saúde, resplandece o general intendente Eduardo Pazuello. Ele
precisava mandar vacinas para Manaus e elas chegaram a Macapá, que fica a mil
quilômetros de distância.
Há dias, Nogueira expediu um ofício
“urgentíssimo” ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo “a
disponibilização dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais” para serem
examinados por oficiais das Forças Armadas. Desde outubro do ano passado, o
Ministério da Defesa tinha em seu arquivo um ofício do então presidente da TSE,
Luís Roberto Barroso, informando que “os códigos-fonte dos programas que
compõem o sistema eletrônico de votação estão disponíveis para inspeção de suas
evoluções, das 10h às 18h, na Sala Multiuso, localizada no subsolo do
edifício-sede deste Tribunal”.
Explicando-se, o Ministério da Defesa diz que o “urgentíssimo” do pedido devia-se à proximidade da eleição de 2 de outubro. Verdade, mas era a Defesa quem estava atrasada, como o candidato do exame do Enem que tomou o ônibus errado e corre para fazer a prova.
Bernardo Mello Franco – A parada do golpe
O Globo
Copacabana já viu quase tudo desde que o
primeiro bonde atravessou o Túnel Velho, em 1892. O bairro assistiu à revolta
dos Dezoito do Forte, ao nascimento da bossa nova e ao maior show dos Rolling
Stones. A depender do capitão, agora receberá um inédito desfile de tanques e
baionetas.
Jair Bolsonaro mandou o Exército transferir
para a orla o cortejo oficial do Sete de Setembro. Quer transformar a
comemoração do bicentenário da Independência numa parada golpista à beira-mar.
No ano passado, o presidente aproveitou a
data cívica para atacar o Supremo Tribunal Federal e chamar as eleições de
“farsa”. Agora planeja usar o feriado para reforçar suas ameaças à democracia.
A ideia é promover uma demonstração de
força a 25 dias do primeiro turno. A Avenida Atlântica já seria o destino da
militância de extrema direita. Com a mudança do desfile, a turma ganhará a
companhia de uma tropa uniformizada e armada.
Bolsonaro quer vender a ideia de que paisanos e militares estão unidos pelo mesmo propósito: assegurar sua permanência no poder, seja pelo voto ou pela ruptura institucional.
Bruno Boghossian – A aliança de Copacabana
Folha de S. Paulo
Ao unir apoiadores e militares, presidente
tenta usar ameaça como arma de sobrevivência política
Se acreditasse que o caminho para ficar no
poder é vencer no voto, Jair
Bolsonaro não precisaria ter convocado os militares para o comício que
pretende fazer no próximo 7 de Setembro. Na semana passada, o presidente anunciou
que vai misturar o tradicional desfile das tropas com uma reunião de apoiadores
prevista para Copacabana no feriado.
Em busca de sobrevivência política, Bolsonaro confia na lógica da intimidação. O presidente já disse mais de uma vez que seus eleitores devem dar o que ele descreve como "recado" para instituições como o STF e o TSE. Para isso, ele espera ver nas ruas os grupos mais afinados com sua retórica conspiracionista batendo continência para militares.
Janio de Freitas - Nova era dos descobrimentos
Folha de S. Paulo
Manifestos em defesa da democracia não se
dirigem só a Bolsonaro
A impossibilidade de uma ideia sadia
de Bolsonaro denuncia,
por si só, algum propósito maléfico em sua ordem que transfere o desfile
de 7 de Setembro para Copacabana, avenida Atlântica. A passagem das tropas,
sem a largura usual nesses velhos exibicionismos, será abaixo de um paredão de
altos edifícios de onde podem sair muitas coisas. Um rojão, por exemplo, dos
usados nos estádios, em mãos bolsonarista e apontado para baixo —pânico,
reações armadas, ninguém dirá o que pode vir.
Talvez seja um exemplo brando. Bolsonaro tem convocado seus seguidores, também os de outros estados, para uma concentração de dimensões excepcionais, ocupando não só os calçadões da avenida Atlântica. Impossível prever o que será de Copacabana, se efetivado o plano. Uma dedução, aliás, se oferece: será um lugar onde, morador ou visitante, não se deve estar naquele dia.
Muniz Sodré* - O passado à frente
Folha de S. Paulo
O telescópio James Webb e a falta de
investimento em universidades federais brasileiras
Na mesma semana em que o telescópio
espacial James Webb estonteava o mundo da ciência com a visão
nítida da luz das galáxias emitida há 13 bilhões de anos, 17
universidades federais brasileiras, com perdas de R$ 400 milhões,
anunciavam o risco iminente de paralisia e os congressistas desmontavam a
Constituição para o governo gastar a perder de vista.
Uma coisa tem muito a ver com as outras. Primeiro é que o telescópio,
construído ao longo de 15 anos, custou quase US$ 10 bilhões, valor próximo aos
R$ 41 bilhões disponíveis para alguns meses de farra pré-eleitoral. Pior,
estima-se em R$ 300 bilhões a meta de gasto, já avaliado como o maior episódio
de corrupção da história republicana.
Ruy Castro - E aquela do Max Nunes?
Folha de S. Paulo
O gênio que desfazia as frases feitas para
fazer crítica e humor
Por falar nos centenários de 2022 que
passaram em branco por falta de espaço, tivemos, em 17 de abril, o de Max Nunes.
Sim, o misto de médico e gênio do humor, criador da dupla Primo Rico e Primo
Pobre (do programa "Balança
Mas Não Cai", de rádio e TV) e de vários personagens de Jô
Soares. Tive a honra de organizar dois livros com as frases de Max: "Uma
Pulga na Camisola" (1996) e "O Pescoço da Girafa" (97). Eis
algumas.
"O dinheiro corrompe. Mas só quem não o tem." "Duplicata é essa
coisa que sempre vence. Nunca empata." "Antes, a união fazia a força.
Hoje, a União cobra os impostos e quem faz a força é você". "Anda
tudo tão caro que até quem desdenha não quer mais comprar." "Mesmo
com salário de fome, os professores do 1º grau não deixam de ir à escola. Mas é
por causa da merenda."
Cacá Diegues - A vida no lugar da morte
O Globo
O que hoje no Brasil nos faz mal e nos faz
sofrer é um pesadelo que nos foi imposto pelos inimigos da Democracia
É a Humanidade que está se desfazendo ou
são os meios de comunicação que se multiplicaram e se aperfeiçoaram,
colocando-nos imediatamente a par de tudo o que está acontecendo no mundo? Num
passado não muito distante, nós levávamos um certo tempo para saber o que se
passava na Europa ou em qualquer outro continente desse planeta.
Das guerras mundiais que tanto marcaram o século XX nós sabíamos o que havia acontecido na semana passada. Agora acompanhamos ao vivo o reboliço do mar acabando com as cidades costeiras do Japão ou a invasão da Ucrânia pelo Exército russo de Putin. Não importa mais o país, em que continente, está tudo a nosso imediato alcance.
Sérgio Augusto - O 7 de setembro pode virar o anúncio de um golpe
O Estado de S. Paulo
No ano do bicentenário da Independência, a
data pode se transformar numa manifestação distante de um ato cívico
Daqui a um mês estaremos comemorando
o Bicentenário da Independência e, se consumadas as ameaças do
presidente, acompanhando ao vivo um golpe de Estado. No ano do Centenário da
Independência, o máximo em agitação militar que tivemos, dois meses
antes da festa, foi aquela marcha dos tenentes pela orla de Copacabana.
O patético ensaio para o golpe, no último 7
de Setembro, com aqueles tanques resfolegando e queimando óleo na Praça dos
Três Poderes, teve ao menos um mérito: desacreditar, com um ano de
antecedência, qualquer calhordice eventualmente programada para o próximo Dia
da Pátria.
Ficaremos, quero crer, no trivial desfile,
no “marcha soldado”, tão do agrado das crianças de antigamente. Nunca me
levaram a uma parada de 7 de Setembro. Nem eu pedi. Ao meu precoce desinteresse
por patriotadas marciais agregou-se, mais tarde, uma implicância com a
monarquia escravocrata aqui implantada e sua nobreza biônica, embrião e arrimo
das oligarquias que se assenhorearam do País.
Talvez por isso, minha lembrança mais viva da efeméride não seja sequer o acadêmico Grito do Ipiranga, imaginado e pintado por Pedro Américo no final do século 19, mas o brado sacana que há 52 anos Ziraldo bolou para o Pasquim, com D. Pedro 1.º não mais a bradar, de espada em riste, “Independência ou morte!”, mas “Eu quero mocotó!!” A zombaria irritou paca os generais no poder, que quase fecharam o jornal.
Cristovam Buarque* - Salvem os militares
Blog do Noblat / Metrópoles
O Brasil precisa de Forças Armadas
respeitadas, competentes, que sejam e passem a imagem de respeito às
instituições democráticas nas urnas
De tanto elas terem servido para reprimir práticas democráticas internas, sem guerras externas, começa a surgir na juventude um sentimento contra as Forças Armadas, especialmente o Exército. Este sentimento não é bom para o Brasil, pelo menos antes que surja uma desmilitarização de toda a América Latina e da África Atlântica, além de uma pacificação mundial, que permitam deslocar os gastos militares para outras prioridades, tais como erradicação da pobreza, educação, saúde, segurança interna. Difícil disto ocorrer, e se ocorrer, será quando a ciência e a tecnologia fizerem as armas obsoletas e a moral fizer a consciência humana superar conflitos. Até lá, o Brasil precisa de Forças Armadas respeitadas, competentes, que sejam e passem a imagem de respeito às instituições democráticas nas urnas. Por isto, precisamos ajudar os militares nesta direção.
Fernando Carvalho* - O Golpe que Bolsonaro vai dar
O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões
Editoriais / Opiniões
Preço da arruaça
Folha de S. Paulo
Resposta vigorosa da sociedade a ameaças
golpistas evidencia riscos da aposta de Bolsonaro na baderna
A resposta veemente da sociedade às ameaças
golpistas do presidente Jair
Bolsonaro (PL) mostrou ao mandatário que o preço a ser pago
pelos que ousarem se insurgir contra a ordem
democrática aumentou.
As adesões à carta dos ex-alunos da
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, que será lida em público na
próxima quinta-feira (11), se aproximam de 800 mil.
Um manifesto articulado pela Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo, divulgado na sexta (5), foi
subscrito por mais de uma centena de associações, incluindo a Federação
Brasileira de Bancos, as maiores centrais sindicais e a União Nacional dos
Estudantes.
A Abert, que representa emissoras de rádio
e TV, a Aner, dos editores de revistas, e a Associação Nacional de Jornais, da
qual a Folha faz parte, também lançaram seu manifesto.
Basta passar os olhos pelas listas de apoiadores
para perceber seu ecletismo, bem como a presença de pessoas e organizações que
antes preferiam manter silêncio diante dos desmandos do presidente.
As manifestações apontam os princípios da Constituição de 1988 como valores inegociáveis, e a estabilidade democrática como indispensável para a prosperidade do país.