“Hoje, na abertura do XVI Congresso do PPS, serão homenageados dois nomes bem expressivos do campo da esquerda histórica: Luiz Werneck Vianna e Milton Coelho da Graça. Milton Coelho da Graça, pelo que sei, é um quadro militante do pecebismo dos V e VI Congresso do PCB. Werneck Vianna, hoje conhecido como um dos últimos grandes intelectuais comunistas, é um dos quadros mais inquietos da nossa intelectualidade acadêmica, cujos textos, creio, já li e reli todos.
Intelectual de ação pública, Vianna tornou-se um intérprete da nossa formação social, nisso me lembrando o exemplo de Caio Prado e a larga interpelação do historiador a seu partido comunista. Werneck se dedicou - e se dedica cada vez mais nestes últimos tempos de abandono do estilo publicista do ensaismo brasileiro - a pensar o país com fins formulativos da política democrática.
Num empreendimento singular, Werneck associou a ideia leniniana da revolução na periferia capitalista, particularmente o tema da via prussiana, ao pensamento de Gramsci.
Primeiro, recorreu à teoria gramsciana da revolução passiva, buscando fundamentar o reformismo dos comunistas brasileiros. Depois, valorizou as notas que o comunista italiano escreveu sobre o americanismo, visando atualizar o agir das esquerdas aos novos tempos.
Com sagacidade, Werneck Vianna dialoga constantemente com o nosso pensamento social e com a ciência política internacional. Sua elaboração continua oferecendo uma das mais instigantes formulações da esquerda brasileira. Sobremaneira pelos seus dois pontos maiores: o do reforço da tese da democratização progressiva da vida nacional e o do tema da sociabilidade inovadora que Werneck Vianna vê pedindo plena passagem entre nós; neste país dinâmico – sempre insiste ele - e rico por suas energias socioculturais.
Salutar o otimismo do autor, neste momento de descrédito na política e de erosão das instituições.”
(Raimundo Santos, a propósito das homenagens que serão realizadas nesta 6ª. Feira, 7/8/2009, no centro do Rio de Janeiro, no Hotel Guanabara, av. Presidente Vargas, às 18 hrs., na abertura do XVI Congresso Nacional do PPS)
Intelectual de ação pública, Vianna tornou-se um intérprete da nossa formação social, nisso me lembrando o exemplo de Caio Prado e a larga interpelação do historiador a seu partido comunista. Werneck se dedicou - e se dedica cada vez mais nestes últimos tempos de abandono do estilo publicista do ensaismo brasileiro - a pensar o país com fins formulativos da política democrática.
Num empreendimento singular, Werneck associou a ideia leniniana da revolução na periferia capitalista, particularmente o tema da via prussiana, ao pensamento de Gramsci.
Primeiro, recorreu à teoria gramsciana da revolução passiva, buscando fundamentar o reformismo dos comunistas brasileiros. Depois, valorizou as notas que o comunista italiano escreveu sobre o americanismo, visando atualizar o agir das esquerdas aos novos tempos.
Com sagacidade, Werneck Vianna dialoga constantemente com o nosso pensamento social e com a ciência política internacional. Sua elaboração continua oferecendo uma das mais instigantes formulações da esquerda brasileira. Sobremaneira pelos seus dois pontos maiores: o do reforço da tese da democratização progressiva da vida nacional e o do tema da sociabilidade inovadora que Werneck Vianna vê pedindo plena passagem entre nós; neste país dinâmico – sempre insiste ele - e rico por suas energias socioculturais.
Salutar o otimismo do autor, neste momento de descrédito na política e de erosão das instituições.”
(Raimundo Santos, a propósito das homenagens que serão realizadas nesta 6ª. Feira, 7/8/2009, no centro do Rio de Janeiro, no Hotel Guanabara, av. Presidente Vargas, às 18 hrs., na abertura do XVI Congresso Nacional do PPS)