O Estado de S. Paulo
Além do assassinato de Marielle em si, a falta de solução para o crime enlameia a reputação do País
No prédio de número 64 na rua Gitschiner,
em Berlim, há um mural para homenagear a vereadora brasileira Marielle Franco e
lembrar seu assassinato em março de 2018. De lá, caminha-se 20 minutos pelo
bairro boêmio de Kreuzberg e se chega à Marielle-Franco-Platz. Há espaços
públicos com o nome de Marielle em Paris, Florença, Amsterdam e Buenos Aires.
Em Lisboa, onde moro, há um mural em homenagem a Marielle no Monsanto, o maior
parque da cidade.
A repercussão internacional do assassinato de Marielle foi um dos pretextos jurídicos para que a investigação saísse do Rio de Janeiro e passasse à alçada federal, no início deste ano. Nesta semana, em delação premiada, o ex-policial Élcio de Queiroz confirmou que o crime havia sido planejado, acusou o miliciano Ronnie Lessa de ser o executor e revelou detalhes fundamentais para que a Polícia Federal chegue ao mandante.