sábado, 28 de junho de 2014

Opinião do dia: José Serra

Não tendo mais auroras a oferecer, não sabendo por que governa nem por que pretende governar o País por mais quatro anos, e percebendo que amplos setores da sociedade desconfiam dessa eterna e falsa luta do "nós" contra "eles", o petismo começa a adentrar terrenos perigosos. Se a prática não chega a ameaçar a democracia - tomara que não! -, é certo que gera turbulências na trajetória do País. No apagar das luzes deste mandato, a presidente Dilma Rousseff decide regulamentar, por decreto - quando poderia fazê-lo por projeto de lei -, os "conselhos populares". Não por acaso, bane o Congresso do debate, verticalizando essa participação, num claro mecanismo de substituição da democracia representativa pela democracia direta. Na Constituição elas são complementares, não excludentes. Por incrível que pareça - mas sempre afinado com o bolchevismo sem utopia -, o modelo previsto no Decreto 8.243 procura substituir a democracia dos milhões pela democracia dos poucos milhares - quase sempre atrelados ao partido. É como se o PT pretendesse tomar o lugar da sociedade.

José Serra, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo. O PT fora do eixo, O Estado de S. Paulo, 26 de junho de 2014

PSB oficializa neste sábado a candidatura de Eduardo Campos à Presidência

• Em discurso por mudança, convenção acontece em dia de jogo mata-mata do Brasil na Copa

Júnia Gama -

BRASÍLIA E TERESINA — Dividindo as atenções com o jogo do Brasil contra o Chile nas oitavas de final da Copa do Mundo, o presidenciável Eduardo Campos irá oficializar amanhã de manhã sua candidatura à Presidência da República, em convenção do PSB em Brasília. Campos estará de mãos dadas com Marina Silva, sua vice, a quem pretende dar no início da campanha um espaço quase idêntico ao que ele mesmo receberá. O cenário já montado hoje no centro de convenções, com os dois expostos com o mesmo tamanho, e o “jingle” de campanha, divulgado hoje pelo presidenciável, são uma demonstração clara.

O discurso do ex-governador de Pernambuco, que deverá encerrar o evento, seguirá a linha de aposta na mudança, com retomada do crescimento, mas sem propor uma ruptura. Campos acredita ter mais a ganhar com um tom de avanços a partir do cenário atual, oferecendo "um novo ciclo" de conquistas, do que propondo rompimentos, como tem feito o tucano Aécio Neves. Uma das preocupações de Eduardo Campos é insistir em divulgar a ideia de que os programas sociais do governo, como o Bolsa-Família, não serão interrompidos caso seja eleito. Campos deverá reforçar a crítica à polarização PT-PSDB e perpassar em sua fala valores como ética, diálogo, justiça, eficiência, superação, paz, competência, inovação e humanização.

Um dos problemas que não pôde ser contornado para este sábado, apesar de alertas de assessores, foi o fato de a convenção ocorrer no mesmo dia em que a seleção brasileira irá disputar contra o Chile pela Copa do Mundo. Para minimizar uma possível evasão de torcedores, Eduardo mandou que fossem colocados telões no local para transmissão do jogo. Sua ideia é terminar o evento antes das 13h, hora prevista para o início da partida, mas, caso isso não seja possível - além do ex-governador e de Marina Silva, devem fazer discursos representantes de outros partidos da aliança - ele mesmo deverá assistir ao jogo no local.

- Não tínhamos boa escolha para a data da convenção, então vamos colocar esses telões e, dependendo de como vai ser, eu vou assistir o jogo lá mesmo - disse hoje.

O evento deverá ser iniciado com a projeção de um vídeo mostrando o "processo de construção" da aliança entre PSB e a Rede de Marina Silva, que surpreendeu o meio político em outubro do ano passado, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da Rede.

Segundo assessores, após os presidentes dos demais partidos da aliança - PHS, PRP, PPL e PPS -, Marina irá discursar reafirmando os princípios que sustentam a união com o PSB e abordando de forma mais aprofundada como pretende fazer uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável caso a chapa vença a eleição. A ex-senadora também deverá aproveitar o momento para criticar PT e PSDB e a polarização entre os dois partidos no debate eleitoral.

Hoje em Teresina, onde participou da convenção que homologou o governador José Filho (PMDB) como candidato a reeleição, Campos afirmou que o PSB ajuizou ação na justiça eleitoral contra o governo Dilma Rousseff. A presidente cedeu ao PR, que exigiu a saída do ministro dos Transportes, Cesar Borges em troca de apoio à reeleição.

Campos ainda é incógnita como 3ª via

• Patinando nas pesquisas, PSB confirma hoje dobradinha de ex-governador com Marina Silva; slogan da dupla é 'coragem de mudar'

Isadora Peron, Daiene Cardoso, João Domingos - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Com o slogan "Coragem para mudar", o PSB lança hoje a candidatura a presidente do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e a vice da ex-ministra Marina Silva na tentativa de se viabilizar como candidatura competitiva e chegar a uma das vagas em disputa num eventual segundo turno. O plano é acertar o discurso que possa consolidá-los como terceira via em uma eleição que aparenta caminhar, pela sexta vez consecutiva, para a polarização entre PT e PSDB.

"A partir de agora, o nosso desafio é mostrar que é possível mudar mais, considerando que as mudanças no governo da presidente Dilma Rousseff foram insuficientes", afirma o coordenador da campanha, Carlos Siqueira. O tom será oposicionista: "Nós vamos dizer o que não foi feito e o que pode ser feito".

Uma das formas de explicitar o que não foi feito no atual governo, segundo o PSB, é dizer que o Brasil ainda é um dos países mais desiguais do mundo, apesar de Dilma dizer com frequência que as gestões dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza. A proposta da dupla Campos-Marina para mudar essa situação é fazer uma reforma tributária que mude o pacto federativo e possibilite que os próprios Estados façam os investimentos necessários para as melhorias sociais.

Conciliar o discurso pelo desenvolvimento sustentável à preocupação social tem sido uma das tentativas da dupla para se posicionar como terceira via sem cair em contradição. Isso porque ambos atuaram diretamente nos governos Lula.

Marina, uma das fundadoras do PT, foi ministra do Meio Ambiente de Lula de 2003 a 2008. Campos deixou o Ministério de Ciência e Tecnologia em 2005 para retornar ao mandato de deputado e defender o governo no Congresso em meio à crise do mensalão. Depois, foi eleito governador de Pernambuco em 2006 e reeleito em 2010, sempre com apoio de Lula. Fora isso, o PSB integrou o governo Dilma até setembro de 2013, quando entregou dois ministérios e postos de segundo escalão.

Estagnação. Entretanto, o discurso de que a dupla seria a única opção capaz de fazer as reformas que o País precisa sem prejudicar as conquistas sociais não se reverteu em avanços significativos nas pesquisas de intenção de votos. Campos tem registrado índices ao redor de 10% e ficado em terceiro, atrás do tucano Aécio Neves - na faixa dos 20% - e de Dilma. A presidente lidera os levantamentos, mas tem visto cair a diferença para a soma dos adversários, o que indica realização de segundo turno.

Campos vai começar a campanha oficial menor do que imaginava. A expectativa de dirigentes do PSB era a de que ele estivesse com quase 20% das intenções de voto - o que significaria chances reais de ir ao segundo turno - apoiado pelo prestígio de Marina. Em 2010, a ex-ministra somou mais de 19 milhões de votos na disputa presidencial.

Além disso, a junção do PSB com a Rede Sustentabilidade, grupo que apoia Marina, enfrenta dificuldades. A dupla tenta se dizer adepta da "nova política" e critica os acordos partidários dos adversários. No entanto, a decisão dos diretórios de Rio e São Paulo de se aliarem a PT e PSDB nas disputas estaduais, respectivamente, abriu uma crise entre Rede e PSB. Para que a convenção de hoje fosse realizada em paz, Campos e Marina fecharam um pacto na quarta-feira para superar as divergências regionais e concentrar as energias na eleição nacional.

O evento de hoje, marcado para o mesmo dia em que o Brasil enfrenta o Chile pelas oitavas de final da Copa, vai testar o nível de organização do PSB. A convenção foi planejada para ser rápida e terminar a tempo de os participantes assistirem à partida, às 13h. Além de Campos e Marina, devem discursar apenas os presidentes dos partidos da coligação (PPS, PPL, PRP e PHS).

Para compensar o pouco tempo de TV da coligação (menos de 2 minutos por bloco), a campanha vai investir nas redes sociais e em viagens pelo País. Para otimizar o tempo e visitar mais cidades, Campos e Marina vão rodar o Brasil mais separados que juntos.

Na convenção do PSB, Campos dirá que é o candidato do diálogo

Marina Dias, Ranier Bragon – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, BRASÍLIA - Em uma tentativa de justificar alianças com partidos adversários e o governo de ampla coalizão que fez em Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) vai calibrar o discurso de mudança que tem sustentado durante a pré-campanha neste sábado (28), dia em que oficializa sua candidatura à Presidência.

Na convenção do PSB, que será realizada em Brasília, Campos dirá que é aquele capaz de dialogar com todos os partidos, inclusive com PT e PSDB, para assim "unir forças pelo país".

Sob o slogan "Coragem para mudar o Brasil" –que terá variações com a palavra "compromisso", entre outras–, o presidenciável dará exemplos da história recente, como as Diretas-Já e o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, para explicar que a união de lideranças que atuam em lados opostos pode ter resultados positivos.

A cúpula da campanha avalia que, dessa forma, Campos justifica as alianças do PSB em São Paulo com os tucanos e, no Rio, com os petistas, tachadas de contraditórias por adversários.

O PSB optou pelo PSDB e pelo PT em dois dos maiores colégios eleitorais do país porque não conseguiu construir candidaturas viáveis com nomes da sigla. Acabou, por isso, sucumbindo a pressões dos diretórios locais do partido, interessados nas alianças que acabaram sendo feitas.

Além de São Paulo e Rio, Campos também estará no palanque de partidos criticados por ele no plano nacional, como o PMDB. O PSB terá candidato próprio em 12 Estados. Em sete, apoiará o PMDB, em outros dois, o PT, e em três, o PSDB.

Durante gestão em Pernambuco, o ex-governador chegou a ter o apoio de 17 partidos. Em quase oito anos à frente do Palácio do Campo das Princesas, nomeou parentes de políticos para cargos públicos e entregou postos no primeiro escalão a partidos que eram inicialmente de oposição, como o PSDB.

Todos esses são fatos contraditórios ao discurso que o pernambucano ecoa desde outubro, quando a ex-senadora Marina Silva, vice em sua chapa na disputa pelo Planalto, filiou-se ao PSB.

Colocando-se como terceira via, Marina rechaça os acordos com tucanos e petistas e estende a Campos a posição de alternativa à polarização entre PT e PSDB.
Até agora, o pernambucano tem feito discurso crítico à distribuição de cargos em troca de apoio, diz que, se eleito, governará sem as "velhas raposas" da política.

Sua fala na convenção não deixará, no entanto, de ter o habitual tom oposicionista ao governo Dilma Rousseff. Campos também deve provocar o tucano Aécio Neves, que nesta semana sugeriu a políticos que "suguem mais um pouco [do governo], depois venham para o nosso lado", referindo-se à base da presidente Dilma.

Campos quer mostrar as insuficiências do modelo petista e apresentar a educação e a segurança pública como duas das prioridades de seu eventual governo.
O evento deste sábado em Brasília deve terminar antes do jogo Brasil x Chile, que acontece às 13h.

Os desafios de Campos depois da convenção

- Correio Braziliense

O relacionamento entre Eduardo Campos e Marina Silva, saudado no fim do ano passado como o acontecimento político do ano, chega ao altar hoje, em Brasília, com uma série de rusgas na base, necessidades de reafirmação constante dos votos de amor e questionamento sobre a viabilidade eleitoral da aliança na disputa presidencial de outubro. Às vésperas da convenção nacional do PSB, integrantes da Rede ratificam a parceria, mas lembram que, tão logo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conceda o registro da nova legenda, os marineiros mudam-se de mala e cuia para o partido recém-criado.

Com a intenção de gerar ciúmes, houve o cuidado para que a imagem de ambos tivesse o mesmo tamanho na convenção, para não dar ar de superioridade. "É natural que seja assim, são duas personalidades políticas que se uniram em um mesmo projeto, sem ideia de subordinação", explicou um estrategista. Mas o discurso de afinidade não impediu que o dia de ontem fosse reservado às explicações e aos ajustes políticos. "Não há nenhum problema entre nós. As notas foram necessárias para que todos entendessem que não é um partido único, são dois unidos. O PSB abrigou uma instituição partidária, não indivíduos avulsos", explicou o deputado Walter Feldmann (PSB-SP) que, por causa das divergências na formação de palanques regionais, deixará a vida pública e voltará a se dedicar à medicina.

Integrantes do comando do PSB afirmam que, entre Marina e Eduardo, a afinidade é completa. A sintonia repete-se entre Carlos Siqueira, Pedro Ivo e Basileu (responsáveis pela articulação política) e entre Maurício Rands e Neca Setúbal (responsáveis pela elaboração do programa de governo). O problema está na base dos partidos nos estados. "A Rede ainda funciona nos moldes do antigo PT. Precisa soltar documentos para reafirmar posições", disse um integrante da cúpula da campanha.

Às vésperas do início da corrida eleitoral, Eduardo Campos — diferentemente de seus principais adversários, Aécio Neves e Dilma Rousseff — ainda não tem um marqueteiro para fazer a campanha. O estilo de Eduardo e Marina contribui para essa demora. O ex-governador de Pernambuco é centralizador, ouve as sugestões de assessores, mas não abre mão de ser ele o responsável por bater o martelo em tudo. Já Marina, adepta do discurso direto com o eleitorado e com a juventude, acha que não há necessidade de se contratar um marqueteiro, o que inevitavelmente acontecerá mais para frente.

A convenção do PSB de hoje servirá para a apresentação do jingle de campanha de Eduardo, um rap com o mote da mudança. A escolha do ritmo musical — em alguns momentos a canção arrisca um samba — é uma tentativa do candidato do PSB de aumentar a inserção na Região Sudeste, terreno controlado por PSDB e PT. Curiosamente, o jingle de Dilma é um xote, reforçando a presença petista no Nordeste, área de influência do ex-governador de Pernambuco.

A convenção, que será mais curta por causa da Copa do Mundo (leia matéria ao lado) terá ao todo seis discursos. Antes de Eduardo, falarão o presidente do PHS, Eduardo Machado; do PRP, Vasco Rezende; do PPL, Sérgio Torres; do PPS, Roberto Freire; e a candidata a vice, Marina Silva. As palavras do candidato socialista serão um mix de tudo o que ele tem dito nos últimos meses: críticas ao fisiologismo e ao paternalismo do governo Dilma, a reafirmação de que a parceria entre ele e Marina representa a nova política, além da apresentação de propostas que serão esmiuçadas ao longo da campanha.

Esperança
Estrategistas e políticos experientes apontam que a caminhada de Eduardo Campos é longa e difícil. O que o anima são pesquisas internas feitas pelo argentino Diego Brandy, mostrando que, com Marina como vice, o percentual de votos deles, hoje estacionado nos 5%, chega aos 20%. "É a única vice que potencializa o candidato", dizem os aliados do presidenciável do PSB. Outro ponto em que Eduardo se agarra é que, entre os eleitores que dizem conhecer bem os três candidatos, é ele quem aparece à frente. "Temos condições de iniciar uma campanha falando para um público que está ausente nos discursos de nossos adversários: os jovens que lotaram as ruas do país em junho do ano passado", disse Feldmann.

Feldmann reconhece que os problemas estaduais pesaram nas divergências recentes. Os embates em São Paulo e no Rio de Janeiro em torno de uma candidatura própria ou de alianças com nomes previamente colocados desgastou a relação entre Eduardo e Marina. "Mas conseguimos fechar um acordo importante em Minas Gerais ao lançar Tarcísio Delgado como candidato, rompendo uma parceria antiga com o PSDB", comemorou Feldmann.

"Temos condições de iniciar uma campanha falando para um público que está ausente nos discursos de nossos adversários: os jovens que lotaram as ruas do país em junho do ano passado"
Walter Feldmann, deputado (PSB-SP)

Um casamento delicado
PSB e Rede chegam à convenção com conflitos regionais e de discurso

Encontros...
Setembro de 2013
» Eduardo Campos comanda a debandada do PSB do governo para lançar-se pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Outubro de 2013
» Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nega o registro de criação à Rede Sustentabilidade. Dois dias depois de decisão do TSE, Marina anuncia a filiação dela e dos sonháticos ao PSB.

Abril de 2014
» Eduardo Campos e Marina Silva lançam pré-candidatura, tendo a ex-senadora como vice.

...E desencontros
» Marina e Eduardo expõe pontos de vista diferentes nas conversas com os empresários, sobretudo representantes do agronegócio.

» Os dois aliados discordam do tom amigável adotado nas declarações sobre o pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (MG).

» Os palanques estaduais azedam a relação entre os dois. Os principais problemas estão na formação das alianças no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Aécio: “Vamos recolocar o Piauí no mapa do desenvolvimento nacional”

- Agência Estado

TERESINA (PI) - O presidente nacional e candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, defendeu nesta sexta-feira (27) um novo ciclo de desenvolvimento social e econômico para o Piauí. Em discurso na convenção que oficializou a aliança com o PMDB no estado, Aécio afirmou que o povo piauiense cansou das promessas feitas pelo governo petista.

“Vamos recolocar o Piauí no mapa de desenvolvimento nacional, porque o governo do PT não incluiu o estado nas suas grandes obras de desenvolvimento. Vamos fazer política com seriedade. Vamos compreender que a política é sobretudo exercício da generosidade para com aqueles que mais precisam. Vamos dizer que é possível construirmos políticas públicas na saúde, educação, na segurança e na infraestrutura”, destacou Aécio Neves.

A convenção reuniu uma multidão em uma casa de eventos de Teresina. De acordo com os organizadores, cerca de 8 mil pessoas participaram do evento. A coligação terá como candidato à reeleição o governador Zé Filho (PMDB) e a vice o ex-prefeito de Teresina, Silvio Mendes (PSDB). Além desses dois partidos, a aliança reúne ainda outras 16 legendas.

Aécio chegou a capital do Piauí por volta das 15h e foi recebido ainda no aeroporto pelo prefeito Firmino Filho, do PSDB. Ao falar com jornalistas ao desembarcar, o presidenciável destacou o potencial econômico do estado. “O Piauí tem um potencial de crescimento extraordinário. A sua fronteira Sul já é uma fronteira desbravada, que cresce na produção de grãos, de soja, especificamente. Tem um potencial turístico também extraordinário, o Delta do Parnaíba é uma das coisas mais extraordinárias e lindas que alguém pode conhecer. Temos que ter um projeto de desenvolvimento econômico e social. Com começo, meio e fim”, reiterou.

Após a entrevista, Aécio seguiu de carro para o local da convenção e concluiu a parte final do trajeto a pé para cumprimentar a população. Ao discursar, Aécio destacou a força da coligação e afirmou que o Piauí caminha para reescrever uma nova página em sua história. “Chego extremamente honrado pelo apoio que passo a receber. Tenho andado por todo o Brasil. Já fui a inúmeras convenções. Hoje o Piauí realiza a maior de todas as convenções partidárias já realizadas no Brasil para as eleições de 2014, a maior, a mais convergente e mais cheia de emoção de todas das quais já participei”, ressaltou Aécio Neves.

O candidato do PSDB também ressaltou que sua campanha resgatará a credibilidade da política, lembrando que os brasileiros estão cansados da má política e das promessas que são feitas e nunca são entregues. “Início a caminhada rumo à Presidência da República oferecendo uma história de vida digna e honrada. Vamos fazer uma caminhada dizendo que a política é coisa para gente séria e honrada. Aqueles que mais precisa da ação do poder público são aqueles que devem levantar a sua voz e, com muita coragem, dizer um basta a tudo que está aí para que o Brasil possa iniciar um novo e virtuoso ciclo de desenvolvimento”, disse.

Ao finalizar o discurso, Aécio Neves destacou a parceria com o governador e candidato à reeleição Zé Filho (PMDB) e os colegas tucanos Silvio Mendes, candidato a vice-governador, e Firmino Filho, prefeito de Teresina. “Tenho uma honra enorme de estar ao lado do governador Zé Filho, ao lado de Silvio Mendes, de Firmino e ao lado de inúmeros deputados que aqui estão. Vamos fazer uma bela travessia de resgate da confiança dos cidadãos na boa política. Hoje, vocês dão o primeiro grito em favor da vitória, do Piauí, do trabalho e da dignidade”, afirmou Aécio Neves.

Aécio Neves destaca importância do Nordeste em visita a Campina Grande (PB)

- Agência Estado

CAMPINA GRANDE (PB) – Os sons, as cores e a cultura nordestina recepcionaram o presidente nacional do PSDB e candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, em Campina Grande (PB), na tarde desta sexta-feira (27). Recebido pelo pré-candidato do PSDB ao governo da Paraíba, senador Cássio Cunha Lima, pelo prefeito da cidade, o tucano Romero Rodrigues, pelo deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), diversos aliados e lideranças políticas, além do grupo de dança nativa Tropeiros da Borborema, Aécio destacou a importância do Nordeste em sua plataforma de governo.

“Tenho dito sempre que, na nossa plataforma, ou nas propostas que vamos estar discutindo e apresentando aos brasileiros, todas elas se iniciarão com um capítulo para o Nordeste brasileiro. Mas, dessa vez, unindo duas questões em falta hoje no plano central, no governo federal: decência e eficiência”, afirmou, em entrevista coletiva no aeroporto Presidente João Suassuna.

Segundo Aécio, a melhor maneira de trazer transformações para a região é por meio de um choque de infraestrutura, programa que o candidato à Presidência pretende lançar na primeira semana de agosto.

“Vamos ver as obras que estão no meio do caminho, inconcluídas, prioritariamente. Quais são aquelas outras que, essencialmente, contribuem para a melhoria da competitividade, dos vários produtos que aqui na região são produzidos. Vamos ver aquelas medidas que, do ponto de vista social, têm o maior alcance. O que vamos ter é um governo que planeje, não um governo que viva do improviso como existe hoje no Brasil”, ressaltou.

Demandas da população
Após a chegada à cidade, Aécio seguiu para o Sítio São João, cidade cenográfica que reconstitui antigos engenhos, casas de farinha, roçados de milho e outros locais representativos para a história nordestina. Lá, tomou um café na banca da promotora de vendas Ana Lígia, de 37 anos.

“É importante e muito animadora a presença de um candidato à presidência da República aqui entre nós”, celebrou a paraibana.

Aécio visitou ainda o Salão do Artesanato, onde foi recepcionado pela quadrilha Rojão do Forró. O tucano viu de perto trabalhos em cerâmica, madeira, bordado e renda, conversou com artesãos e ouviu as demandas da população.

“O que a gente mais precisa é de saúde, educação e segurança. Do resto, a gente corre atrás”, salientou a artesã Maria Helena, 37 anos.

Já o estudante de Comunicação Social Francisco de Assis, de 33 anos, lamentou a condução que o atual governo federal dá às políticas destinadas à região.

“O PT nunca me agradou. Faltam políticas para o Nordeste. A transposição do rio São Francisco, por exemplo, até hoje ainda não saiu do papel”, lembrou.

São João
O presidente nacional do PSDB também mostrou-se animado em conhecer o tradicional São João de Campina Grande, uma das maiores festas do mundo. “Estou muito feliz de estar aqui. Já vim a Campina inúmeras vezes, mas é a primeira vez que venho a Campina no São João. Estou doido para comer uma carne de sol”, disse.

Aécio visitou a festa no Parque do Povo, arena construída durante a administração do então prefeito Ronaldo Cunha Lima. Acompanhado com festa pela população, o tucano recebeu dois presentes: um grafite feito pelo artista Evandro Brito e um chapéu de couro, confeccionado pelo artesão Roosevelt Fernandes.

O candidato à Presidência da República encerrou sua visita no “Manoel da Carne de Sol”, onde provou do prato típico acompanhado de mandioca e farinha d’água. Aécio segue ainda nesta sexta-feira para Caruaru (PE), onde conhecerá o também tradicional São João da cidade.

Aécio: José Serra está em seu projeto, mas vai ouvir partidos aliados

• Presidenciável quer que ex-governador concorra ao Senado

Efrém Ribeiro e Letícia Lins – O Globo

TERESINA E CAMPINA GRANDE - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira, em Teresina, que a decisão sobre o que José Serra vai disputar nas eleições é uma decisão que será tomada junto com os partidos que integram a chapa. O tucano ressaltou que Serra é seu amigo e fará parte do seu governo, mas a decisão sobre quem será o vice-presidente em sua chapa será escolhido na próxima segunda-feira.

O presidenciável quer que ex-governdor concorra ao Senado, mas havia grande pressão no partido para que ele saia de vice de Aécio e deixasse a candidatura ao Senado para o presidente do PSD, Gilberto Kassab. No entanto, nesta sexta-feira, Kassab deve anunciar apoio ao empresário Paulo Skaf na disputa ao governo de São Paulo, o que abre caminho para Serra concorrer ao Senado na chapa tucana.

- É uma honra ter o Serra como companheiro de chapa. Ele estará em nosso projeto de governo, mas a vice-presidência será decidida na próxima segunda-feira, após uma consulta ampla que está sendo feita não apenas ao PSDB, mas a vários partidos que estão ao nosso lado. Nesse instante o PTB, em uma convenção nacional, em Salvador, acabou de homologar por aclamação o apoio do partido a nossa candidatura. Então, é um partido que será consultado como outros que já integram a nossa coligação, vamos ter uma composição de chapa que vai nos levar a vitória - disse Aécio Neves, após a convenção para o lançamento da candidatura do governador do Piauí, José Filho (PMDB), à reeleição e do ex-prefeito teresinense Sílvio Mendes (PSDB) a vice-governador.

Mais tarde, em Campina Grande, em Pernambuco, o candidato do PSDB não descartou a hipótese de chapa puro sangue. Só está esperando que a situação se defina em São Paulo, para concluir a composição da chapa:

- Estou só esperando a construção de São Paulo, que envolve figuras centrais do país, se dê com naturalidade. A grande vantagem do PSDB é que temos nomes altamente qualificados dentro e fora do partido, para nos ajudar nessa caminhada - , disse.

Campina Grande é o principal reduto eleitoral do Senador Cássio Cunha Lima(PSDB), que no próximo domingo, terá a candidatura oficializada para o governo estadual. Segundo o deputado Bruno Araújo (PSDB), que integrava a comitiva do senador, a tendência é que ele indique uma pessoa do seu próprio partido.

- Como bom mineiro, ele segue a linha quando há prazo não há pressa. Ele trabalha com várias alternativas, mas a hipótese de compor com alguém do próprio partido não está descartada.

Em Campina Grande, o senador recebeu um documento de Patrick Teixeira Dorneles Pires, portador de necessidade especial, com uma série de sugestões para que pessoas, como ele, desfrutem de iniciativas governamentais que facilitem a vida de pacientes que são portadores de doenças raras, como é o seu caso.

Convenção do PTB aprova apoio a candidatura de Aécio Neves

• Apenas dez votos foram contrários a apoiar o tucano nas eleições deste ano

Ilimar Franco – O Globo

BRASÍLIA – A convenção nacional do PTB, realizada nesta sexta-feira em Salvador, aprovou o apoio à candidatura a Aécio Neves (PSDB) para Presidência da República.

Apenas dez votos foram dados contra a decisão do partido. Esses votos vieram de delegados de Pernambuco, onde o candidato a governador do partido, Armando Monteiro, tem o apoio do PT e vai apoiar a reeleição de Dilma.

No último sábado, o PTB já havia decidido não apoiar a reeleição Dilma, depois de ter se comprometido com o PT e de, há um mês, ter oferecido um almoço, na sede do partido, em Brasília, para a presidente. Em nota, assinada pelo presidente nacional do PTB, Benito Gama, a legenda havia anunciado que integraria a aliança em favor do candidato do PSDB.

“Essa decisão atende o clamor da maioria da bancada federal e de estados, onde os conflitos locais entre PTB e PT ficaram insustentáveis, como, por exemplo, Distrito Federal, Roraima, Piauí e Rio de Janeiro” registrou a nota.

Rivais minam base de Dilma no Nordeste

• Aécio Neves e Eduardo Campos montam palanques com candidatos de partidos aliados da presidente na região

• Adversários exploram dissidências no bloco governista no Ceará, no Piauí, em Sergipe e no Rio Grande do Norte

- Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Os dois principais adversários de Dilma Rousseff na corrida presidencial montaram palanques em vários Estados do Nordeste com candidatos de partidos que apoiam a reeleição da presidente, explorando divisões do bloco governista numa região que foi decisiva para a vitória de Dilma nas eleições de 2010.

No Ceará, o senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, fechou com o senador Eunício Oliveira, candidato do PMDB a governador, indicando o ex-governador Tasso Jereissati como candidato ao Senado.

Eunício é aliado de Dilma em Brasília, mas no Ceará a presidente está com o governador Cid Gomes (Pros) e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, que devem lançar outro candidato a governador com o apoio do PT.

Aliado a Eunício, Aécio conseguiu abrir uma trinca no palanque de Dilma no terceiro maior colégio eleitoral da região Nordeste.

Na sexta-feira (27), Aécio e seu rival Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência, visitaram o Piauí como convidados da convenção que aprovou a candidatura do governador José Filho (PMDB) à reeleição. Os dois fazem parte da chapa peemedebista. O candidato do PT no Piauí será o senador Wellington Dias.

O Nordeste funcionará nesta eleição como uma espécie de câmara de compensação dos votos presidenciais.

Longe de ser o fiel da balança como em 2010, desta vez a região será usada para compensar prejuízos dos candidatos em redutos mais populosos, como o Sudeste.
Com 38,2 milhões de eleitores, o Nordeste perde apenas para o Sudeste em número de habitantes aptos a votar, 62 milhões.

Não por acaso, os três principais candidatos ao Palácio do Planalto fizeram uma ofensiva em Estados nordestinos nesta sexta-feira (27).

Dilma desembarcou na Bahia nesta sexta. Ao lado do ex-presidente Lula, participou em Salvador da convenção que referendou Rui Costa (PT) para a sucessão do governador Jaques Wagner ao governo do Estado.

Dilma tenta manter a dianteira na região que lhe garantiu a vitória em 2010. O objetivo é amenizar eventual desvantagem em São Paulo. Aécio trabalha para reduzir as resistências a seu partido no eleitorado nordestino.

Assim como nas duas últimas corridas ao Palácio do Planalto, o programa Bolsa Família será a principal trincheira da eleição no Nordeste. Nas duas eleições passadas, a bandeira social do PT transformou-se em arma eleitoral contra os tucanos.

De todos os candidatos, o único com sotaque nordestino é Campos, ex-governador de Pernambuco. Ele aposta na origem e no fato de ter participado do início do governo Lula para convencer eleitores de que vai manter o programa social.

PMDB se divide entre governo e oposição no país

Diógenes Campanha, Patrícia Britto - Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Maior partido aliado ao governo Dilma, o PMDB iniciará a campanha dividido entre alianças estaduais com o PT e com seus principais adversários --o PSDB, de Aécio Neves, e o PSB, de Eduardo Campos.

Os peemedebistas estarão com os rivais de Dilma em 11 Estados, a mesma quantidade de alianças que terão com o PT.

O cenário atual mostra uma mudança em relação às eleições de 2006 e 2010, quando os peemedebistas se aliaram aos tucanos em sete Estados. As dissidências atuais têm potencial de impacto porque incluem 5 dos 10 maiores colégios eleitorais do país: Rio, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará.

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, diz que quem "traiu" a aliança foi o PT, que resistiu a apoiar candidaturas peemedebistas nos Estados. "O PT já tem a hegemonia no país. Agora ele quer não só no país, como em alguns Estados", disse.

Dos 11 Estados onde PT e PMDB estarão juntos, o PMDB tem a cabeça de chapa em oito e o PT, em três.

Para o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que aderiu à campanha da oposição na Bahia, a dissidência vem da insatisfação da base: "Acho até pouco [11 palanques de oposição] pelo padrão da insatisfação e pelo tratamento que o PT sempre deu ao PMDB. O PT é um mandacaru, não dá sombra nem encosto".

Além de Ceará e Espírito Santo, o PMDB estará com tucanos nos palanques de Rio, Bahia e Acre.

Já as principais aproximações do PMDB com o PSB estão em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, onde os candidatos peemedebistas ao governo farão campanha para Campos.

Em Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima, o PMDB se aliará ao PSDB e ao PSB, com palanques para Aécio e Campos.

Dezoito partidos oficializam apoio a candidatura de Henrique Alves no RN

• Coligação proporciona pelo menos 18 minutos a mais no programa de TV do presidente de Câmara

Ricardo Araújo – O Globo

NATAL — A oficialização da candidatura do presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB), ao Governo do Rio Grande do Norte reuniu, no mesmo palanque, históricos adversários políticos. A coligação “União pela Mudança”, formada por 18 legendas — totalizando aproximadamente 120 prefeitos e 900 vereadores espalhados pelos municípios do Rio Grande do Norte — vai proporcionar pelo menos 18 minutos a mais no programa eleitoral gratuito da chapa capitaneada pelo presidente da câmara.

A favor de Henrique Eduardo Alves e do deputado federal João Maia, do PR, candidato à vice-governador, estão a vice-prefeita de Natal Wilma de Faria (PSB), que pleiteia uma vaga no Senado, e o ministro da Previdência Social e senador pelo estado potiguar Garibaldi Alves Filho. O presidente nacional do Democratas, José Agripino Alves, que negou legenda à governadora do estado, Rosalba Ciarlini, também subiu ao palanque e anunciou apoio à candidatura do presidente Henrique Alves. Mais de cinco mil pessoas, muitas vindas de caravana do interior potiguar, participaram da convenção, realizada no maior ginásio de esportes de Natal.

Os 18 partidos que oficializaram apoio a Henrique Eduardo Alves na chapa majoritária dividirão a disputa proporcional para a Assembleia Legislativa Estadual e Câmara Federal em três coligações. O PMDB fará parte de uma delas, a “União pela Mudança 1”, ao lado de PSB, PR, PROS, DEM, PSD, PDT e PRB. Ao todo, serão 44 candidatos. A outra coligação é formada pelo PPS, PHS, PTB e PV, com 46 políticos disputando uma vaga no legislativo potiguar. A última delas é composta pelo PSDB, PSC, PSDC, PMN e PRP.

_ Depois de 54 anos, desde que meu pai foi eleito governador do Rio Grande do Norte, eu finalmente realizo o sonho dele, que era o de ver o filho candidato ao Governo do Rio Grande do Norte_ discursou Henrique Eduardo Alves.

Esta é a primeira vez, depois de um hiato de oito anos, que o PMDB lança candidato próprio ao Executivo potiguar. Em todo o Rio Grande do Norte, a legenda conta com aproximadamente 40 mil filiados, sendo o mais forte dentre os partidos políticos com atuação local.

O presidente nacional do DEM, o senador José Agripino Maia, durante discurso, disse que “subiria até em coqueiro” para pedir votos para Henrique Eduardo Alves. O democrata assegurou que, com Alves no comando do Rio Grande do Norte, o Estado retomará a autoestima.

Ex-ministros de FHC e Dilma reproduzem polarização

• Disputa em Minas opõe tucano Pimenta da Veiga a petista Pimentel no Estado de Aécio e da presidente

Marcelo Portela – O Estado de S. Paulo

Terra natal da presidente Dilma Rousseff (PT) e do senador Aécio Neves (PSDB), que vão se enfrentar na disputa pelo Palácio do Planalto, Minas Gerais será este ano o palco da polarizada briga entre tucanos e petistas que domina o cenário político do País há 20 anos.

No segundo maior colégio eleitoral brasileiro, com 15,2 milhões de votos, o PT vislumbra, pela primeira vez, a possibilidade de assumir o Palácio Tiradentes. O PSDB, por sua vez, tenta manter a hegemonia iniciada em 2003 com Aécio e garantir ao agora candidato tucano à Presidência uma boa vantagem sobre a presidente no Estado.

O ex-ministro da gestão Dilma Fernando Pimentel será o candidato do PT ao governo. O também ex-ministro Pimenta da Veiga, após um período de dez anos fora da política, foi escolhido por Aécio como nome do PSDB.

Na quinta-feira, o PSB decidiu lançar o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado ao governo mineiro para dar suporte à campanha presidencial do ex-governador Eduardo Campos (PE). A pressão pela candidatura própria partiu da Rede Sustentabilidade, grupo político da ex-ministra Marina Silva, candidata a vice na chapa de Campos. Tarcísio é pai do deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB-MG. A parte majoritária do diretório estadual defendia o apoio ao candidato tucano.

As pesquisas de intenção de voto divulgadas na imprensa local até o momento apontam vantagem de Pimentel, com possibilidade de vitória em primeiro turno, mas os candidatos têm o desafio de conquistar os cerca de 40% do eleitorado que estão indecisos ou declaram votos em branco ou nulo em qualquer cenário apresentado nos levantamentos.

Alianças. A partir de uma ampla base aliada ao governo mineiro, a candidatura de Pimenta da Veiga fechou uma coligação com 20 partidos (DEM, PDT, PEN, PHS, PMN, PP, PPS, PR, PRP, PSC, PSD, PSDC, PSL, PTB, PTC, PT do B, PTN, PV e Solidariedade, além do PSDB). Parte dessas legendas faz parte da base do governo federal. O PT estará aliado ao PMDB, PROS, PC do B e PRB.

“É um cenário de uma eleição polarizada de fato, onde as principais forças políticas do Estado já têm seu campo definido. A diferença é que, agora, estamos entrando no campo eleitoral com uma vantagem maior em relação ao nosso adversário. Estamos começando com um potencial equivalente ao que foi a chegada na eleição passada”, afirmou o candidato petista, referindo-se ao porcentual (34%) dos votos que o ex-ministro Hélio Costa (PMDB), aliado ao PT, alcançou na disputa passada.

Em 2010, Costa também iniciou a campanha com vantagem nas pesquisas, mas foi ultrapassado e Antonio Anastasia (PSDB), com apoio de Aécio, venceu a disputa no primeiro turno, com 63% dos votos. Anastasia será o candidato ao Senado na chapa majoritária tucana. Aécio também foi eleito e reeleito (em 2002 e em 2006) no primeiro turno.

“Pelos apoios que temos recebido, estamos plenamente convictos de que sairemos vitoriosos”, disse Pimenta da Veiga. Afastado da política há dez anos, período em que morou em Brasília, Pimenta da Veiga – ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-ministro das Comunicações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – já percorreu mais de 100 cidades do Estado para se tornar conhecido do eleitorado.

“Trabalhei em meu escritório de advocacia, mas nunca estive afastado de Minas. Minhas vindas ao Estado foram quase semanais. Estou reforçando minha presença e os resultados têm sido bastante positivos”, afirmou.

O PSDB estadual monitora os efeitos que o mensalão mineiro pode ter sobre a campanha de Pimenta da Veiga, principalmente se o ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) for julgado no período eleitoral. Este ano, o ex-ministro foi indiciado pela Polícia Federal em inquérito que apura o repasse de R$ 300 mil, em 2003, de uma agência de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza. Pimenta da Veiga disse que o pagamento foi por serviços de advocacia prestados na época e classificou o indiciamento como perseguição política.

O petista Pimentel confia numa “variável” desta eleição estadual: a presença menos frequente de Aécio em Minas. Segundo ele, em 2010 “o recém-saído governador Aécio Neves tinha uma presença muito significativa no cenário político do Estado”. “Agora ele (Aécio) é candidato a presidente. Tem que pedir voto, fazer campanha para ele mesmo. As forças presentes na disputa se equivalem”, disse, em referência ao apoio de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua candidatura.

Como parte de sua estratégia eleitoral, Pimentel deve ressaltar a aliança firmada com o ex-governador tucano na eleição municipal de 2008 que elegeu Marcio Lacerda (PSB) prefeito de Belo Horizonte.

“Os mineiros já sabem de qual lado estamos. O crescimento da preferência do eleitorado por Aécio contribuirá para nossa vitória”, reagiu Pimenta da Veiga.

Dívida. Um dos principais desafios do próximo governador de Minas será lidar com a dívida do Estado, que cresce em velocidade bem maior que o montante arrecadado pelo Executivo estadual.

Embora as gestões Aécio/Anastasia apregoem o chamado “choque de gestão” no Estado, a dívida consolidada líquida de Minas fechou 2013 em R$ 79,11 bilhões, a segunda maior do País, atrás apenas de São Paulo. O valor é maior que a previsão de toda a arrecadação em 2014 (R$ 75 bilhões) e equivale a 183,38% da Receita Corrente Líquida, que encerrou 2013 em R$ 43,14 bilhões.

O crescimento da dívida foi de 12,27% em relação a 2012, enquanto a Receita Corrente Líquida cresceu 6,86%. A União é a maior credora do Estado, que já atingiu 11,4% do comprometimento do orçamento com encargos da dívida, dentro de um limite de 11,5%.
Segundo Pimentel, o crescimento da dívida é resultado de “opção” do governo mineiro. “O governo (federal) deu autorização para novos financiamentos. Ele (Executivo mineiro) optou por sobrepor aos já existentes”, disse.

Para Pimenta da Veiga, a questão só será resolvida com a “repartição dos recursos da União”. “Hoje, 70% das rendas públicas servem para custear um governo federal perdulário, enquanto Estados e municípios ficam sacrificados. Com a eleição do senador Aécio Neves, tudo será mais fácil.”

Lula usa dados errados em discurso para empresários

• Ex-presidente cometeu deslizes ao falar sobre investimento externo, exportação de alimentos e PIB do Brasil

Thiago Herdy e Mariana Sanches – O Globo

SÃO PAULO - Para tentar reconquistar a confiança do empresariado nacional e internacional no governo Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu nesta semana a uma enxurrada de números e indicadores para sustentar a continuidade das conquistas sociais e econômicas de seu governo na gestão de sua sucessora.

Uma análise feita pelo GLOBO do discurso que ele fez num evento da Câmara de Comércio França-Brasil mostra, no entanto, que o ex-presidente cometeu vários deslizes em sua fala. Indicadores como investimento externo direto, dívida bruta e corrente de comércio, citados por Lula como “êxitos dos últimos 12 anos”, na verdade pioraram durante o governo Dilma.

O ex-presidente se enganou ainda ao citar dados sobre reajuste salarial, informações sobre exportação de alimentos e também a posição do PIB do Brasil no mundo, em especial na comparação com outras nações emergentes.

A assessoria do Instituto Lula informou que o ex-presidente não adota a paridade monetária para falar sobre o PIB, apesar de esta ser considerada pelo Banco Mundial a medida mais adequada para comparar economias. O instituto admitiu que Lula se equivocou sobre dados relativos à exportação de alimentos e diz haver diferentes dados sobre os índices de reajuste salarial do Dieese.

É isso mesmo
- "Em 2013, o Brasil se tornou o segundo maior investidor externo na União Europeia"- Os dados consideram principalmente o investimento de empresas brasileiras em Portugal e Espanha.

Investidores externos da UE (em euros):

EUA - 313 bilhões / Brasil - 21 bilhões/ Suíça - 18 bilhões

- "O salário mínimo, em 12 anos, aumentou 72%" - Segundo o Dieese, este é o índice de ganho, descontada a inflação.

Evolução do salário:

2002: R$ 200/ 2006: R$ 350/ 2010: R$ 510/ 2014: R$ 724

- "Saímos de 70 milhões de brasileiros com contas bancárias para 120 milhões" - Contas poupança, segundo a Febraban:

2010: 97 milhões/ 2011: 98 milhões/ 2012: 112 milhões/ 2013: 125 milhões

- "Com o ProUni, colocamos 1,5 milhões de jovens de periferia para fazer universidade" - De acordo com o MEC, 31,1% dos estudantes de ensino superior estão no ProUni.

- "Há 12 anos, tínhamos 37 milhões de passageiros em aeroportos. Ano passado, foram 113 milhões" - Lula acertou, mas com pequena diferença.

Passageiros transportados no Brasil, segundo Abear:

2002: 36 milhões/ 2006: 49 milhões/ 2010: 79 milhões /2013: 111 milhões

- "Aumentou produção de automóvel de 1,8 milhão para 3,7 milhões" -Produção brasileira de veículos, segundo a Anfavea:

2002: 1,6 milhão/ 2006: 2,4 milhões/ 2010: 3,3 milhões/ 2013: 3,7 milhões

Não é bem assim

- "No ajuste fiscal que fiz em 2003 e 2004, elevei o ajuste primário para 4,2%" - De acordo com o Banco Central, a elevação foi menor.

Resultado primário do setor público (% do PIB):

2002: 3,22/ 2003: 3,27/ 2004: 3,72/ 2005: 3,79

- "A ONU adota o bolsa família como o mais importante programa de transferência de renda do mundo" - Embora o programa seja citado como exemplo para a erradicação da pobreza, a ONU também cita o programa Oportunidades, do México, como iniciativa no mesmo patamar.

- "94% dos acordos salariais em 12 anos foram feitos com aumentos salariais reais, acima da inflação" - Segundo o Dieese, apenas em 2012 o índice citado foi alcançado; nos outros anos, não.

Balanço de reajustes acima da inflação (%):

2009- 79,9/ 2010- 88,8/ 2011- 87,5/2012- 95,1/ 2013- 86,9

- "O BNDES é o único banco brasileiro com inadimplência zero, é o único que só empresta para quem pode pagar" - A "inadimplência zero” é obtida graças à rolagem constante das dívidas, peculiares de um banco público de fomento. Foi assim em relação às dívidas das empresas de Eike Batista, por exemplo.

- "Entre 2008 e 2013 o país produziu superavit primário médio de 2,58%" -Para alcançar a média, o governo usou artifícios, como o uso de ações da Petrobras compradas pelo BNDES em 2012 e a contabilização do parcelamento de dívidas de empresas, realizado contra a vontade da Receita Federal.

- "O Brasil tem hoje o sétimo PIB da economia mundial, o segundo maior entre os grandes países emergentes, depois da China" - Segundo o Banco Mundial, o Brasil está em quarto colocado entre os emergentes. O cálculo por paridade de poder de compra é a melhor maneira de comparar o tamanho de diferentes economias.

Maiores economias:
1- EUA/ 2- China/ 3- Índia/ 4- Japão/ 5- Alemanha/ 6- Rússia/ 7 Brasil

- "O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos" - Na verdade, é o quarto.

Exportação de alimentos no mundo, segundo a OMC (em dólares):
EUA: 138 bilhões/ Holanda: 84,3 bilhões/ Alemanha: 78,4 bilhões Brasil: 77,2 bilhões

- "Estamos ampliando o investimento público em educação há 12 anos" -Nos três primeiros anos do governo Lula, o investimento em relação ao PIB foi menor que no último ano de FH. Subiu apenas a partir de 2006.

Investimento em educação (% do PIB):
2002: 4,8%/ 2003: 4,6%/ 2004: 4,5%/ 2005: 4,5%/ 2006: 5%/ 2012: 6,4%

Nos anos Dilma, foi pior

- "O PIB per capita passou de 2,8 mil dólares para 11,1 mil dólares" - No primeiro ano de Dilma, o PIB cresceu até 12,5 mil dólares, mas caiu e não voltou ao mesmo patamar, segundo o Banco Mundial.

PIB per capita (em dólares):

2010- 10,9 mil/ 2011- 12,5 mil/ 2012- 11,3 mil/ 2013- 11,7 mil

- "Há 10 anos consecutivos a inflação se mantém dentro das metas estabelecidas pelo governo" - Para o mercado, ao comemorar índices que ficaram distantes do centro da meta, o governo passa a mensagem que a meta real não corresponde ao centro, como aponta o discurso oficial. Para manter dentro da margem, o governo segura preços, como da energia elétrica, gasolina e diesel.

- "A reserva de 380 bilhões (de dólares) corresponde a 18 meses de importações" - Para não perder reservas, o governo atua no mercado futuro de câmbio. Até o fim do ano, deverá manter uma posição vendida de cerca de 100 bilhões, o que equivale a quase um quarto das reservas.

- "Saímos de fluxo de balança comercial de 107 bilhões de dólares em 2007 para fluxo de 482 bilhões em 2013. Não é pouca coisa" - O crescimento dos anos Lula não se repetiu e o fluxo ficou estagnado.

Corrente de comércio, segundo o MDIC (em bilhões US$):

2010: 383,7/ 2011: 482,3/2012: 465,7/2013: 481,8

- "Há três anos o Brasil está entre os cinco maiores destinos de investimento externo direto do mundo. Em 2013 foram 64 bilhões, um bilhão a menos que em 2012" - Segundo a ONU, o Brasil caiu da quinta para a sétima posição no ranking de investimento direito em 2013, quando recebeu 4% a menos de investimento. No fluxo mundial o aumento foi de 11%. Entre os emergentes, de 6%.

- "A dívida pública bruta está estabilizada em torno de 57% do PIB" - A dívida pública cresceu no governo Dilma.

Dívida pública bruta, segundo o BC:

dez/2010: 53,3%/ dez/2011: 54,1%/ dez/2012: 58,8%/ abr/2014: 57,7%

Rolf Kuntz: Na melhor hipótese, um filme-catástrofe

- O Estado de S. Paulo

A presidente Dilma Rousseff parece ter-se inspirado em filmes-catástrofe para governar. Se esse for mesmo o caso, ainda há esperança: aqueles filmes terminam bem, ou pelo menos tão bem quanto possível depois de muita devastação. Mas essa, por enquanto, é só uma hipótese otimista, rejeitada por economistas do Banco Central (BC) e desmentida, até agora, pelas principais fontes oficiais de informação. As novas projeções do BC apontam inflação maior e crescimento econômico menor que os previstos em março no relatório trimestral de inflação. O desastre fiscal de maio - um rombo de R$ 10,5 bilhões nas contas primárias do governo central - confirmou a piora geral do quadro econômico.

Foi o pior resultado das contas públicas neste ano, mas perfeitamente compatível com a evolução das finanças federais. De janeiro a maio, a receita líquida do governo central, R$ 412,74 bilhões, foi 6,5% maior que a de um ano antes, mas a despesa, R$ 393,58 bilhões, ficou 11,1% acima da contabilizada nos primeiros cinco meses de 2013.

Como consequência, o superávit primário, destinado ao pagamento de juros, ficou em R$ 19,16 bilhões, 42,4% abaixo do valor do mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi equivalente a apenas 0,91% do produto interno bruto (PIB). Parece muito difícil, nesta altura, a meta fixada para o ano, um resultado primário correspondente a 1,9% do PIB. Mas a mera será alcançada, prometeu na sexta-feira o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Ele se dispensou de dizer como esse alvo será atingido. Mas a experiência indica uma resposta muito provável: como fez em anos anteriores e nos primeiros meses deste ano, o governo federal poderá recorrer a arranjos contábeis para fechar o balanço das contas públicas.

Neste ano, até maio, a receita foi reforçada com R$ 9,01 bilhões de dividendos. Esse valor é 230,9% maior que o registrado pelo Tesouro nos mesmos meses do ano passado. Mas o arsenal de truques do governo é mais variado e o volume de receitas especiais poderá ser ampliado até o fim do ano. Mais R$ 2 bilhões já foram garantidos, há poucos dias, por meio de acordo com a Petrobrás. A empresa receberá quatro áreas do pré-sal, sem licitação, e em troca pagará ao Tesouro R$ 2 bilhões neste ano e mais R$ 13 bilhões entre 2015 e 2018.

A concessão aumenta o volume de reservas da Petrobrás e torna a exploração economicamente menos arriscada, mas impõe uma nova sangria à caixa da empresa. Os benefícios poderão surgir dentro de alguns anos, mas o sacrifício financeiro será imediato e tornará obrigatório um ajuste nos planos da companhia.

A presidente da estatal, Graça Foster, classificou o contrato como vantajoso, mas voltou a reclamar aumento de preços para a empresa cumprir a sua parte. O governo confirma, com a imposição desse contrato, a decisão de continuar usando as estatais para resolver os problemas do Tesouro, assim como vinha usando, por meio do controle de preços, para administrar os índices de inflação. Anunciada a manobra, as ações da Petrobrás caíram.

A evidente piora das finanças públicas desmente aposta mais otimista dos dirigentes e economistas do BC - a evolução das contas fiscais para uma posição de "neutralidade", isto é, sem novos efeitos inflacionários. As contas do governo refletem ao mesmo tempo a má situação dos negócios e a causa principal da estagnação da indústria - a condução inepta da política econômica. As desonerações tributárias e os favores financeiros concedidos a alguns setores - e até mesmo a algumas empresas selecionadas - produziram quase nenhum benefício ao conjunto da economia.

Estímulos bem concebidos teriam resultado em aumento da produção e em mais investimentos. Esse efeito acabaria revertendo em maior recolhimento de impostos e contribuições. Nada disso ocorreu e nada, por enquanto, indica resultados melhores em prazo razoável. Mas o governo tornou-se, de certa forma, prisioneiro dos próprios erros. Já se falava, no fim da semana, em renovação de incentivos à indústria automobilística. Mas, segundo o secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, a arrecadação projetada para os segundo semestre inclui a recomposição da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pago pelo setor automobilístico. Mesmo com esse pressuposto, ele reduziu de 3% para 2% o aumento real da receita neste ano.

O novo Relatório de Inflação do BC, um amplo balanço trimestral das condições internas e externas da economia, resume e articula os sinais mais importantes de agravamento da crise brasileira. A projeção central de crescimento econômico neste ano foi reduzida de 2% para 1,6%, mais próxima da estimativa do mercado.

No cenário básico, a inflação acumulada em 12 meses chegará a 6,4% no fim deste ano, a 5,7% em dezembro de 2015 e a 5,1% no período até o segundo trimestre de 2016. Em dois anos, isto é, dentro do horizonte de projeção do BC a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continuará, portanto, bem acima da meta, 4,5%.

O Conselho Monetário Nacional, formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC, decidiu oficialmente, nesta semana, manter esse alvo até 2016, com a margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo. A meta fixada no Brasil continuará, portanto, bem acima da adotada na maior parte dos países emergentes e dos desenvolvidos.

Mas qual será a meta efetiva? Nos últimos anos, o governo tem-se contentado com números próximos de 6%. Se houver um esforço real para alcançar a meta, já haverá um progresso. A meta, simplesmente. "Centro da meta" é mistificação ou bobagem. O resto é margem de tolerância, reservada, como em outros países, para desastres. No Brasil, o fator realmente desastroso, há muitos anos, tem sido a política econômica.

Rolf Kuntz é jornalista

Merval Pereira - Bacanal na Justiça

- O Globo

A “bacanal partidária” que está em curso provocará efeitos colaterais que levarão esta eleição inevitavelmente aos tribunais. Todas as coligações heterodoxas que estão sendo feitas pelo país, e continuarão a ser anunciadas até a próxima segunda-feira, prazo fatal para as definições, embutem doses de traições partidárias que poderão ser impedidas de ter vantagem prática se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entender que as coligações nacionais têm valor mais alto do que as regionais, impedindo, como querem parcelas do PT, que partidos dissidentes usem seus tempos de propaganda eleitoral nos estados em favor dos candidatos oposicionistas.

O PMDB, por exemplo, que dá seu apoio oficial e o tempo de propaganda de rádio e televisão para a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, está coligado nos estados a diversos partidos, apoiando ora o candidato tucano Aécio Neves ou o socialista Eduardo Campos. Nesses casos, a propaganda oficial do partido na parte dedicada à presidência da República só pode ser feita a favor da candidata petista.

Mas no tempo dedicado aos senadores e ao governador, como fica a situação do partido que abriu dissidência nos estados? Na Bahia, por exemplo, o candidato a governador da dissidência peemedebista é Paulo Souto, do DEM, com Geddel Vieira Lima, do PMDB disputando o Senado. A chapa regional apóia o candidato do PSDB à presidência. Não poderão fazer campanha para Aécio Neves em seus tempos de televisão?

Em São Paulo haveria o problema de o candidato ao Senado ser do PSD, que apóia nacionalmente Dilma, fazer campanha para o governador Geraldo Alckmin, mas não para o candidato a presidente tucano Aécio Neves. Como Kassab decidiu apoiar Skaff, do PMDB, está tudo certo, mas por acaso.

O Partido Progressista (PP), que formalmente apóia a presidente Dilma Rousseff, tem tantas dissidências regionais que foi obrigado a aprovar em sua convenção uma regra explícita de permissão a apoios regionais.

Com base no artigo 17 da Constituição Federal, que assegura aos partidos autonomia “para adotar critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal”, a Convenção Nacional decidiu autorizar a coligação nos estados “a um ou mais partidos, independentemente da composição de eventual coligação integrada pelo partido para a eleição para a presidência da República”.

Não fosse seu presidente honorário o senador Francisco Dornelles, que já anunciou seu apoio e o do PP do Rio à candidatura de Aécio Neves, o PP ainda colocou na decisão de sua convenção a permissão para que as executivas estaduais não apenas apóiem, mas também dividam o tempo de propaganda eleitoral no rádio e televisão, além de impressos e qualquer outro tipo de propaganda.

A tentativa do PT de neutralizar as dissidências internas na sua coligação impossibilitando que os partidos efetivem seus apoios através da propaganda de rádio e televisão é vista por muitos como um “golpe”, pois a intenção seria neutralizar as forças políticas que deixaram a base de apoio governista.

O senador Francisco Dornelles trata a questão com a seriedade que ela merece, mas dá a ela o tom irônico que denuncia o ridículo da situação: “Querem esconder o que é permitido”. Se a legislação eleitoral derrubou a verticalização, que fora decretada para a eleição de 2006 a partir de uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral do deputado Miro Teixeira, e cada partido está liberado para fazer suas coligações regionais sem ligação com a nacional, como impedir que usem seus horários partidários para divulgá-las?

Todos os partidos estão preparando suas propagandas eleitorais com base na realidade das coligações locais. Se houver alguma provocação ao TSE sobre a questão, é certo que a questão será levada até o Supremo Tribunal Federal, o que dará à eleição deste ano mais uma faceta, a da judicialização política que ajudará a radicalizar ainda mais o ambiente eleitoral.

Fernando Rodrigues: Mudanças em São Paulo

- Folha de S. Paulo

Ao decidir que o tempo de rádio e de TV do seu partido vai para Paulo Skaf (PMDB) no Estado de São Paulo, Gilberto Kassab protagonizou um fato relevante da política nesta semana que se encerra.

O PSD, de Kassab, tem o terceiro maior tempo de propaganda eleitoral no país, empatado com o PSDB. Só fica atrás de PT e PMDB.

A decisão de Kassab tem forte impacto por duas razões principais. Primeiro, permite que o mais competitivo candidato de oposição na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes tenha o maior espaço possível no palanque eletrônico. Segundo, porque a candidatura de Paulo Skaf poderá ajudar a alavancar a reeleição de Dilma Rousseff em solo paulista, uma vez que o nome petista local, Alexandre Padilha, está se desmilinguindo.

São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Dilma Rousseff enfrenta forte rejeição nesse Estado. É claro que é sempre possível vencer a eleição presidencial perdendo a disputa paulista, mas tudo fica mais complexo se a derrota for acachapante.

Na pesquisa Datafolha do início de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) liderava com 47% das intenções de voto. Paulo Skaf tinha 21%. E Padilha amargava meros 4%. Com o tempo amplo na TV e no rádio, o peemedebista passa a ter mais potencial de crescimento.

Deve-se também levar em conta que o marqueteiro de Skaf é o experiente Duda Mendonça --artífice do discurso moderado na primeira eleição presidencial de Lula, em 2002. Duda nunca se deu bem em disputas pelo governo de São Paulo. Uma vitória o reabilitará plenamente depois do desterro a que foi submetido por causa do mensalão. Embora absolvido, nunca mais foi o profissional festejado de antes.

No mais, São Paulo é o epítome da indiferenciação entre partidos. Dilma Rousseff e o PT podem ser salvos por um empresário da Fiesp (Skaf) e um ex-prefeito (Kassab) que por onde passa é vaiado pelos petistas.

Marco Aurélio Nogueira: Crise universitária, greves e silêncios

- O Estado de S. Paulo

Embolada com a Copa e as férias de julho, salpicada com o tempero da disputa eleitoral de 2014, a greve que reverbera nas universidades estaduais paulistas tem tudo para dar errado. Mas reflete um quadro de mal-estar, deve ser levada a sério e ser bem compreendida.

Há uma cortina de silêncio turvando o cenário universitário paulista. Não se ouvem vozes políticas e poucas vozes acadêmicas se posicionam. Os sindicatos das categorias falam o de sempre e, mesmo assim, sotto voce. A impressão é que a greve não produzirá impacto na rotina universitária, ainda que haja paralisações em várias unidades e a belicosidade esteja configurada. Ela ajuda a quebrar mais um pouco as pernas das instituições, pois atua de costas para o futuro.

A graduação é onde o estado de greve prolifera. Está em processo de desvalorização há anos, condicionada pela confusão geracional prevalecente entre os jovens, pelo desinteresse dos professores, pela falta de renovação dos currículos e das estratégicas pedagógicas, pelo crescimento desordenado e sem planejamento. Desagrada e preocupa a todos. Não foi por acaso que a Unesp, pioneiramente, elegeu 2014 como Ano da Graduação Inovadora, decisão que merece ser aplaudida e aprofundada. Está aí, em boa medida, o calcanhar de Aquiles da universidade atual.

A greve virou rotina na graduação. Não incomoda. Na melhor das hipóteses, inflama. Seus efeitos são somente deletérios: desorganiza ainda mais os cursos, desanima os estudantes, atrapalha a formação e o estudo, prolonga o caos e a desagregação nas unidades de ensino, embaralha calendários e cronogramas. Em nome da luta sindical, greves tornaram-se parte da paisagem. Por isso os mais "revoltados" optam por táticas de ocupação de salas de aula e diretorias, ações que invariavelmente se fazem acompanhar de alguma depredação, às vezes de algum confronto com a polícia; o resultado é mais desertificação e desesperança.

Em artigo conjunto publicado em 18/6 (Autonomia, impactos e compromissos), os reitores das três universidades estaduais defenderam a autonomia de gestão financeira com vinculação orçamentária, seu papel estratégico na progressiva qualificação das universidades paulistas e o retorno que os investimentos realizados têm dado à sociedade. Reforçaram a ideia de universidade pública e ajudaram a esfriar o entusiasmo dos que usam a crise atual para propor o fim do ensino gratuito.

Os três reitores disseram coisas importantes, mas não disseram o mais importante. Há um ponto solto no ar: como é que se chegou à situação atual? O diagnóstico indica que o naufrágio financeiro da USP está a arrastar consigo a Unesp e a Unicamp. Deve ser assim? Cada instituição também não é autônoma perante as demais? Como explicar o fracasso? Não basta que se acusem gestões anteriores, pois erros e falhas também derivam de uma modalidade de gestão.

Membros ativos do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais (Cruesp), os dirigentes deveriam esclarecer as funções desse organismo. O que tem feito ele para que haja em São Paulo uma efetiva política de ensino superior? A sensação prevalecente é que o Cruesp funciona como plataforma para a viabilização da autonomia orçamentária, mas não como base política, gerencial e doutrinária para ações conjuntas da USP, da Unesp e da Unicamp. É uma via de passagem, não de coordenação. Não discute, por exemplo, o sistema de ensino superior que faria mais sentido no Estado de São Paulo. As três instituições devem seguir a mesma trilha ou cada uma deve buscar sua própria especificidade, sua vocação e identidade? Não poderiam compartilhar e dividir entre si a excelência internacional, a formação científica e o ensino mais profissionalizante? Como fazer para que o mantra da "internacionalização" - que hoje só serve para acirrar a competição entre as universidades - seja traduzido como fator que impulsione a circulação de conhecimentos, professores e pesquisadores?

O Cruesp deveria ser o epicentro de uma discussão substantiva. Limitado a cuidar da autonomia e a entrar em cena nos meses de greve e dissídios trabalhistas, torna-se subalterno. Seu reposicionamento no momento atual ajudaria bastante.

Os reitores também não disseram qual o tamanho da crise e o que pode ser feito para superá-la. Trata-se de um vento passageiro, a ser debelado com procedimentos cosméticos, ou estamos diante de um tsunami que exigirá decisões complexas e somente será vencido se houver coesão interna, paciência e destemor? Até agora, adotaram-se medidas amargas; é preciso dar um passo à frente.

O silêncio dos reitores preocupa, mas não é o principal problema. Ele é amplificado pelo silêncio dos sindicatos e dos núcleos de poder acadêmico (departamentos, congregações, conselhos

universitários, diretorias). Os sindicalistas acreditam que não há crise, que os indicadores têm sido maquiados, que o governo "neoliberal" de São Paulo não repassa verbas e que o certo é usar a reserva financeira para aumentar salários. Professores e colegiados, submetidos passivamente à pauta sindical, não aceitam que se suspendam concursos e contratações, vitais para que se mantenha a qualidade do ensino e da pesquisa. Ninguém se dispõe a ceder. Fala-se superficialmente que políticas de privatização e sucateamento estariam a ser praticadas, que os salários são baixos e as condições de trabalham deixam a desejar, mas nada se ouve de propositivo. Os estudantes vão a reboque, nem sequer aparecem.

Se os reitores não falam, se a comunidade acadêmica não toma posição e se os sindicatos se limitam a palavras de ordem e a reivindicações pontuais, a situação tende a estagnar e a ir piorando pouco a pouco. A falta de interlocução e de diálogo interno deixa a universidade à deriva. A greve acabará, mas o mal-estar permanecerá, a corroer o que todos juram defender e valorizar.

Marco Aurélio Nogueira é professor titular de Teoria Política e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Unesp

Demétrio Magnoli: Pátria e partido

• O PT ultrapassa uma barreira política e ética ao reclamar para si a propriedade da pátria

- Folha de S. Paulo

Doze dias atrás, pela primeira vez na democracia, o Brasil ganhou uma "lista negra" semioficial de críticos do governo. A nota, publicada no site do PT pelo vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, enumera nove nomes malditos --entre eles, o deste colunista-- e, nesse passo, desvela a alma política de uma parcela de nossa elite dirigente. Substancialmente, o que existe ali é a pretensão autoritária de identificar a pátria ao partido.

Separemos o que é irrelevante. Ao responsabilizar os nove malditos pela recepção hostil do Itaquerão a Dilma Rousseff, o PT pratica uma inofensiva modalidade de terrorismo: tenta matar o país de tanto rir.

Isolemos o que é secundário. A afirmação de que os nove "estimulam a maldizer os pobres e sua presença nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes" não passa de uma calúnia primária destinada a aquecer militantes e pautar blogueiros palacianos.

O principal está alhures. A nota acusa os nove de "desgastar a imagem do país no exterior" --ou seja, de trair a pátria. Por ridícula que seja, tal acusação traz uma marca inconfundível. Nos EUA, o macarthismo produziu suas "listas negras" por meio de um órgão parlamentar denominado Comitê de Atividades Antiamericanas. Desde a eleição de Obama, a ultradireita americana sugere que o presidente não nasceu nos EUA e/ou é muçulmano. A "pátria" torna-se, aí como no macarthismo, um pseudônimo da elite dirigente, não uma expressão do contrato nacional entre cidadãos livres e politicamente diversos. O PT ultrapassa uma barreira política e ética ao reclamar para si a propriedade da pátria.

A "lista negra" do macarthismo tupiniquim surgiu no dia 16, mas só chegou ao noticiário político dos grandes jornais brasileiros após a divulgação do protesto da respeitada entidade internacional Repórteres Sem Fronteiras, no dia 20. O pesado silêncio de quatro dias dos jornais, rompido aqui e ali por colunas de opinião, é uma notícia tão relevante quanto a própria "lista negra". O "controle social da mídia" não começará por um decreto governamental, mas pela prática da autocensura.

O que aconteceria nos EUA se o Partido Democrata divulgasse uma "lista negra" de críticos do governo Obama, acusando-os de "desgastar a imagem do país no exterior"? O PT, como registrou a Repórteres Sem Fronteiras, é o partido governante. A "lista negra" do PT surgiu logo que Lula atribuiu à "mídia" e à "elite branca" a culpa pela hostilidade de torcedores à presidente. A nota de Cantalice não é um ato oficial de governo, mas fica perto disso. Significativamente, nenhuma voz do Planalto veio a público informar que o governo não compactua com listas de "inimigos da pátria".

"Os integrantes dessa lista estão exultantes de serem chamados assim", especulou um leitor que aprecia "listas negras" semioficiais (com a condição, suponho, de que seu nome não esteja nelas). Tudo é possível debaixo do sol, mas seria uma rematada tolice. Os nove "blacklisted" não partilham um credo político ou ideológico: aparecem juntos apenas por obra dos fabricantes de "listas negras". Além disso, os nomes são circunstanciais: listas dessa natureza mudam ao sabor das conveniências, como admitiu certa vez o próprio Joseph McCarthy.

Joseph Cantalice McCarthy vive no tempo errado ou no país errado. Décadas atrás, no Brasil da ditadura, ele teria emprego assegurado na polícia política. Hoje mesmo, pode se candidatar com sucesso a um cargo de juiz no Egito, onde três jornalistas da Al-Jazeera foram condenados à prisão por "difundir notícias falsas" e --atenção à coincidência!-- "manchar a imagem do país no exterior". O problema é que, neste país e neste tempo, ele opera no almoxarifado do governo.

Tenho dois recados ao pequeno macarthista do PT: 1) Sua "lista negra" só incrimina o seu próprio partido; 2) A pátria é de todos.

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Gana enviou a jato quase US$ 5 milhões ao Brasil
Não foram US$ 3 milhões e sim mais de US$ 4,5 milhões enviados de jatinho pelo governo de Gana para impedir a “greve” de sua seleção na partida contra Portugal. O jornal local Daily Guide apurou que US$ 1,5 milhão se destinavam a torcedores “mal tratados” no Brasil e a aspones do governo de Gana. O ministro dos Esportes, Joseph Yammin, admitiu que foi “mais”. A bufunfa entrou e saiu do País sem pagar imposto.

• Mundo verde
Após dizer que não comenta “assunto específico”, a Receita informou ontem que “não houve irregularidade” nos milhões de Gana.

• Livre de impostos
A Receita admite que lhe compete o controle aduaneiro, ou seja, a movimentação física de valores, mas sem a cobrança de tributos.

• Dinheiro voando
País “amigo” de Lula, que o visitou três vezes – a última em abril – Gana ganhou generosos empréstimos do BNDES até para aeroporto.

• Bola rolando
Os US$ 3 milhões para jogadores seriam “empréstimo emergencial” da Fifa, mas a entidade, isenta de impostos, faz silêncio sobre o rolo.

• Governo já gastou R$ 28 milhões usando cartões
A campanha eleitoral não começou oficialmente e por isso os gastos do governo federal continuam no ritmo acelerado de sempre: até maio deste ano, o governo Dilma conseguiu gastar R$ 27,84 milhões usando “cartões corporativos”. A Presidência da República é que mais gasta, liderada pelos arapongas da Agência Brasileira de Inteligência que ultrapassou o gabinete da presidente e torrou R$ 5,2 milhões, em 2014.

• Na baixa
Dos R$ 4,22 milhões em cartões corporativos da Presidência, mais de 95% são “sigilosos”, sonegados ao contribuinte que paga a conta.

• PF Platinum
O Ministério da Justiça é o 2º colocado nos gastos com cartões, com R$ 5,9 milhões. Quase tudo igualmente “sigiloso”.

• Esquizofrenia política
Fechado com a reeleição de Dilma, o PP apoia Paulo Câmara (PSB), candidato de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco.

• Todos contra um
O PR marcou para segunda (30) a reunião da executiva nacional que sacramentará o apoio à reeleição da presidenta Dilma. Dos 23 votos, a expectativa é que o líder Bernardo Santana (MG) vote contra aliança.

• Estaca zero
Após descartar as negociações com o PSD de Gilberto Kassab, a bolsa de apostas para a vice do presidenciável Aécio Neves (PSDB) se voltou para Aloysio Nunes (SP) e Tasso Jereissati (CE).

• Deram troco
O Planalto atribui o rompimento do PTB à influência dos senadores Mozarildo Cavalcanti (RR), a quem o PT negou apoio à reeleição, e Gim Argello (DF), rifado pelo PT para cargo de ministro no TCU.

• O conto da Copa
Duas empresas fajutas em Londres surrupiaram R$ 60 milhões de trouxas, vendendo na internet terrenos no Brasil “supervalorizados” com a Copa, Olimpíadas e crescimento econômico no país, diz a BBC.

• Bateu martelo
A Executiva Nacional do PT decidiu apoiar a reeleição do governador Camilo Capiberibe (PSB) no Amapá, com a vice Dora Nascimento (PT) candidata ao Senado. A chapa tem ainda PCdoB e PSOL.

• Infantaria
O presidente do PSDB em São Paulo, Duarte Nogueira, apresentou ao partido um mapeamento das eleições nos estados. Os tucanos terão 14 candidatos ao governo, quatro vices e cinco ao Senado.

• Queima total
A Empresa Brasileira de Comunicação, da TV traço do Lula, vai destruir em 30 dias todos os documentos, inclusive financeiros, da Radiobrás e outras empresas que sucedeu, de 1960 até 2009 – 2º governo Lula.

• Enquadrou
Na contramão do presidente do Solidariedade-BA, Marcos Medrado, que apoia o petista Rui Costa para governador, a direção nacional bateu o martelo que o partido local marchará com Paulo Souto (DEM).

• Enquanto isso…
…no Brasil, a contaminação da bola. No Oeste da África, a devastação do Ebola.