O Globo
O Dia do Estudante catalisa o desejo da
maioria pela garantia de lisura nas eleições, em resistência às investidas
golpistas contra as urnas eletrônicas
Milton Nascimento, que neste ano despede-se
dos palcos como um dos impávidos vértices da música brasileira, canta assim
nosso Coração de Estudante: “Renova-se a esperança. Nova aurora a cada dia. Há
que cuidar do broto. Pra que a vida nos dê flor e fruto”. Na quinta-feira, 11
de agosto de 2022, o Dia do Estudante no Brasil, nós entregamos nossos
corações, junto aos mais vastos setores da sociedade, para a esperança das
flores e frutos da democracia. Ocupamos as ruas, conclamando o conjunto dos
movimentos populares, a sociedade civil organizada, a amplitude de pensamentos
convergentes e divergentes do campo democrático para um caminhar histórico em
defesa do nosso país. Nós, do movimento estudantil brasileiro, já trilhamos os
mesmos passos em momentos decisivos da vida nacional, como o combate ao
nazifascismo na Segunda Guerra Mundial, a resistência à ditadura militar, a
luta pela abertura política e as eleições diretas.
Agora, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) cerram fileiras contra as graves ameaças à institucionalidade e ao processo eleitoral, ancoradas pela extrema direita e pelo presidente da República. O Dia do Estudante catalisa o desejo da maioria pela garantia de lisura nas eleições, em resistência às investidas golpistas que têm como alvo o sólido sistema das urnas eletrônicas brasileiras e buscam instaurar a instabilidade no pleito. Caminhamos também, em todos os estados, em contraposição à cultura de ódio que foi inoculada entre os seguidores deste governo violento e que já resultou em tragédias como o assassinato de Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. Somos muitas, somos muitos e respondemos ao mal com as nossas mãos dadas, a força da nossa coragem e a firmeza dos nossos semblantes.