O Globo
Comer pedaço de pizza nas ruas de Nova York
pode ser um dos melhores programas da cidade, mas ficar na porta do restaurante
porque não pode entrar sem a comprovação da vacina contra a Covid-19 é um
vexame sem precedentes para um presidente de qualquer República que se preze.
Não é sinal de populismo, nem de ser popular, mas de desleixo com as vidas
alheias, que é a marca registrada de Bolsonaro.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que foi seu companheiro de
negacionismo no início da pandemia, mas depois caiu na real, foi sutilmente
irônico com Bolsonaro. Fez a apologia da vacina AstraZeneca, fruto de pesquisas
da Universidade de Oxford, e incentivou todos a se vacinar. Embora certamente
já soubesse, Boris Johnson perguntou a Bolsonaro se ele já havia se vacinado,
ao que o presidente brasileiro respondeu com um sorriso sem graça: “Ainda não”.