General Braga Netto suspende novos empréstimos de pessoal
PMs, agentes penitenciários e bombeiros estão em órgãos como Alerj e tribunais
Em reunião no Comando Militar do Leste, nesta semana, oficiais do Exército avisaram que o general Braga Netto quer de volta a seus postos os 3.113 policiais da PM e da Civil, bombeiros e agentes da Secretaria de Administração Penitenciária que estão cedidos a outros órgãos, como a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e prefeituras, entre outros. O interventor já determinou a suspensão de novos empréstimos de pessoal. Assessores de Braga Netto verificaram que 2.044 PMs estão fora dos quartéis, número maior que o de homens empregados no policiamento dos 13 municípios da Baixada Fluminense.
TROPA SERÁ CONVOCADA
Interventor suspende cessão de policiais
Órgãos estaduais, prefeituras e Judiciário devem devolver agentes; mais de 3 mil estão emprestados
Marcos Nunes, Rafael Soares, Vera Araújo | O Globo
Em uma reunião que aconteceu esta semana no Palácio Duque de Caxias, quartel-genral do Comando Militar do Leste, oficiais do Exército deram um recado a representantes das polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Administração Penitenciária: grande parte dos 3.113 servidores dessas instituições que estão cedidos a outros órgãos terá de reassumir seus postos originais. A decisão partiu do general Walter Braga Netto, responsável pela intervenção federal na segurança pública do estado. Ele já determinou a suspensão de novos empréstimos de pessoal, com o objetivo de reforçar ações de patrulhamento nas ruas e a vigilância em presídios.
Há policiais, bombeiros e agentes penitenciários cedidos para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, entre outros órgãos, além de prefeituras. A equipe de assessores de Braga Netto verificou que 2.044 PMs trabalham fora dos quartéis. Esse efetivo é maior, por exemplo, do que o número de homens mobilizados para fazer o policiamento dos 13 municípios da Baixada Fluminense, região habitada por 3,73 milhões de pessoas. E as distorções provocadas pela cessão de servidores não param por aí.
PALÁCIOS TÊM MAIS PMS QUE BATALHÃO
Na Ilha do Governador, onde residem 212. 574 pessoas, de acordo com o Censo Demográfico de 2010, há pouco mais de 200 policiais trabalhando no 17º BPM. O batalhão tem menos policiais que a Subsecretaria Militar da Casa Civil, encarregada da segurança dos palácios Guanabara, onde o governador Luiz Fernando Pezão costuma despachar, e Laranjeiras, usado eventualmente por ele para recepções. Nos dois locais, prestam serviço 253 PMs.
A prefeitura do Rio conta com 97 PMs, oito policiais civis e 11 bombeiros cedidos. Entre os PMs que trabalham para o município, 53 estão lotados na Casa Militar, ondem têm a função de cuidar da segurança do prefeito Marcelo Crivella e de outras autoridades.
Procurada para comentar o assunto, a prefeitura afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a gestão de Crivella conseguiu reduzir o efetivo de PMs cedidos ao município: segundo uma nota divulgada ontem, a administração anterior contava com cem policiais militares emprestados.