Reforma acaba com aberração do sistema tributário
O Globo
Deputados devem fazer uma análise criteriosa
das exceções introduzidas pelo Senado e ser ágeis na aprovação
O Senado
aprovou enfim a reforma tributária. Não se trata apenas da
maior mudança no sistema de impostos do país em quatro décadas. Uma vez
chancelada pela Câmara, ela porá fim ao manicômio tributário que atormenta
empreendedores, trava o crescimento da economia e faz do Brasil motivo de
chacota mundo afora. Mesmo com todos os defeitos, coloca o país noutro patamar.
Espera-se que os deputados não percam tempo para analisar as mudanças feitas no
Senado e a aprovem quanto antes.
O Brasil é o país onde as empresas gastam mais tempo tentando administrar os impostos que têm a pagar devido à barafunda de normas e leis. O IPI é o paraíso das exceções e o inferno para quem tenta entender as regras. A alíquota para bombom é de 5%. Para wafer, zero. Perfume paga 40%. Água- de-colônia, 10%. Cada uma das 27 unidades da Federação tem regulamentos próprios de ICMS. Os de São Paulo têm mais de 600 artigos e 20 anexos, com centenas de itens e incisos. No restante do país, a situação é semelhante.