Embora
não se possa dizer que seja sensata uma pessoa que tem como ídolo o coronel
Brilhante Ustra, denunciado formalmente como torturador, e aceita a tortura
como arma de guerra, o vice-presidente, General Hamilton Mourão, tem defendido
teses razoáveis desde o início do governo. E teve o cuidado de, eleito, não
voltar a temas como a tortura, ou o autogolpe, que abordou na campanha
presidencial.
Mais
uma vez ele se sobressai, com posições razoáveis e sensatas, em relação ao
presidente Bolsonaro que, para se vingar, já disse que Mourão é muito mais
“tosco” do que ele, como se avisasse: não adianta querer me derrubar porque o
Mourão é pior ainda. Pouco provável, pela formação acadêmica de um general de
quatro estrelas, e pelas posições que tem tomado, pessoalmente ou na
presidência do Conselho da Amazônia.
Aliás,
foi nessa posição que Mourão trombou com Bolsonaro, ao ser revelada uma das
propostas em estudo para conter as queimadas e as grilagens na região.
“Expropriar propriedades rurais e urbanas acometidas de crimes ambientais ou
decorrentes de grilagem ou de exploração de terra pública sem autorização"
seria permitido através de uma emenda constitucional (PEC), uma demonstração
cabal de que o governo estava se mobilizando para evitar o que hoje acontece na
região.