Tais eventos, inéditos aqui e em toda parte do mundo conhecido, não duraram mais que poucas horas, contidos os tresloucados, homens e mulheres de todas as idades, vindos de todos os cantos do território nacional, conduzidos à prisão sem maiores resistências, mas deixando em seus rastros uma ação destrutiva que segue doendo na autoestima dos brasileiros com a profanação de obras da sua cultura e da sua civilização.
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
domingo, 15 de janeiro de 2023
Luiz Werneck Vianna* - A patologia brasileira e seus remédios
Luiz Sérgio Henriques* - A democracia como valor universal
O Estado de S. Paulo.
Trata-se de reivindicar a inserção no
Ocidente democrático, sistema de formas políticas e sociais assentadas em
tolerância, pluralismo e direitos humanos
Consigna dos anos 1970, quando dávamos partida à superação do regime ditatorial, a “democracia como valor universal” é uma dessas frases que voltam poderosamente à cabeça nos momentos mais difíceis, nos quais a roda da História – se é que ela existe – não só emperra, como parece querer girar ao contrário. A frase teve uma origem singularíssima que por certo a torna ainda mais pertinente agora. Para os que porventura não sabem, ela nasce do universo comunista já na sua fase terminal, em que não havia mais dúvida razoável sobre a tragédia do stalinismo e, de algum modo, tentava-se o acerto de contas e testava-se a renovação “eurocomunista” – que, afinal, não veio, deixando toda uma tradição arquivada nos desvãos, muitas vezes sombrios, do século passado.
Paulo Fábio Dantas Neto* - Agendas de estado e de governo: linhas de giz e vasos comunicantes
Os problemas estão, primeiro, na falta de sintonia e mesmo hostilidade de largas faixas do eleitorado perante o novo governo (as eleições e a transição não cerziram as feridas) mas também perante as instituições e a própria sociedade civil. Aí reside uma anomia latente, que precisa ser superada pela difícil combinação de firmeza institucional e moderação política. Reconectar e apaziguar essas faixas é condição para a estabilidade da república e para a dinâmica da democracia. Soluções possíveis para esse problema estão mais afetas a uma agenda de governo e à formação e consolidação de uma oposição democrática. É fundamentalmente uma questão a ser resolvida por uma política voltada a seus misteres competitivos e representativos e atenta a vasos comunicantes entre si e a institucionalidade do Estado.
Luiz Carlos Azedo - Torres precisa explicar o golpe de Estado que estava em marcha
Correio Braziliense
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres,
que ontem desembarcou no Brasil e está preso, tem muitas explicações a dar
sobre o golpe de Estado que estava em marcha e foi frustrado
Não existe mais dúvida de que houve graves
falhas no sistema de segurança pública, cuja missão era defender a integridade
dos Poderes da República, sem precedentes na nossa história. No imaginário
político do país, até domingo passado, eram inimagináveis as cenas de
vandalismo protagonizadas pela extrema-direita bolsonarista, com a invasão e a
depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal
Federal (STF).
Entretanto, tudo foi planejado, não era uma turba enfurecida em ação na Esplanada; eram militantes políticos mobilizados de vários estados e orientados para provocar o caos, desestabilizar o governo empossado e promover uma intervenção militar para destituir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, legitimamente eleito.
Merval Pereira - Democracia e desenvolvimento, tudo a ver
O Globo
Trabalho de Edmar Bacha mostra a
importância da democracia para o desenvolvimento econômico
Num momento em que a democracia no Brasil
está sob ataque, o economista Edmar Bacha, um dos pais do Real e membro da
Academia Brasileira de Letras, escreve um importante trabalho sobre a relação
da democracia com o desenvolvimento econômico, a ser publicado no próximo
número da Revista Brasileira, veículo oficial da ABL.
Com base em diversos estudos e dados de órgãos internacionais, como o Banco Mundial, Bacha afirma que "nem a experiência brasileira, nem as comparações internacionais sustentam a ideia de que a autocracia tenha superioridade sobre a democracia para promover o crescimento econômico". Ao contrário, as comparações internacionais sugerem que a democracia se associa à passagem de um país de renda média, como Brasil, para a renda alta.
Míriam Leitão - Revelações dos primeiros dias
O Globo
Em dias intensos, o Brasil viu ataques de
vândalos, posses inéditas de ministras, minuta golpista e pacote econômico
Duas mulheres desciam a rampa interna do
Palácio do Planalto, de mãos dadas, braços erguidos em sinal de vitória. Com
elas vinham duas feridas abertas da história do Brasil, o racismo e o
extermínio de indígenas. Isso foi na quarta-feira. Elas andavam no mesmo espaço
onde, três dias antes, golpistas vandalizaram o Planalto. Quinta-feira o
ministro da Fazenda anunciou um plano para arrumar a bagunça nas contas
públicas e a Polícia Federal descobriu um documento no armário do ex-ministro
da Justiça provando conspiração contra a democracia. Isso é Brasil em dias
intensos.
Os fatos estão ligados. O ministro Fernando
Haddad, ao explicar o plano dele para aumentar a arrecadação e cortar despesas,
disse que houve um projeto deliberado de reduzir a receita em R$ 150 bilhões
para tentar ganhar a eleição:
— Estamos voltando à situação de receita e despesa do começo de 2022, ou seja, o que seria natural se não houvesse tentativa de ruptura institucional, trágicas decisões tomadas para sabotar o processo eleitoral.
Elio Gaspari -Democracia, repressão e burocracia
O Globo
Quem prende deve pensar em soltar aqueles
que não constituem uma ameaça imediata à sociedade
Desde domingo passado foram presas pelo
menos 1.800 pessoas em Brasília. Delas, umas 1.300 estavam no acampamento
golpista diante do Quartel-General do Exército. Cerca de 500 foram detidas na
cena das invasões do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do
Congresso. Muitos dos que foram presos no acampamento haviam participado dos
atos e retornaram à noite.
Apesar da superposição, os dois grupos são
distintos. Quem estava no acampamento pedindo um golpe de Estado não pode ser
suspeito de ter praticado ato de vandalismo nas sedes dos três Poderes da
República. São dois comportamentos reprováveis, porém distintos.
O arrastão de Brasília foi o maior da
história nacional. Superou dois outros: o do Congresso Clandestino da União
Nacional dos Estudantes, em Ibiúna (1968); e o da PUC de São Paulo (1977), onde
jovens comemoravam a refundação da UNE.
Quem prende deve pensar em soltar aqueles que não constituem uma ameaça imediata à sociedade.
Bernardo Mello Franco - Intervenção pelo WhatsApp
O Globo
Governo chegou a considerar que
bolsonaristas haviam tomado o poder à força
No meio da tarde do último domingo, quando
bolsonaristas dominavam todos os prédios da Praça dos Três Poderes, o governo
chegou a considerar que a extrema direita havia conseguido dar um golpe de
Estado.
“O golpe se consumou? Tecnicamente, sim”,
admite o ministro da Justiça, Flávio Dino. “Um golpe se consuma quando os
conspiradores tomam os palácios. Pela primeira vez na história, eles ocuparam
as sedes dos Três Poderes”, explica.
Às 15h40, o prédio do Supremo Tribunal
Federal foi invadido por hordas que destruíram o plenário e saquearam até o
brasão da República. Àquela altura, os salões do Congresso e do Palácio do
Planalto já haviam sido depredados.
O presidente Lula estava em Araraquara, onde vistoriava estragos feitos pela chuva. Avisado do quebra-quebra, suspendeu a agenda e improvisou uma sala de crise no gabinete do prefeito.
Dorrit Harazim - Segunda vez
O Globo
O poder civil e as instituições
democráticas continuam de pé após o assalto concertado do 8 de Janeiro
‘Bom
dia, democracia...” Começava assim, domingo passado, o texto estampado neste
espaço da edição impressa do GLOBO. Poucas horas depois, o tal “dia” virara
chumbo, “a democracia” esperneava para manter seu norte, e nada mais no país
podia ser qualificado de “bom”. Ainda assim, repete-se aqui a saudação — não
pela sua rima fácil, mas porque o poder civil e as instituições democráticas
continuam de pé após o assalto concertado do 8 de Janeiro.
Dê-se o nome que se queira à horda de bolsonaristas que investiu às cegas contra os marcos dos Três Poderes da República, terroristas não eram. Na acepção não jurídica da palavra, “terrorismo” é a propaganda por meio do ato, a pedagogia por meio do assassinato. Suas vítimas não costumam ser as mesmas que a audiência pretendida, e seu propósito está na disseminação da mensagem do medo, não tanto na derrota do inimigo — até por se saber inferior. Um dos paradoxos clássicos do terrorismo, por sinal, está em proliferar tanto quanto possível, não triunfar em lugar algum, mas renascer sempre.
Eliane Cantanhêde - O topo da pirâmide
O Estado de S. Paulo
Assim como na pandemia, Bolsonaro produziu pilhas de provas contra si nos atos golpistas
São várias e até aqui eficientes as frentes
de investigação sobre atos de caráter terrorista contra o resultado das
eleições, as instituições, o patrimônio público e a própria democracia
brasileira. Essas frentes começaram nos executores, avançaram para financiadores,
chegam a mentores e começam a apontar para o topo da pirâmide: o mandante do
crime.
Foram fichadas 1.500 pessoas, que, aliás, não estavam num “campo de concentração”, como dizem bolsonaristas, mas, sim, na polícia, com água, banheiros, café da manhã, almoço e jantar. E, agora, foram divididas: homens na Papuda, mulheres na Colmeia e “alvos humanitários” soltos, apesar de bem saudáveis em barracas, com chuva e lama em volta de quartéis.
Celso Ming - Salvar a indústria é fazer escolhas
O Estado de S. Paulo
Ao tomar posse como ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o vice-presidente da República, Geraldo
Alckmin, anunciou que teria como prioridade as negociações de novos acordos
comerciais, destinados a criar acesso aos mercados externos do produto
industrial do Brasil.
A direção está correta, mas, depois de
tanta vacilação dos governos anteriores, os obstáculos ficaram enormes. E, mais
do que tudo, a definição de uma política industrial deve preceder um novo
esforço de abertura comercial no exterior. Mas isso precisa ser mais bem
explicado.
Ano após ano, a indústria de transformação
do Brasil vai sendo desidratada. Há 30 anos, correspondia a 29% do PIB; hoje,
não passa dos 12%.
Desde os anos 50, os empresários argumentavam que a indústria precisava de proteção. Obtiveram favores fiscais, barreiras alfandegárias que mantinham a concorrência externa longe dos portos internos, reservas de mercado, créditos a juros favorecidos colocados à disposição pelo BNDES e tantas coisas mais.
Vinicius Torres Freire – Golpe, economia e Lula 3
Folha de S. Paulo
PIB em baixa pode tirar apoio e tempo que
intentona terrorista deu ao presidente
A intentona
terrorista de 8 de janeiro teria causado uma comunhão democrática
instantânea, um ajuntamento de apoios políticos e sociais que também
beneficiaria Luiz
Inácio Lula da Silva. O presidente, um fiador da democracia, teria ganhado
mais tempo para assentar seu governo, que começou sob críticas ao caráter
restrito do que antes se prometia ser uma "frente ampla", na economia
e na política.
É uma análise que se ouve por aí. Pode-se
especular de maneira razoável que não há tempo. Nem Lula, nem o país democrata,
nem a pobreza
ainda mais degradada por uma década sem crescimento têm tempo.
Como se não bastassem os quatro anos de agitação e propaganda de Jair Bolsonaro, os dois meses e meio depois da eleição comprovaram a organização golpista. Para citar o óbvio, houve quebra-quebra diante da Polícia Federal no dia da diplomação de Lula, tentativa de ataque a bomba ao aeroporto de Brasília, depredação de torres de transmissão de eletricidade, movimentos para bloquear a distribuição de combustíveis e envolvimento de militares na intentona.
Celso Rocha de Barros - A Intentona Bolsonarista
Folha de S. Paulo
Todos os envolvidos em tentativa de golpe
devem ser presos
Neste domingo faz uma semana que Jair Bolsonaro mandou seus seguidores darem um golpe
de estado enquanto ele tinha seu dia de princesa na Disney.
Por esse crime, Jair Bolsonaro deve ser
preso. Os políticos que convocaram ou apoiaram a tentativa de golpe
devem ser cassados e presos. Os empresários que financiaram a
tentativa de destruição da democracia devem ter seus bens confiscados, como
confiscaríamos propriedades do Comando Vermelho ou do PCC. Os militares e policiais com envolvimento comprovado na
tentativa de golpe devem ser exonerados e presos.
É o que qualquer república funcional faria. Pouco tempo atrás, uma conspiração golpista na Alemanha, que não envolvia o ex-presidente da república ou ninguém remotamente tão poderoso, foi descoberta. Foi todo mundo em cana, nos termos da lei, com amplo direito de defesa, como tem que ser aqui.
Bruno Boghossian - Pisando em ovos com coturno
Folha de S. Paulo
Incômodo expõe generais mal-acostumados com
virtual imunidade durante anos Bolsonaro
Durante a campanha, Lula alternou
o tom de suas mensagens sobre as Forças Armadas. A certa altura, o então
candidato denunciou o envolvimento indevido dos comandos em questões de governo
e prometeu demitir 8
mil militares de cargos civis. Em outro momento, ele disse não
ter queixas sobre o comportamento dos fardados: "Os militares são mais
responsáveis do que o Bolsonaro".
Em conversas com aliados, Lula deixava claro o plano de enfrentar a contaminação política das Forças Armadas e reduzir sua influência em assuntos que não fossem da esfera militar. Os petistas reconheciam, porém, que seria preciso ter alguma cautela para evitar que potenciais atritos produzissem uma crise.
Hélio Schwartsman - Economia narrativa
Folha de S. Paulo
Autor defende que narrativas se tornem
parte da ciência econômica
"Narrative Economics" (economia
narrativa; há uma edição lusitana), de Robert Shiller, não é exatamente um
livro novo (é de 2020), mas ele me foi recomendado há pouco por Maria Hermínia
Tavares, que escreve na Folha às quartas-feiras. E, quando a Maria
Hermínia diz que devo ler algo, eu obedeço. Não me arrependi. O livro é
interessantíssimo.
O autor, um dos papas da economia comportamental, Nobel de 2013, começa se queixando do pouco espaço que seus colegas dão às narrativas. Não o fazem por julgá-las irrelevantes. Até o mais tradicionalista dos economistas reconhece fenômenos como corridas bancárias e outros comportamentos de manada, indissociáveis das histórias que são contadas numa sociedade.
Muniz Sodré* - O nome da manada
Folha de S. Paulo
Entre o fake das redes e os grotões da
ignorância, ergue-se, bem financiada, uma escola de terrorismo fascista
Alarmado com o vandalismo inqualificável em
Brasília, um colega francês pergunta ao telefone se era golpe de Estado ou um
"jusqauboutisme". Em francês, "jusqu’au bout" significa
"até o fim". A expressão daí derivada é coloquialismo para designar
comportamento que conduz a um fim com finalidade insana. Vale para o fanático
com uma bomba amarrada ao corpo, assim como para o badernaço sem limites, em
que se desrespeita e se arrebenta.
A imprensa respondeu diversamente à questão, classificando os agentes da anarquia como terroristas, golpistas, invasores. Nomear não é jamais um ato trivial, porque o nominado é simbolicamente capturado pela linguagem: fale-se do diabo, e ele aparece, diz o povo. Por isso se exnomina, ou seja, dá-se outro nome, por medo ou por hipocrisia. A ditadura civil-militar brasileira costumava ser exnominada como "revolução". Agora, por aversão, vinha-se chamando o tosco Mór de "inominável". Exnomina-se quando se diz que aplicação da lei é revanchismo.
Ruy Castro - A saíra que singra o azul
Folha de S. Paulo
O conceito de pátria precisa voltar à
língua, sanitizado e expurgado de violência e ódio
Isolados, cada qual em seu verbete no dicionário, "Deus", "pátria" e "família" são conceitos bonitos. Acoplados, como no bordão dos integralistas —os fascistas brasileiros dos anos 1930— ou na boca de Bolsonaro, formaram um programa de guerra para os ingênuos e pascácios. Com isso, "patriota" tornou-se sinônimo de bolsonarista. É hora de retomar o conceito de pátria, sanitizá-lo e expurgá-lo da violência e do ódio. Para colaborar, sugiro uma apaixonada definição do termo, criada em 1917 por um poeta parnasiano, com as exclamações e tudo.
Cristovam Buarque* - Poder desestabilizador
Blog do Noblat / Metrópoles
As Forças Armadas não são poder moderador
da república; elas têm sido um poder desestabilizador
Na qualidade de Presidente, Lula disse que as Forças Armadas não são poder moderador da república; na qualidade de historiador, ele poderia dizer que elas têm sido um poder desestabilizador da democracia. A ideia de poder moderador surgiu depois do primeiro golpe militar que destituiu D. Pedro II e instaurou no lugar uma democracia sob comando do Exército. Pela constituição monárquica, com governo parlamentar, o Imperador era o poder moderador: em momentos de crise, quando os líderes políticos não se entendiam, o monarca podia dissolver o parlamento e convocar imediatamente novas eleições. Diversas repúblicas dão este poder ao presidente. Nenhuma reconhece este papel aos militares. Seria uma ofensa imaginar que os soldados formados, organizados e pagos para defender o país contra ameaças externas, se meteriam nos imbróglios da política. No Brasil, ao destituírem o Imperador, nossas Forças Armadas, especialmente o Exército, auto assumiram este papel de moderador, e sempre tomando partido de um lado da política – o lado conservador.
O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões
A democracia sobreviveu, mas riscos persistem
O Globo
Sem revanchismo, omissões e conivência
diante de ataques golpistas precisam ser investigadas
Passada uma semana do mais violento ataque
à democracia e às instituições brasileiras desde a redemocratização nos anos
1980, o país pode tirar algumas conclusões, mesmo que polícias e órgãos de
controle ainda se dediquem à tarefa óbvia de apurar responsabilidades. A
primeira delas é que, a despeito dos danos, a democracia resistiu bravamente.
Foi simbólica a cena dos chefes dos três Poderes descendo a rampa do Palácio do Planalto juntos, em meio aos escombros deixados pelos vândalos bolsonaristas. Desde o início, Executivo, Legislativo e Judiciário reagiram de forma uníssona para condenar os “atos terroristas”. Ganhou peso a resposta firme de governadores dos 26 estados e do Distrito Federal (DF), independentemente de colorações partidárias.