sábado, 14 de dezembro de 2013

OPINIÃO DO DIA – Roberto Freire

A menos de um ano das eleições presidenciais, o Brasil vive um momento crucial em que as forças democráticas têm diante de si enormes responsabilidades. Os onze anos de governos do PT não foram marcados apenas por populismo exacerbado, incompetência na condução da economia ou escândalos de corrupção em série, mas também por um processo contínuo de degradação institucional do país. A ocupação da máquina pública pelos lulopetistas e o loteamento fisiológico de cargos entre seus aliados são facetas de um modelo que já se esgotou.

Roberto Freire, “Reencontro histórico e um novo rumo para o país”. Brasil Econômico, 13 de dezembro de 2013.

Preso no mensalão, Henry é o 3º a renunciar

Deputado segue Genoino e Valdemar da Costa Neto; João Paulo Cunha ainda mantém seu mandato.

Condenado no mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Pedro Henry (PP-MT) renunciou ontem ao mandato de deputado federal e se entregou à Polícia Federal em Brasília. O mandado de prisão foi expedido de manhã pelo Supremo Tribunal Federal. Henry é o 17º condenado a ser preso. Terá de cumprir 7 anos e 2 meses de prisão e pagar multa de R$ 962 mil. Enquanto seguia para a PF, a carta de renúncia foi entregue à Câmara. Com isso, evitou a abertura de processo de cassação. Henry alegou ter optado por entregar o cargo para não expor ainda mais a instituição, desgastada pela repercussão do julgamento do mensalão. É o terceiro parlamentar condenado no caso a renunciar e seguiu os passos de Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e José Genoino (PT-SP). A pressão agora recai sobre João Paulo Cunha (PT-SP), o único condenado a permanecer na Câmara. Cunha aguarda julgamento de recurso.

Após ordem de prisão, deputado Pedro Henry renuncia ao mandato e se entrega

Condenado no processo do mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 7 anos e 2 meses de prisão e pagamento de multa de R$ 962 mil, Pedro Henry (PP-MT) renunciou ontem ao mandato de deputado federal e se entregou à Superintendência da Polícia Federal. O ex-parlamentar teve o mandado de prisão expedido durante a manhã pelo Supremo Tribunal Federal. Henry é o 17. O condenado no processo do mensalão a ser preso.

Enquanto seguia para a PF, onde passou por exame de corpo de delito, a carta de renúncia do mandato de Henry foi entregue à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Com isso, ele evitou a abertura de um processo de cassação.

Na carta de renúncia apresentada à Mesa Diretora da Câmara, Henry se dirigiu ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O ex-deputado alegou ter optado por entregar o cargo para não expor ainda mais a instituição, desgastada pela repercussão do julgamento do mensalão no STF.

"Senhor presidente, não seria este o desfecho da vida pública que eu havia planejado, mas não vou expor esta instituição mais do que já se encontra exposta por este episódio", escreveu Henry. A carta deverá ser lida em plenário na segunda-feira.

O ex-deputado disse, na mesma mensagem, ter tentado provar sua inocência, mas acabou condenado mesmo sem provas. "Apesar de abreviar em um ano este mandato, meu sentimento é de dever cumprido para com os mato-grossenses", afirmou.

Henry é o terceiro parlamentar condenado no processo do mensalão a renunciar. Ele seguiu os passos de Valdemar Costa Neto (PR-SP) e José Genoino (PT-SP). O primeiro, assim como Henry, apresentou a renúncia no mesmo dia em que foi dada a ordem de prisão. O petista, que apresentou um pedido de aposentadoria por invalidez, só renunciou quando a Câmara estava prestes a abrir um processo de cassação do mandato.

Pela Lei da Ficha Limpa, Henry ficará inelegível pelos próximos 16 anos e não poderá concorrer a cargos públicos até 2029, quando terá 71 anos.

Dos quatro deputados condenados pelo Supremo no processo do mensalão, o único a manter o mandato é João Paulo Cunha (PT-SP). Ele aguarda julgamento de recurso em liberdade (mais informações abaixo).

Companheiros. Enquanto estiver na Papuda, Henry terá a companhia de outros condenados no processo do mensalão, como o ex-ministro José Dir-ceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, segundo informou seu advogado, José Antônio Duarte Alvares. Apermanência em Brasília, porém, deve ser temporária, já que a defesa vai pedir, na segunda-feira, a transferência para Cuiabá (MT), onde vivem a mulher e os filhos de Henry.

Duarte Alvares afirmou ontem que pretende encaminhar sugestões de trabalho para o deputado. "Ele é médico, com três especialidades. Não vai ser difícil receber uma oferta de emprego", afirmou. Henry é médico-legista, clínico geral e hiperbárico.

Essa não é a primeira vez que Henry renuncia ao mandato. Em 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão, ele era líder do PP. Em março de 2006, foi absolvido pelo plenário.

No julgamento do caso no Supremo, a maioria dos ministros entendeu que o ex-deputado participou das negociações que levaram ao repasse de, pelo menos, R$ 3 milhões do valerioduto para o PP e ao uso da corretora Bônus Banval para distribuir o dinheiro. Henry nega que tenha tratado de assuntos financeiros com o PT e diz que não tinha conhecimento da origem ilegal dos valores recebidos por seu partido.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Em nova homenagem a condenados, PT critica distanciamento do Planalto

João Paulo, já sentenciado, diz que máfia dos fiscais é maior que mensalão

Fernanda Krakovtcs

BRASÍLIA- Com críticas a setores do governo Dilma que pregam o distanciamento do Palácio do Planalto do tema do mensalão, o PT fez ontem mais uma hoi menagem aos petistas condenados e presos. O ato ocorreu um dia após a abertura do 5º Congresso do partido, anteontem, ter se transformado em desagravo a José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Além de parentes dos três, também discursou o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no mensalão a nove anos e quatro meses, mas ainda aguardando o julgamento dos recursos. Os petistas não esconderam o ressentimento com o Planalto e com setores do partido que defendem virar a página, temendo prejuízos eleitorais.

No discurso, João Paulo comparou o mensalão com o escândalo dos fiscais da prefeitura de São Paúlo e com a formação de cartel e cobrança de propina em licitações de obras do metrô nos governos tucanos de São Paulo. Mas fez a ressalva de que corrupção é corrupção, independente do montante roubado:

— O Brasil do povo não é o Brasil desta elite. Dizem que o mensalão foi o maior escândalo político, com desvio de R$ 140 milhões. Cinco fiscais da prefeitura de São Paulo desviam R$ 500 milhões. Um contrato da Alstom desvia mais de meio bilhão (de reais).

João Paulo também fez referência ao deseja do Planalto e de setores do PT em se descolar do escândalo do mensalão:

— Tem gente que acha que não pode arrastar demais isso para não contaminar a eleição. Bobagem, 2006 foi assim, 2010 foi assim. Quando eles não tiverem mais nada para falar, vão tirar isso da prateleira, porque isso é política.

Também discursaram Joana Saragoça, filha de Dirceu, e o vereador de Goiânia Carlos Soares, irmão de Delúbio.

Líder do PT na Câmara, o deputado José Guimarães (CE) afirmou ter dito a Genoino, seu irmão, que, depois da solidariedade prestada pelo partido anteontem, com "a explosão dos delegados" nem era mais necessário o ato de ontem. Genoino está em prisão domiciliar, em Brasília.

— Ninguém cala a militância do partido, por mais que, às vezes, queiram fazer uma coisa mais contida, por conta de nossas obrigações. Se a ditadura militar não calou o PT, ninguém vai calar — disse Guimarães, para uma plateia de cerca de 300 militantes.

A presidente Dilma evita comentários sobre o assunto, tendo se manifestado uma única vez sobre o estado de saúde de Genoino. Ela tenta descolar o governo do mensalão e gostaria de virar essa página. O ex-presidente Lula não resiste em se solidarizar i com os companheiros, como fez com Dirceu anteontem. Lula disse que não falaria do assunto, a despeito das cobranças da militância, mas comparou a cobertura da imprensa sobre o mensalão com as de outras denúncias.

Fonte: O Globo

À espera de recurso, João Paulo investe contra STF e imprensa

Único deputado ainda em Liberdade rebate quem dizquemensalãofoi o maior escândalo do País: "Desvio do ISS foi maior"

João Domingos, Daiene Cardoso

BRASÍLIA - Para um auditório com metade das cadeiras ocupadas, o único deputado federal condenado no processo do mensalão em liberdade, João Paulo Cunha (SP), voltou a dizer ontem, durante o 5° Congresso Nacional do PT, que não cometeu nenhuma irregularidade quando foi presidente da Câmara (2003 a 2005) e que a pena de 9 anos e 4 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal foi "injusta".

João Paulo foi condenado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. Ele entrou com embargos infringentes, recurso previsto quando o réu é condenado por maioria apertada dos magistrados, e aguarda decisão do Supremo sobre os pedidos.

Para o parlamentar, corrupção não tem termômetro. "Se rouba R$ 1 ou R$ 1 milhão é a mesma coisa", afirmou. João Paulo comparou o mensalão com o escândalo dos fiscais que cometiam fraudes em um esquema de sonegação do Imposto Sobre Serviços (ISS) em São Paulo. O deputado disse que a Procuradoria-Geral da República apontou desvios de R$141 milhões no mensalão, enquanto os desvios na capital paulista teriam chegado a R$ 500 milhões.

Mais uma vez, João Paulo negou que tenha havido desvio de dinheiro público no mensalão. "A Visanet é privada e dizem que é dinheiro público os empréstimos do PT foram comprovados pelo Banco Central e dizem que é desvio de dinheiro público", afirmou.

Para João Paulo, o País vive "tempos sombrios". "Daqui a 40, 50 anos, quando os historiadores se debruçarem sobre os registros desse caso em jornais e TVs, vão ver um Brasil. Mas se olharem a vida do povo, vão ver outro", disse. "Esse País que a elite registrou, por intermédio da mídia, é o País do ponto de vista deles. Não é o País do povo."

Cores. Na quarta-feira, em discurso na Câmara, João Paulo disse que não renunciará ao mandato e apresentou uma revista com sua defesa. Ontem, voltou a distribuir a publicação. João Paulo era o único a usar camiseta vermelha. Os parentes de outros condenados estavam de branco, segundo eles, em solidariedade aos presos, que só podem usar essa cor.

O ex-presidente da Câmara também criticou o que considera tratamento diferenciado aos réus do processo do mensalão mineiro - parte do caso foi desmembrado, o que garantiria mais de uma instância judicial.

João Paulo atacou a oposição por dizer que o mensalão é o maior escândalo político do Brasil. "Maior escândalo de quê? Eu já li que foi o maior escândalo político. Foi maior que a ditadura militar? Foi maior que o Estado Novo? Foi maior do que a escravidão? Foi maior do que deixar as mulheres sem votar até 1932? Foi maior do que deixar os analfabetos sem votar até 1989? Foi maior do que deixar o índice de analfabetismo que temos até hoje? Foi o maior escândalo político?"

Fonte: O Estado de S. Paulo

Falcão: PT não defende anular julgamento

O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o pedido de anulação do julgamento do STF - feito por militantes durante a abertura do 5° Congresso do PT - não representa a posição oficial do partido. Ele também afirmou não considerar José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares presos políticos.

"Anular julgamento não é posição do PT"

Rui Falcão diz que manifestação de militantes não representa postura oficial do partido; para ele, ex-dirigentes não são presos políticos

João Domingos, Daiene Carâoso

BRASÍLIA - O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), disse que o pedido de anulação do julgamento do Supremo Tribunal Federal não representa a posição oficial do partido. Escalado para coordenar a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, Falcão afirmou não considerar como presos políticos o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.

O pedido de anulação do julgamento apareceu na quinta-feira à noite, durante a abertura do 5° Congresso do PT, quando Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram cobrados por militantes que chamavam Dirceu, Genoino e Delúbio de "guerreiros do povo brasileiro" e clamavam por solidariedade de outros petistas.

"São campanhas que se fazem, mas essa não é a posição do PT", afirmou Falcão. Na quinta-feira, o presidente do PT foi o único a defender publicamente os condenados, ao dizer que nenhum deles comprou votos no Congresso nem usou dinheiro público ou enriqueceu. "Se eu não falasse, vocês iriam dizer que eu fugi do assunto. Mas eu falei com moderação", afirmou o presidente do PT aos repórteres.

Suas declarações, contudo, não foram suficientes para desanimar ou conter os militantes, que continuaram ontem a defender um redirecionamento do partido a respeito do assunto. Ontem, eles ocuparam o auditório onde se realiza o congresso para fazer um ato em desagravo aos petistas presos.

Na mesa. O deputado Paulo Ferreira (RS), locutor oficial do encontro, chamou à mesa o deputado João Paulo Cunha (o único parlamentar envolvido no escândalo ainda em liberdade); Joana Saragoça, filha de José Dirceu; Carlos Soares, irmão de Delúbio Soares e vereador (pelo PT) em Goiânia; e o líder petista na Câmara, José Guimarães (CE), irmão de José Genoino. Para eles, a condenação dos parentes fez parte de uma ação da elite brasileira e da imprensa para desmoralizar o PT.

Joana Saragoça atacou o Supremo por "violar garantias humanas" dos sentenciados no julgamento e de cometer "ilegalidades" na execução das sentenças. Em sua opinião, seu pai foi "injustiçado por ter lutado por um País melhor".

Carlos Soares falou, emocionado, do "sofrimento da família" e concluiu que o "crime" imputado aos petistas se deve ao fato de o governo ter tirado "milhares de pessoas da pobreza".

Já o deputado José Guimarães disse ter estado ontem cedo com Genoino. Este pediu para que os militantes "não abandonem" os presos e se mantenham unidos na adversidade. Guimarães negou que tenha havido compra de votos e refutou as acusações de desvios de recursos públicos. "Se a ditadura militar não calou o PT, ninguém vai calar", emendou.

Discrição. Dilma, Lula e a cúpula do PT não queriam que a abertura do congresso, na quinta-feira, se transformasse em homenagem aos condenados do mensalão - tudo foi planejado para deixar as manifestações restritas aos parentes e amigos desses presos, ontem cedo uma hora em que funcionários do governo não estariam presentes. Houve, porém, pressão de correntes de esquerda do PT. Dilma foi avisada, ainda, de que era impossível conter a plateia e que seria necessária uma declaração mais firme do presidente do PT. Mesmo assim, servidores da Presidência tentavam impedir militantes de levar faixas para o auditório com apoio aos presos.

Ontem à tarde, a nova direção do PT se reuniu com a assessoria da Presidência para acertar diferenças. O Planalto está preocupado em diferenciar a comunicação do partido e a do governo. E, de seu lado, os petistas insistem em ter mais acesso às informações do Planalto para usá-las em programas de rádio e TV, entre fevereiro e maio de 2014. "Temos de ter conhecimento do que eles fazem", disse o novo secretário de Comunicação da legenda, vereador José Américo Dias (SP), presidente da Câmara Municipal de São Paulo.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Barbosa vira alvo de ataques em ato organizado pelo PT

Parlamentares e parentes dos condenados criticaram presidente do STF

Líder do partido na Câmara, Guimarães disse que todo petista precisa sair em defesa dos presos em 2014

Bernardo Mello Franco e Mariana Haubert

BRASÍLIA - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, virou alvo de ataques ontem durante ato de desagravo do PT aos presos do mensalão.

Parlamentares e parentes dos réus se uniram para criticar o ministro, que foi relator do julgamento do maior escândalo do governo Lula.

Os ataques foram iniciados por Joana Saragoça, 24, filha do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). Ela mirou o STF e foi muito aplaudida ao defender o pai.

"O que se viu foi uma série de violações conduzidas pelo ministro Joaquim Barbosa para manter de pé a tese do mensalão, uma história mal contada e sem provas", disse ela. "Meu pai está preso injustamente por ter lutado para fazer do Brasil um país melhor. Todos sabemos que o julgamento foi marcado pela exceção", acrescentou.

O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que aguarda em liberdade o julgamento de seu último recurso, desafiou Barbosa. Ele voltou a contestar a condenação pela prática de peculato (desvio de dinheiro público por servidor).

"O que eu tenho pedido é o seguinte: Diga, ministro Joaquim Barbosa, o que foi que eu desviei. Ele não diz. Sabe por que ele não diz? Porque não tem", disse Cunha.

Homenageado no debate por sua defesa dos condenados, o jornalista Raimundo Pereira, 78, também atacou Barbosa. Ele estendeu os ataques a outro ministro do STF, Gilmar Mendes, a quem acusou de dizer "mentiras deslavadas" sobre os réus.

"Estou dizendo isso porque sou mais velho do que ele. Ele pode me chamar para as vias de fato, se quiser", afirmou.

O presidente do PT, Rui Falcão, assistiu aos ataques ao STF sem se manifestar.

Incômodo
Petistas também expressaram incômodo com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, que evitaram defender os réus na abertura do encontro, anteontem.

O Planalto trabalhou nos bastidores para evitar que a presidente fosse vinculada a atos de desagravo do partido, que tem necessidade de dar resposta ao público interno.

Irmão de José Genoino, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), afirmou que todo o partido precisa sair em defesa dos presos na campanha eleitoral de 2014.

"Não tem como separar o PT desses companheiros", disse. "Se eu disputar outro cargo, vou continuar a defender os nossos companheiros. Eu não me envergonho de ser irmão do Genoino."

O deputado também incitou os militantes a sair com a estrela do PT na lapela e a defender os condenados.

"Ninguém pode se intimidar nem levar desaforo para casa", disse. "Não tem que ficar chorando pelos cantos, não. Temos que ir para as ruas e desfraldar a bandeira do PT. Estamos doídos, mas não estamos mortos."

Ele acrescentou que os parentes dos réus só encontraram forças "para suportar estes últimos dias de 2013" graças ao apoio de militantes e movimentos sociais.

Black Blocs
Hoje os petistas discutirão o texto final do encontro, com orientações para 2014.

Uma ala do partido quer tirar da versão original as críticas ao vandalismo nas manifestações de rua e à ação dos "black blocs".

Novo secretário de comunicação do partido, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo, disse que alas jovens do petismo consideram esse método "legítimo".

Fonte: Folha de S. Paulo

O PT constrange o Planalto, de novo

Em gesto que desagrada ao governo, petistas voltam a homenagear condenados pelo Supremo no julgamento da Ação Penal 470. Apesar de a maioria dos ministros do STF terem sido indicados por Dilma e Lula, militância faz ataques à Corte

Amanda Almeida e Paulo de Tarso Lyra

A contragosto do Palácio do Planalto e dos estrategistas da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PT voltou ontem a dividir o debate sobre a renovação do partido com as homenagens aos petistas presos no processo do mensalão. Depois de constranger o governo ao exaltar os condenados diante de Dilma, que participava da abertura do evento na noite de quinta-feira, os militantes do partido fizeram ontem o ato oficial de desagravo ao ex-ministro José Dirceu, ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, ao ex-deputado José Genoino e ao deputado João Paulo Cunha, colocando-os como “heróis da legenda”.

Com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa, os petistas voltaram a se colocar como injustiçados e vítimas de um processo político, mas em nenhum momento citaram que, dos 11 ministros do Supremo, oito foram nomeados por Dilma ou Luiz Inácio Lula da Silva. No ato, parentes dos três presos e o próprio Cunha foram saudados aos gritos de “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”, seguidos com a mesma frase, mas com o nome dos outros. Cunha foi o mais enfático no discurso. Disse que “alguns” querem afastar o tema das eleições, mas que é uma “besteira”. “Usaram em 2006, em 2008, em 2010, em 2012. Vão usar em 2014 e sempre. Mensalão virou como um produto na prateleira que, quando eles não tiverem mais nada para falar de nós, tiram da prateleira.”

A repetição do desagravo não agradou ao Planalto. O presidente do partido, Rui Falcão, tentou negar a saia justa. “Não vi nenhum constrangimento na presidente. Ela estava contente, tirando fotos. Ela não me mostrou o discurso dela nem eu o meu”, disse Falcão, que citou o mensalão em sua fala e criticou o STF, formado hoje por maioria indicada pelos governos petistas. Já Dilma se limitou a listar conquistas do PT nos últimos anos e fez cara séria enquanto o colega falava sobre a Ação Penal 470.

No Planalto, a menção ao tema foi considerada quebra de acordo. E o descontentamento da presidente ficou explícito nas imagens expostas nos dois telões. Ontem, o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, esteve no congresso e se reuniu com integrantes da comunicação do partido. Segundo o novo secretário de Comunicação da legenda, José Dias, a conversa foi para “melhorar” a sintonia entre partido e governo.

O Correio apurou que o governo aproveitou o encontro para desenhar uma linha entre o que é a comunicação do PT e o que é a do governo. A preocupação é deixar claro que as manifestações do partido — especialmente no que se refere ao julgamento do mensalão — não encontram ecos no governo. E que cada uma das partes terá o seu papel institucional bem definido nessa política de comunicação. A necessidade de separação ficou ainda mais clara após uma recente pesquisa de opinião mostrando que 87% do eleitorado do PT são favoráveis à prisão dos petistas envolvidos no mensalão.

Exceção
O ato de desagravo deu voz a parentes dos condenados. Emocionada, a filha de Dirceu, Joana Saragoza, leu uma carta e também criticou o STF. “Todos sabem que o julgamento foi marcado pela exceção e com vários objetivos de atingir o partido que ousou mudar a realidade e governar para a maioria. O Supremo violou importantes garantias constitucionais para levar ao banco de réus e à cadeia importantes líderes do nosso partido.” O vereador de Goiânia Carlos Soares, irmão de Delúbio, falou pela família. E o deputado e líder da bancada petista na Câmara, José Guimarães, irmão de Genoino, discursou a favor do ex-deputado.

Em outro momentos de constrangimento para o governo, houve uma mesa de debates com líderes de segmentos sociais e intelectuais. O coordenador nacional do Movimento Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, disse que é mais fácil marcar audiência com o papa do que com Dilma. “O governo vai acabar o ano tendo assentado apenas 150 famílias. Qualquer hora, vamos chamar a (senadora) Kátia Abreu (do PMDB-TO, uma das líderes da agropecuária), que fala com a Dilma toda hora, para intermediar um encontro com ela”, ironizou.

Hoje, principal dia de debate do evento, pode haver mais constrangimento proporcionado pelo PT ao governo. Os militantes vão votar o texto-base do encontro, que promete polêmica. O documento foi elaborado pelo deputado Ricardo Berzoini e pelo assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, mas, ao longo do encontro, os militantes apresentam emendas. Há pelo menos 10 que não têm consenso e serão votadas. Uma delas diz respeito ao principal aliado do partido, com quem vive uma relação de gato e rato, o PMDB. A emenda entende que a legenda é conservadora e pretende acabar com alianças prioritárias com ela.

Fonte: Correio Braziliense

Ex-secretário de Justiça lança livro com ataques a Lula

RIO - O ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior lançou ontem o livro Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado, no qual ataca Luiz Inácio Lula da Silva e acusa o partido do ex-presidente, o PT, de utilizar a máquina do governo federal para montar dossiês contra adversários.

Tuma Júnior, que é delegado, foi secretário do Ministério entre 2007 e 2010, durante o segundo mandato de Lula na Presidência da República. Na época, foi demitido por suspeitas de envolvimento com a chamada máfia chinesa. Parte do conteúdo do livro foi revelada na edição da semana passada da revista Veja.

Em uma das acusações mais polêmicas feitas no livro lançado ontem, o delegado afirma que Lula foi informante da ditadura. Segundo escreveu Tuma Júnior, o então líder sindical repassava dados sobre greves sob o codinome de "Barba" ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde atuava seu pai, Romeu Tuma. O petista ficou preso em 1980 por 30 dias no Dops, após greves no ABC.

Segundo Tuma Júnior, ao dar informações ao governo militar, Lula garantiu "privilégios" na prisão. O livro do delegado lista como privilégios noites de sono em um sofá do Dops e uma visita à mãe, dona Lindu, que estava gravemente doente.

Procurado, o Instituto Lula informou ontem que o ex-presidente não iria fazer comentários.

Reputações. Boa parte do livro é dedicada ao que o delegado chama de "assassinato de reputações". Diz que o então ministro da Justiça e hoje governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o assediava para que vazasse documentos que prejudicariam adversários. Ele citao caso do cartel que começou a ser investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em 2008.

Segundo Tuma Júnior, "começou a sair na imprensa que vinha informação da Alstom envolvendo os tucanos". "Um dia chegou o documento da Suíça, em nome da secretaria. Falei para não mandarem para o Ministério Público ainda: Lacrem o envelope, tragam para mim e avisemos ao ministro, porque chegou a bomba dos documentos da Alstom"?, escreve. As informações tinham como alvo principal Ronbson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo tucano de Mário Covas. Eram relatórios enviados voluntariamente pelo país europeu. O ex-secretário de Justiça relata que, mesmo sendo documentos compartilhados por poucas pessoas, eles acabaram vazando mesmo assim.

Ele também critica a ação de parte dos promotores paulistas, "É importante registrar: no Ministério Público de São Paulo existe uma ala que sempre protegeu tucanos de alta plumagem".

Tuma Júnior também acusa outro ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, de pedir para que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fosse investigado após dizer que Lula sabia do mensalão. A ordem ao ministro, diz Tuma Júnior, teria sido dada por Gilberto Carvalho, braço direito do ex-presidente. Carvalho afirma que vai processar o delegado.

"Armação". O ex-secretário Nacional de Justiça atribui a ua demissão do cargo, em 2010, a uma "armação" do governo Lula com o Estado.

Em 5 de maio de 2010, o jornal publicou reportagem revelando que a Polícia Federal tinha interceptado gravações e e-mails- ligando-o a Li Kwok Kwen, o Paulo Li, acusado de ser um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.

A quadrilha era suspeita de ser especializada em contrabando de telefones celulares e venda de vistos permanentes.

"A pergunta que faço é: o que era mais importante para o Estadão noticiar? A foto do "chefe da máfia, um chinês, com o secretário Nacional de Justiça na China, ou entregando um presente para o presidente Lula (...)? Eu respondo: é óbvio que, se não fosse armação do governo com o jornal, se o indivíduo fosse mesmo um mafioso, o Lula estaria na capa do Estadão e não eu", escreve, referindo-se ao fato do então suspeito de integrar a máfia chinesa aparecer em várias fotos ao lado de autoridades da República.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Rede admite separação do PSB no apoio a candidatos a governador

Membros do partido de Marina não querem associação com nomes ligados a Aécio ou Dilma

Campos negocia apoio a nomes do PSDB em pelo menos seis Estados, e pode fechar com petistas em outros dois

Patrícia Britto

SÃO PAULO - Dirigentes da Rede Sustentabilidade admitem separação com o PSB em diferentes disputas estaduais, caso o novo aliado feche alianças com candidatos a governador ligados ao senador Aécio Neves (PSDB) ou à presidente Dilma Rousseff (PT).

Em busca de palanques regionais para sua provável candidatura ao Planalto, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, negocia acordos com nomes do PSDB em ao menos seis Estados, e com petistas em outros dois.

Essas negociações não agradam os dirigentes da Rede. Idealizado pela ex-senadora Marina Silva, o partido se uniu ao PSB em outubro após ter seu registro negado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Vamos tentar unificar o máximo possível nos Estados, mas, se não tiver unidade, cada um segue seu caminho. A Rede vai construir outra candidatura nesses Estados, que pode ser de outro partido", disse o coordenador do grupo Pedro Ivo, um dos mais próximos a Marina.

No último dia 8, Campos voltou a discutir com Aécio apoio mútuo em alguns Estados para reforçar a oposição à candidatura de Dilma.

O PSB cogita apoiar nomes tucanos em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Pará e Ceará, em troca do apoio do PSDB em Pernambuco, Paraíba e Roraima.

Campos e Aécio ainda poderão dividir palanque no Rio Grande do Sul, onde ambos deverão apoiar a candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao governo.

Mas o pernambucano também poderá dividir palanque com Dilma no Espírito Santo, Amapá, Acre e Rio --nos dois últimos, com candidato petista encabeçando a chapa.

No Rio, o senador Lindbergh Farias (PT), pré-candidato ao governo, convidou Romário (PSB) para possível coligação, mas o acordo ainda não saiu. Já no Acre, o PSB tem hoje o vice-governador César Messias e tende a manter a aliança pela reeleição de Tião Viana (PT).

Para integrantes da Rede, a prioridade é lançar candidaturas próprias do PSB para "despolarizar" o debate.

"Não tem sentido apresentar uma chapa alternativa ao governo federal para afirmar uma nova política e ter alianças para governo com PSDB ou com PT", afirma Pedro Ivo.

Esse ponto, que para o deputado Walter Feldman (PSB-SP) é hoje "um dos problemas mais sérios" da união Rede/PSB, deverá ser tema central de reunião entre dirigentes da Rede hoje em Brasília.

"Quando conversamos com o Eduardo [Campos], foi nessa perspectiva de criar uma terceira via. Esse foi o encanto daquele momento e sempre tivemos a perspectiva de essa linha se desdobrar nos Estados", diz Feldman.

O grupo ligado a Marina já levanta nomes que poderão apoiar nos Estados onde não sair a candidatura própria.

"Se tiver uma candidatura na qual a Rede possa colocar essa alternativa, fará sim", afirma o deputado Feldman.

Em São Paulo, onde o PSB avalia indicar o vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à reeleição, a Rede poderá apoiar o vereador Gilberto Natalini (PV).

Também do PV, a deputada Rosane Ferreira pode ganhar o aval da Rede no Paraná, onde o PSB é aliado do PSDB e tende a apoiar a candidatura à reeleição do governador tucano Beto Richa.

A despeito das divergências regionais, integrantes da Rede dizem que a aliança com o PSB na disputa ao Planalto continua "muito firme".

Fonte: Folha de S. Paulo

Campos diz que defende o fim do fator previdenciário

Governador busca apoio de sindicalistas

RECIFE - Em almoço com representantes de confederações de trabalhadores e centrais sindicais, o governador de Pernambuco e provável candidato a presidente da República, Eduardo Campos (PSB), aderiu à bandeira dos sindicalistas de acabar com o fator previdenciário e acusou o governo Dilma Rousseff de não priorizar o assunto.

O fator previdenciário é um mecanismo instituído em 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com o objetivo de desestimular aposentadorias precoces. Para o governo federal, sua extinção traria desequilíbrio às contas da Previdência.

"Houve R$ 140 bilhões de desoneração [fiscal]. O impacto do fim do fator previdenciário seria de R$ 3 bilhões, segundo as últimas negociações com os sindicatos. Está aí claro que não houve priorização para isso", disse Campos. "Eu teria feito desonerações também, mas teria priorizado o [fim do] fator previdenciário, porque isso vai direto para a renda e iria animar o consumo", completou.

Compareceram ao encontro de ontem no Recife dirigentes da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Nova Central e Força Sindical, além de representantes de 14 confederações de vários setores.

A Força Sindical é ligada ao deputado Paulinho da Força (SDD), que tende a apoiar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao Planalto.

Fonte: Folha de S. Paulo

Eduardo ataca falta de diálogo da gestão Dilma

Governador vê pacto político mofado e "amadorismo"

Bruna Serra

Pouco mais de um mês depois de o senador Aécio Neves (PSDB) realizar um almoço com as principais centrais sindicais do Brasil, o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) seguiu pelo mesmo caminho. Pediu ao braço sindical de seu partido que organizasse um almoço com lideranças sindicais, a missão coube ao vice-presidente do partido, Roberto Amaral.

O encontro ocorreu ontem em uma casa de eventos de Boa Viagem. Campos foi o anfitrião de um encontro em que criticou a falta de diálogo do governo federal e disse que vai "superar essa falsa polarização" do debate eleitoral entre PT e PSDB.

"Nenhuma das outras forças pode dar a segurança que a população precisar para melhorar o país. Nós vamos superar uma falsa polarização. A sociedade não aceita mais o pacto político de Brasília, que está mofado", disparou, sob aplausos de 12 confederações sindicais e três sindicatos nacionais que representam mais de 40 milhões de trabalhadores.

Afirmando que tem chance de "vencer o jogo", o presidenciável do PSB disse que conhece as queixas em relação à falta de diálogo do governo federal e se mostrou preocupado com as dificuldades que isso pode gerar nas ações de retomada do crescimento.

"Não é só de vocês que eu tenho escutado reclamações sobre a falta de diálogo, eu também tenho conversado com empresários e eles falam sobre isso. Eu tenho falado com políticos, prefeitos governadores, parlamentares. Não é um privilégio dos senhores. Eu acho que o diálogo é muito importante porque quando um governo fecha os ouvidos, ele fecha junto os olhos", destacou. Para Eduardo Campos a retomada do crescimento "não é serviço para amadores".

Ao final do encontro, cada um dos representantes dos sindicatos ganhou de brinde uma sacola da Fundação João Mangabeira - entidade que o PSB criou para realizar formação política - com três livros. Campos recebeu um documento dos sindicalistas defendendo, entre outras questões, mais espaço para os sindicatos nas políticas de governo.

Financiamento
Questionado sobre a votação em curso no Supremo Tribunal Federal que analisa o fim da contribuição de empresas para campanhas eleitorais, Campos disse ser favorável ao fim das contribuições privadas. "Tudo que vier a diminuir a presença do dinheiro na campanha política ajuda forças como a nossa, que nunca tiveram estrutura para fazer campanha. Torço para que isso seja um ponto de um grande debate da reforma sistêmica. Agora tem que vir um forte processo de repressão ao caixa 2 e ao dinheiro sujo", disparou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Aécio lança 'cartilha' com bases do programa

Erich Decat

Numa tentativa de se antecipar aos adversários da disputa presidencial de 2014 e garantir o discurso de temas centrais da vida dos eleitores, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), lança na próxima terça-feira uma cartilha com 12 pontos que deverão ser a "raiz" das suas propostas de governo para a disputa eleitoral.

Segundo tucanos próximos ao projeto, ainda não foi definido até o momento um nome para o documento, mas o conceito passará pelo tema da "mudança" - o mesmo adotado no programa partidário de rádio e TV que adotou o mote "quem muda o Brasil é você".

Os 12 pontos foram fechados ontem e o documento deverá ser apresentado à Executiva Nacional do partido na manhã de terça-feira e divulgado ao público à tarde em evento que está sendo marcado para o Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

Temas. Na carta deverão constar os temas que foram discutidos nos últimos meses por Aécio Neves em encontros e debates com lideranças das áreas social, econômica, do meio ambiente, do agronegócio, da segurança pública e da educação, entre outros.

Dentro da questão econômica, Aécio Neves deve reforçar as críticas ao intervencionismo do Estado" - que, na avaliação da legenda, tornou-se uma das razões para a fuga de investimentos do País. A questão da intervenção do governo deverá ser relacionada a outro ponto em que serão abordadas a política externa e as chamadas "cadeias globais" de mercado.

Uma das críticas que deverão ser feitas à atuação do governo Dilma Rousseff, no campo das relações exteriores, diz respeito ao "Viés ideológico" na tomada de decisões. O documento pretende ainda levantar um debate sobre o que considera "falta de transparência" nas operações entre o Tesouro Nacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em julho, Aécio Neves cobrou da tribuna do Senado informações sobre os empréstimos que o banco concedeu a outros países. "Estamos oficiando ao BNDES no sentido de que haja transparência nos financiamentos que essa instituição financeira tem dado a outros países, em especial a Cuba e Angola, agora carimbados como transações secretas, de segurança nacional", disse o senador na ocasião.

A discussão sobre o papel das agências reguladoras criadas na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também deverá entrar no debate a ser lançado pelos tucanos. O entendimento de parte da sigla é que elas foram enfraquecidas pelo aparelhamento realizado pelo governo do PT.

O documento, segundo alguns integrantes da legenda, não pretende ser um programa fechado de governo mas lançar diretrizes que servirão como um norte para serem utilizadas durante o próximo embate eleitoral de 2014.

Cobrança "Estamos oficiando ao BNDES no sentido de que haja transparência nos financiamentos que essa instituição financeira tem dado a outros países, em especial a Cuba e Angola, agora carimbados como transações secretas, de segurança nacional". Aécio Neves, Senador (PSDB-MG), em discurso no senado em julho

Fonte: O Estado de S. Paulo

Gilmar compara STF a grêmio estudantil

Ministro do Supremo chamou de "estudantada" a votação pela Corte, do fim das doações feitas por empresas para campanhas eleitorais

Gilmar critica decisões do STF

Para o ministro do Supremo, a Corte não deveria ser a alçada de debate sobre doações de empresas a políticos. Ele compara a postura dos colegas a um "grêmio estudantil que decidiu mudar o mundo"

Leonardo Augusto

BELO HORIZONTE — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes chamou de “estudantada” a votação, pela Corte, do fim das doações de campanhas eleitorais por empresas. “Não há uma disciplina específica. É um grupo de alunos em um grêmio que agora decidiu reformar o mundo”, disparou. Para o ministro, o financiamento de candidatos e partidos por pessoas jurídicas deveria ser discutido pelo Congresso Nacional no âmbito da reforma do sistema político.

Até a sessão da última quinta-feira, quatro ministros do STF haviam votado pelo fim das doações por pessoas jurídicas. Falta o posicionamento de sete integrantes da Corte. O julgamento, porém, só deve ser concluído no ano que vem por causa de um pedido de vista do ministro Teori Zavascki.

Gilmar Mendes, apesar de entender que o assunto não deveria ser tratado pelo Supremo, é a favor de que candidatos recebam dinheiro de pessoas jurídicas. Para ele, é preciso apenas definir regras claras para essa contribuição. “Não vejo problema, desde que haja transparência. Nas grandes democracias, as empresas, em geral, participam (das eleições). Nos Estados Unidos, há associações que financiam a compra de horário na televisão”, argumentou.

Vexame
O magistrado disse que o resultado da discussão no STF pode não ser satisfatório. “Até brinquei na sessão (de quinta-feira). Nós já cometemos um grave erro este ano. Declaramos a inconstitucionalidade da emenda dos precatórios e, quando se viu, ela era boa, permitia o pagamento parcelado das dívidas. O que restou ao Supremo Tribunal Federal foi mandar aplicar a emenda que foi declarada inconstitucional. Então, eu disse: ‘um vexame por ano é suficiente’.”

Na avaliação de Gilmar Mendes, se criadas dificuldades para o financiamento de políticos e de partidos, quem está no poder leva vantagem porque sempre terá espaço na mídia, seja com as campanhas institucionais de governo, seja no noticiário do dia a dia. “A imprensa cobre quem dá notícia. Prefeitos, presidente, governadores. É preciso olhar para a questão não com simplismo, e sim, ter cuidado com esse tipo de intervenção.” Segundo o ministro, se o caso fosse discutido pelo Poder Legislativo, a Câmara e o Senado teriam condições de “estabelecer balizas e um modelo que fosse implementado com o tempo”.

A ida da discussão sobre o financiamento de campanhas eleitorais por empresas ao Supremo Tribunal Federal provocou polêmica e reações da classe política no Congresso Nacional. Perguntado se a votação pela Corte poderia gerar atrito entre os dois Poderes, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), respondeu laconicamente: “Cada dia com sua agonia”.

Para Gilmar Mendes, embates entre o Poder Judiciário e o Congresso Nacional são inevitáveis, tendo em vista a função de controle da constitucionalidade pelo STF. “O Congresso aprova leis e emendas que, depois, são submetidas ao Supremo, o que acaba instituindo a tensão. Muitas vezes, o Tribunal as invalida. Agora, é preciso que a Corte não se arvore em um novo congresso. Quando disser que a lei é inconstitucional, que o faça em parâmetros claros para que não se deslegitime. Caso contrário, o Congresso entenderá que somos mais uma câmara política e que estamos em disputa com o próprio Congresso”, disse o ministro, reconhecendo que, como há limites tênues entre as atribuições dos dois Poderes, cabe ao Judiciário ser claro em suas decisões.

Aniversário
O ministro Gilmar Mendes foi ontem a Belo Horizonte para proferir uma palestra na Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) sobre os 25 anos da Constituição brasileira, promulgada em 1988. O magistrado disse que a longevidade do texto magno, apesar de várias alterações pontuais já realizadas, se deu porque a Carta garantiu a coexistência e o pleno funcionamento dos Três Poderes da República, do Ministério Público e da imprensa, que goza de liberdade.

“Nós já cometemos um grave erro este ano: declaramos a inconstitucionalidade da emenda dos precatórios e, quando se viu, ela era boa, permitia o pagamento parcelado das dívidas. O que restou ao Tribunal foi mandar aplicar a emenda que foi declarada inconstitucional. Então, eu disse: ‘um vexame por ano é suficiente’”

“Nas grandes democracias, as empresas em geral participam (das eleições). Nos Estados Unidos, há associações que financiam a compra de horário na televisão” Gilmar Mendes, ministro do STF

Fonte: Correio Braziliense

Dilma tomou partido - Míriam Leitão

Quando a presidente da República participa de um evento em que se acusa a cúpula do Judiciário de manipulação, e de ter realizado um julgamento de exceção, está enfraquecendo a democracia brasileira. Foi o que a presidente Dilma fez. O que ela não disse explicitamente, o ex-presidente Lula o fez. O que ela demonstrou no 5° Congresso do PT, por ação ou omissão, é grave.

Dilma sabia o que seria na abertura do 5° Congresso do seu partido. Sabia que lá defenderiam os condenados do mensalão. Ao mesmo tempo, como chefe do Poder Executivo, ela não pode participar de urri ato em que a Justiça brasileira está sob ataque. O Supremo Tribunal Federal cumpriu todo o devido processo legal. Dilma consentiu — pelo silêncio e pela presença — com as acusações ao Tribunal. Ela é militante do PT e é a candidata. A situação era delicada, mas ela só poderia participar de um evento sóbrio em que não ocorresse o que ocorreu.

O presidente Lula, como é de seu feitio, fez o que disse que não faria e acusou o julgamento de ter sido resultado da "maior campanha de difamação". Dilma pensa que se protegeu atrás de afirmações indiretas como a de que os petistas têm "couro duro" ou o partido ; está em "momentos difíceis". Pensava que ficara em cima do muro, mas estava tomando partido.

A chefe do executivo de um governo democrático só pode ir para uma reunião de correligionários em que o Poder Judiciário é atacado se for para defendê-lo. Seu silêncio a coloca do lado dos que acusaram o i processo de ser de exceção. Ela sabe bem a diferença. Seus amigos e companheiros José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, João Paulo Cunha e aliados de outros partidos foram investigados pelo Ministério Público e denunciados. O STF aceitou a denúncia e em sete anos de tramitação do processo deu amplo direito de defesa aos réus e analisa os recursos. Os juízes foram em sua maioria escolhidos por ela ou por seu antecessor.

Houve troca de juizes mas não de juízo da maior corte do país. Eles foram considerados culpados.

O julgamento foi feito com base nas leis e na Constituição. Os militantes podem gritar qualquer coisa, mas o grave é a presidente estar ali, consentir pelo silêncio ou por menções indiretas para serem interpretadas pelos militantes como concordância. Enquanto exercer o mandato ela não é apenas a Dilma, ela representa o Poder Executivo.

Dilma pode sentir solidariedade pelos companheiros. É natural. Mas não pode aquiescer, por silêncio ou meias palavras, com os que acusam a Justiça do governo democrático. Ela estar nesse desagravo é um ato com significado institucional.

A democracia passou por várias rupturas ao longo da história republicana. É conquista recente e que pertence ao povo brasileiro. Não pode ser ameaçada por atitudes que solapem a confiança nas instituições, e por interpretações diante das quais a presidente se cala e, portanto, consente.

Dilma tentou manter uma posição ambígua até agora. Mas aquele era um local em que a militância gritaria as palavras de ordem oficiais do partido. Rui Falcão, presidente do PT, disse que os mensaleiros "foram condenados sem provas num processo nitidamente político".

O nada a dizer diante disso, por parte da presidente, diz muito. O Supremo Tribunal Federal se debruçou com abundância de tempo sobre as provas, julgou e condenou. Dilma pode não ter gostado do resultado, pode discordar das penas pessoalmente, mas enquanto exercer o cargo não existe o "pessoalmente" em assuntos institucionais. Militantes podem atacar o Supremo. Mas a presidente da República, não. Sua presença naquele ato é lamentável e enfraquece a democracia.

Fonte: O Globo

A cavalgadura rampante e a inflação do airbag - Rolf Kuntz

A cavalgadura de vinte e oito patas, figura definitiva e definidora criada por Nelson Rodrigues, salta da memória e exibe-se gloriosa e rampante quando se ouve uma fala sobre as patas mancas da economia. Em seguida, apruma-se e galopa, estrepitosa, quando o discurso resvala para a teoria da inflação do airbag e do freio ABS. A alguns a evocação da imagem rodriguiana parecerá estranha. A outros, luminosa. Não vale a pena tentar explicá-la, justificá-la ou associá-la a qualquer figura do mundo real. Cada qual a entenderá à sua maneira. Muito mais difícil é traduzir e dar expressão racional ao discurso econômico do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e às orientações de sua chefe, a presidente Dilma Rousseff.

O primeiro mistério, a história das pernas mancas, foi decifrado facilmente. Incapaz de aprender com os próprios erros, o ministro da Fazenda continua apostando no estímulo ao consumo para dinamizar a economia brasileira. Três anos de fracasso dessa política parecem não ter produzido nenhum ensinamento. Além disso, ele insiste em atribuir a inflação a choques internacionais de oferta. Mas as cotações já se acomodaram e a alta de preços persiste no mercado interno. Enfim, o ministro combina a imaginária escassez de consumo com a crise externa para explicar por que a produção do País cresce menos do que poderia. Em sua cabeça, o potencial brasileiro de crescimento parece bem maior do que o estimado por economistas nacionais e de fora.

O segundo mistério é mais complicado, porque envolve uma estranha teoria da inflação. Segundo o ministro, a inclusão obrigatória de airbags duplos e freios ABS nos carros novos, em 2014, deverá elevar os custos e produzir efeitos inflacionários. Por isso o governo decidiu repensar o assunto, segundo informou na quinta-feira. A questão foi discutida horas depois em programa de entrevistas na Globo News. Um professor de Engenharia criticou a hesitação do ministro e insistiu na prioridade à segurança. Um economista especializado em indústria automobilística estimou rapidamente o efeito do aumento de custo no índice de inflação. O impacto, segundo sua conta, seria minúsculo, algo da ordem de 0,1% em um ano.

Os dois argumentos são respeitáveis, mas deixam de lado pelo menos três questões especialmente relevantes. Em primeiro lugar, o custo de produção de um setor pode aumentar sem se converter, necessariamente, em nova pressão inflacionária. Se alegações como a do ministro fossem levadas a sério, carruagem e bonde puxado a burro ainda seriam as formas principais de transporte urbano. Que governo teria apoiado a indústria aeronáutica nascente, ou investido na substituição de velhas e baratas latrinas por sistemas complexos e caros de saneamento?

Elevações de custo podem, sim, ter consequências inflacionárias, mas isso depende de condições favoráveis ao repasse e à difusão dos aumentos de preços. Além do mais, o custo adicional gerado por melhoras tecnológicas tende a ser absorvido e diluído quando há suficiente concorrência.

Isso remete à questão seguinte. Além de beneficiada em vários momentos por incentivos fiscais generosos, a indústria automobilística tem sido pouco pressionada, de modo geral, pela concorrência estrangeira. Essa é uma das explicações do baixo padrão de segurança apontado por especialistas internacionais, quando examinam os carros produzidos no Brasil. Se os fabricantes puderem manter alguns modelos sem os airbags duplos e os freios ABS por mais algum tempo, serão os principais beneficiários da decisão oficial. A alegada vantagem para os consumidores - o preço sem aumento - será infinitamente menor que a desvantagem de continuar sem condições razoáveis de segurança.

A real preocupação do ministro, quando fala sobre a alta de preços, é a próxima interrogação, mas esse ponto é muito menos complicado. Ele continua, tudo indica, mais empenhado em administrar os indicadores do que em combater a inflação.

Não se diferencia, quanto a esse ponto, de sua chefe. Ela pode tê-lo censurado pela declaração perigosa, ou, no mínimo, precipitada, sobre os airbags e os freios ABS. Também o censurou, segundo informaram os grandes jornais, pela referência às duas pernas mancas da economia.

Declarações impensadas podem prejudicar a imagem do governo, dificultar a recuperação de credibilidade e aumentar o risco de rebaixamento da nota de crédito do País. Mas os dois, a presidente e o ministro, continuam demonstrando muito mais preocupação com os problemas de imagem do que com os fundamentos da economia. Isso inclui, para começar, as contas públicas e as pressões inflacionárias.

Qual o superávit primário para garantir em 2014 o pagamento de uma fatia razoável dos juros e pelo menos a estabilização da dívida? Bastaria o equivalente a 1,8% do produto interno bruto (PIB), segundo alguns analistas. Outros poderiam recomendar um alvo mais ambicioso. Mas a presidente, informa-se em Brasília, cobra da equipe econômica um objetivo realizável sem muita complicação e, portanto, sem risco de tropeço. Qual será a meta exequível num ano de eleição e, portanto, de muita pressão para gastança, concessão de benefícios fiscais e muito favor a governadores aliados?

Quanto à inflação, o ministro da Fazenda tem apontado como grande vitória uma taxa de 5,77% acumulada nos 12 meses até novembro, menor, portanto, que a de janeiro a dezembro do ano passado, 5,84%. Em outras palavras, qualquer resultado até 5,83% será apontado como um sinal de estabilização dos preços. Será uma avaliação compatível com a tese da inflação do airbag e com a imagem das patas mancas.

Jornalista

Fonte: O Estado de S. Paulo

Caindo pelas tabelas - Merval Pereira

O Brasil também não tem tido boas notícias com relação às suas universidades. Recentemente, deixou de ter representante entre as 200 melhores no Ranking Mundial de Universidades 2013-2014, divulgado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE). Em 2012, a USP figurava como a única brasileira, na 1583 posição, mas este ano caiu para a 226ª colocação.

Além disso, há apenas quatro universidades brasileiras entre as cem melhores dos principais países emergentes, classificação feita pela primeira vez pela mesma THE. As quatro brasüeiras citadas são a USP, que ficou em 11º lugar; Unicamp, em 24° lugar; UFRJ, em 60º; e Unesp, em 87º. A China lidera a classificação com 23 universidades na lista — quatro delas entre as dez melhores.

Para o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), a política de ensino superior do govemo federal tem se concentrado no acesso, sem se preocupar com a qualidade e sem admitir que diferentes instituições podem ter papéis distintos — umas dando cursos de qualidade adequada para grandes números, outras trabalhando na ponta da excelência. Segundo ele, a China, como também a índia e a Coreia, da mesma maneira que a Alemanha e outros países europeus, decidiu identificar suas melhores instituições e investir nelas para as transformar em instituições de padrão internacional "Isso é feito não somente colocando mais recursos, mas exigindo que elas mostrem padrões elevados de desempenho em ensino e pesquisa

Para tal, precisam ter autonomia e flexibilidade para administrar recursos e, sobretudo, para ter políticas de gestão de talento, o que significa buscar ativamente, em todo o mundo, pessoas de alta competência e pagar o que se paga a essas pessoas no mercado internacional, ou pelo menos acima do que pagaria o mercado privado em seu país.

Schwartzman lembra que, np Brasil, essa flexibilidade tem sido impossível, "porque nossas universidades são repartições públicas geridas burocraticamente e submetidas a políticas de salários isonômicos" Além disso, as universidades "estão submetidas a pressões populistas como as de eleições diretas etc., que são incompatíveis como uma gestão mais forte e voltada para o desempenho e a excelência" ressalva. Como o setor público não conseguiu crescer nesse modelo, o privado ocupou o espaço e hoje atende a mais de 70% das matrículas, "dando uma educação de qualidade precária" la. menta Schwartzman.

Para Arnaldo Niskier, ex-secretário de Educação no Rio, não há muito o que comemorar no ensino superior: "Já deveríamos estar com dez milhões de alunos, mas não chegamos ainda a sete, mesmo contando com um milhão de inscritos na promissora educação à distância".

Para ele, "é mais que evidente o envelhecimento do nosso modelo educa; cional Currículos ultra; passados, professores i despreparados, recursos insuficientes, falta de vontade política nesse setor estrategicamente fundamental para o crescimento do país".

Mozart de Araújo, do Instituto Ayrton Senna, acha que uma das razões da queda de nossas universidades é "o baixo nível de internacionalização" que teria de ser ampliada aumentando a dupla titulação no seu cotidiano e a mobilidade acadêmica de professores e alunos. "Nossos currículos são muito verticalizados e burocratizados, o que impede muitas vezes a dupla titulação e o reconhecimento de estudos fora do país. Nossos alunos e professores têm baixa capacidade para se comunicarem em inglês, seria necessário oferecer disciplinas bilíngues"

Ele acha que o programa Ciência sem Fronteiras é importante iniciativa no campo da internacionalização, "mas é preciso ter um planejamento na volta de nossos alunos, ou seja, de como vamos aproveita-los estratégicamente para o desenvolvimento do país" Araújo lembra que atualmente, nos Estados Unidos, há cem mil chineses estudando nas melhores universidades e já sabem o que yão fazer no retomo ao país. Nós temos apenas nove mil brasileiros. "Seria estratégico para nossas universidades abrir escritórios em locais de desenvolvimento em C&T e Inovação, como nas regiões de Harvard e Stanford" o que ele chama de "ter antenas para o futuro" As universidades precisariam também se submeter às avaliações internacionais.

Ele lembra que a Universidade Federal de Pernambuco fez isso há 15 anos, ao ser avaliada pela Associação de Reitores da Europa e pela Middle States Association — USA, e assim conseguiu chegar entre as dez melhores universidades do Brasil - a única do Norte/Nordeste. (Amanhã, mais sugestões)

Fonte: O Globo

Políticos no sal - Fernando Rodrigues

Apenas 3 dos 27 governadores no Brasil têm uma avaliação positiva acima de 50% para suas administrações. Esse é o dado mais eloquente na pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem. Dito de outra forma: 24 governadores estão com nota vermelha, reprovados.

Nunca o Brasil teve uma avaliação simultânea de seus 27 governadores numa mesma pesquisa. Por essa razão, é impossível dizer se a situação hoje é pior ou melhor para esses políticos em relação a outros períodos. Mas é certo que é sofrível o desempenho atual da maioria.

O levantamento do Ibope foi realizado de 23 de novembro a 2 de dezembro. Apurou-se que o governo da presidente Dilma Rousseff tem taxa de aprovação de 43% --também ainda abaixo de 50% e bem longe das taxas estratosféricas pré-manifestações de junho. A aprovação dilmista é parecida aos 41% apurados pelo Datafolha no final do mês passado.

Os institutos têm captado, em pesquisas recentes, um certo sentimento difuso a favor de mudanças no país. No Datafolha, 66% dos entrevistados indicaram preferir que o próximo presidente adote políticas em sua maior parte diferentes das ações do atual governo federal petista.

A avaliação ruim da imensa maioria dos governadores corrobora esse desejo de mudança geral no país. É claro que seria imprudente concluir de maneira cartesiana que haverá uma limpa completa na eleição de 2014. Ao mesmo tempo, é lícito supor que um político com menos de 50% de aprovação não terá uma vida fácil nas disputas do ano que vem.

Quando observados os governadores dos partidos mais influentes do país, PT e PSDB, ninguém tem desempenho exemplar. Os tucanos derrapam em São Paulo. Os petistas estão mal no Rio Grande do Sul e na Bahia. É cedo para conclusões definitivas, mas essa pesquisa do Ibope é um indício extra de que há ainda muito jogo a ser jogado nas várias disputas eleitorais de 2014.

Fonte: Folha de S. Paulo

Quem quer a volta de Lula? - Luiz Carlos Azedo

É cada vez mais forte a percepção de que o setores empresariais torcem para a troca de Dilma pelo ex-presidente na chapa de 2014. O problema para a atual chefe do Planalto é que, por mais distante que tal equação esteja da realidade, ninguém no PT vai defendê-la caso a economia vá mal no próximo ano

Na foto oficial de Dilma Rousseff com os quatro ex-presidentes — feita antes do embarque para o funeral de Mandela e divulgada pelo Palácio do Planalto para todas as agências e jornais do mundo —, o petista Luiz Inácio Lula da Silva está com cara de um coadjuvante. Explico. Ele, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor têm expressões distintas, mas, em comum, parecem se recusar a olhar diretamente para a câmera, como se resignados com o papel de reservas.

Enquanto Sarney usa óculos escuros, Collor ri de forma forçada e espreme os olhos. Fernando Henrique, naquele momento, parece displicente, mas não tanto quanto Lula, este sim, com a atenção voltada para fora do quadro. Talvez estivesse a mirar outra pessoa, mas o fato é que não olhava para a lente da câmera oficial, responsável por enquadrar Dilma. A presidente, no centro e de vermelho, encara o fotógrafo, disposta a mostrar quem manda ali e a quem caberá os elogios por reunir ex-presidentes.

Por mais que revele a força da presidente, a fotografia de Dilma com os ex-comandantes não é suficiente para tirar da cabeça dos especuladores de cenários políticos a ladainha da volta de Lula ao poder. Mesmo que a mulher recupere, a cada pesquisa, parte da aprovação perdida durante os protestos de junho, a sombra do mentor político está sempre ali, do lado. Mais do que um substituto de luxo, caso a oposição cresça para cima de Dilma, Lula é visto com um jogador pronto para entrar em campo.

É fácil entender a lógica do setor financeiro contra Dilma. Ao mesmo tempo que o atual governo tenha insinuado uma tentativa de diminuir as margens de lucros de bancos com a queda dos juros e a redução do spread, por exemplo, a equipe econômica foi desastrosa ao maquiar números na tentativa de fechar contas públicas. Tudo isso provocou o descrédito do Ministério da Fazenda, que, nem com reza nem com declaração de Guido Mantega, consegue sair das cordas do ringue do debate financeiro.

Atores
A dificuldade de Dilma aumenta à medida que, a partir de um rápido exercício, são colocados mais atores ligados à gestão política e administrativa da presidente. Mire, por exemplo, o parlamento e tente, mesmo de brincadeira, defender a petista ou a ministra-viajante-em-helicóptero-do-Samu, Ideli Salvatti, responsável do Palácio do Planalto pelas negociações com o Congresso. Vai levar boas bordoadas. Mais uma vez, a balança pende para Lula, sem que seja preciso fazer contas ou levantamentos de plenário.

A base aliada gostava de Lula e do jeito quase informal dele de fazer política. Com a substituição por Dilma, até os mais otimistas nunca tiveram dúvidas do jogo duro da presidente em tratar com os parlamentares. Ainda mais quando não se tem escudeiros de peso na intermediação com o Legislativo. Mesmo com os servidores públicos, Dilma mostra dificuldades, aqui pela trava nas negociações salariais. Assim, parece que vai faltar gente da base a apoiar a presidente petista. Não é bem assim.

As pesquisas recentes mostram uma força eleitoral que Dilma havia perdido nas manifestações da metade do ano, mas parece ter recuperado. Hoje, há um percentual de eleitores se dizendo dispostos a elegê-la inclusive no 1º turno. Até onde vai tal recuperação é que são elas, principalmente por causa da chance da volta das manifestações no próximo ano e, é claro, pela fragilidade das políticas econômicas a favor do crescimento e contra a inflação. Em caso de queda de popularidade, o PT vai pular fora.

A falta de solidariedade dos petistas pode ser entendida a partir do receio em perder a máquina federal e todos os cargos federais em Brasília e nos estados. Qualquer risco de deixar o comando a partir de uma eventual derrota de Dilma levará os petistas para o lado de Lula, sem constrangimentos, inclusive para mudar o discurso em favor do ex-presidente e justificar a saída de cena da mulher. Para isso existem os marqueteiros, a adequar a realidade partidária às urnas.

De volta à foto do início: Lula pode até não olhar para a lente, mas está longe de ser um coadjuvante.

Fonte: Correio Braziliense

À espera de Mandela - Cristovam Buarque

O sentimento universal de simpatia por Mandela tem algumas explicações: seu heroísmo de 27 anos de isolamento sem se deixar abater; a integridade física, mental e política ao sair do isolamento; seu espírito de bondade que permitiu tratar com respeito até os carcereiros; a lucidez como decidia e falava; seu apego absoluto ao que era legítimo, mesmo quando a legalidade permitisse fazer diferente; e sua empatia capaz de atrair o respeito de quem o ouvisse por rádio, apertasse sua mão ou o visse, mesmo pela televisão. Foram as comunicações modernas que o universalizaram, mas suas características pessoais o imortalizaram.

Apesar de todas estas qualidades, o Nelson não seria o Mandela se não tivesse tido a competência e a oportunidade de abolir as leis do apartheid na África do Sul. Se não tivesse sido vitorioso nesta luta, não teria adquirido o imenso tamanho que lhe está assegurado na história.

Mandela é Mandela por ter feito o que parecia impossível: assegurar ao negro acesso aos espaços e serviços reservados aos brancos. Acesso às mesmas calçadas, banheiros públicos, hospitais, mesmas escolas e mesmos empregos. Foi a abolição do apartheid que elevou Mandela às alturas para as quais ele estava preparado. Ele saiu da prisão inteiro e grande, mas fez-se imenso quando conseguiu com que os brancos e negros se dessem as mãos como partes de um mesmo país.

Depois de Mandela, a África do Sul é um país completamente diferente do ponto de vista das relações raciais. Ele cumpriu seu papel. Cabe aos seus sucessores fazer o avanço nas relações sociais, garantindo o mesmo direito de acesso entte ricos e pobres aos serviços sociais, especialmente na saúde e na educação. Com sua força e legitimidade, ele conseguiu abolir o apartheid, agora é de outros a tarefa de abolir a "apartação" ao longo dos próximos anos. E tudo indica que a África do Sul está fazendo seu esforço ao investir na educação de suas crianças, independentemente da raça. Porque, como ele mesmo disse: "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." Para tanto, a África do Sul tem um programa nacional e um ministério exclusivo para a educação básica.

Lamentavelmente, não é o que estamos vendo no Brasil. O nosso apartheid terminou quando a nobreza cedeu e aboliu a escravidão, mas em 125 anos de República não demos os passos necessários para abolir a "apartação" negando aos pobres o acesso à escola com a mesma qualidade daquela dos ricos. Continuamos carimbando, desde o nascimento, a criança que terá ou não uma boa educação, dependendo da renda dos pais, como na África do Sul antes de Mandela, quando o carimbo estava na cor da pele da criança.

Na África do Sul, graças a Mandela, o filho do negro adquiriu acesso à mesma escola do filho branco; no Brasil, o fim da "apartação" consiste em assegurar ao filho do mais pobre brasileiro acesso a uma escola tão boa quanto a do filho do mais rico.

Mas, aqui, ainda estamos à espera de Mandela.

Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)

Fonte: O Globo

Não estrague a festa, estúpido! - Demétrio Magnoli

A convocação à unidade já foi integrada ao discurso da publicidade no país da Copa. Será repetida à exaustão

O país da Copa é grande e bobo. "Esta será a Copa das Copas", disse a presidente, de boca cheia, na cerimônia de sorteio dos grupos. No país dela, que é o nosso, ninguém circula nas cidades travadas, nas estradas paralisadas, nos aeroportos congestionados --mas 12 arenas superfaturadas, em recordistas 12 sedes, receberão a mais cara das Copas. Do enclave do Sauípe, uma bolha segura, esparramou-se pelo mundo a linguagem do verde-amarelismo balofo. No país da Copa, um governo "popular" e "de esquerda" reverbera, tanto tempo depois, as frases e os tiques do general-presidente que gostava de futebol. Há um cheiro de queimado no ar.

"O Brasil está muito feliz em receber todos nesta Copa porque somos um povo alegre e acolhedor." Violência é a palavra da hora --e ela surge em curiosas associações com a "Copa das Copas". A barbárie das torcidas do Atlético Paranaense e do Vasco não foi deplorada por seus significados intrínsecos, mas pelas mensagens que supostamente envia ao mundo. Gaiatos da política, do marketing e do colunismo ensaiaram uma sentença que menciona a violência "dentro e fora dos estádios". É senha, com endereço certo: no saco fundo, cabem tanto os torcedores selvagens e os sumidos black blocs quanto manifestantes pacíficos mas indignados com a "Copa das Copas". O pau vai comer.

"Não repara a bagunça" --o dístico popular nacional, candidato eterno, e perfeito, a substituir o "Ordem e Progresso" no núcleo de nossa bandeira, trai o medo da vergonha. Joseph Blatter entendeu e traduziu, chamando-nos a congelar a indignação, sublimar as insatisfações, colocar entre parêntesis as divisões. A unidade em torno de um bem maior, que é a imagem do país diante do planeta que nos vê: eis a gramática do discurso político sugerida pelo chefão da potência ocupante. No país da Copa, a convocação à unidade já foi integrada ao discurso da publicidade. Será repetida à exaustão, como uma ladainha, até o apito final. Não estrague a festa, estúpido!

"Será uma Copa para ninguém esquecer", jactou-se a presidente, formulando uma ameaça involuntária. A partir do Gabinete de Segurança Institucional, estrutura-se uma operação de guerra que abrange as três forças em armas e um desdobrado aparato cibernético. Nas telas dos computadores do sistema de vigilância, cada arena figura como ponto focal de um envelope tridimensional de segurança. Nas ruas, o controle físico do perímetro das arenas, a cargo das PMs, terá a missão de proteger as marcas dos patrocinadores oficiais da ameaça simbólica representada pela presença de manifestantes. Jamais, em tempo algum, o Estado serviu tão direta e exclusivamente a interesses privados. Não: ninguém esquecerá.

O país da Copa não se respeita. Ontem, o partido do governo celebrou políticos condenados por corrupção --e, sob o silêncio cúmplice do presidente de facto e da presidente de direito, achincalhou um STF composto por juízes que eles mesmos indicaram. O país da Copa perdeu o autorrespeito. Os líderes governistas manobram para o Congresso não ouvir um ex-secretário nacional de Justiça que acusa o governo ao qual serviu de operar uma fábrica de dossiês contra adversários políticos. O país da Copa perdeu o respeito. As lideranças do PSDB preferem empregar táticas diversionistas vexatórias a colher assinaturas para uma CPI destinada a investigar todos os contratos estaduais e federais firmados com a Siemens. Yes, nós gostamos de futebol.

No vale-tudo da nova ordem do racialismo, perdemos, ademais, um senso básico de decoro: eu li --aqui mesmo, não nas catacumbas da internet!-- que Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert formaram "um casal mais parecido com representantes de afrikâners". Cores, rancores. No país da Copa, nativos felizes, contentes, de bunda de fora, tocavam caxirola. Foi bonita a festa, pá --pena que nem começou.

Fonte: Folha de S. Paulo

Política – Claudio Humberto

• PSB tenta convencer DEM a dar rasteira no PSDB
Apesar do pacto de “não agressão”, Eduardo Campos (PSB) atua nos bastidores para esvaziar o tempo de TV do tucano Aécio Neves (MG), com quem trava queda de braço por eventual segundo turno contra a presidenta Dilma. Interlocutores do socialista têm aconselhado o presidente do DEM, José Agripino (RN), a lançar candidato próprio, até por “questão de sobrevivência”, caso Aécio decida por “chapa pura”.

• Única saída
Na lógica do PSB, o DEM enfrentará dificuldade para eleger bancada federal se não estiver na vice de Aécio ou lançar candidato próprio.

• Dividido
Ala do DEM pressiona pela candidatura de Ronaldo Caiado (GO) à Presidência, enquanto José Agripino prefere apoiar Aécio Neves.

• Café com leite
O ex-presidente FHC ignora os pleitos do DEM e defende que o vice de Aécio seja um paulista como Aloysio Nunes, para “acalmar” José Serra.

• Prioridade
O líder do PSB, Beto Albuquerque, torce para que Eduardo Campos e Aécio Neves (PSDB) não briguem: “O foco principal é derrotar Dilma”.

• Cabo Anselmo pode revelar sindicalista dedo-duro
José Anselmo dos Santos, “Cabo Anselmo”, 70, mais famoso alcaguete da ditadura, mantém, se convocado, a disposição de falar à Comissão da Verdade, revelada no “Roda Viva” da TV Cultura, em 2011, quando insinuou que havia “sindicalista” dedo-duro que “continua por aí”. Assim como o ex-delegado Romeu Tuma Jr, cujo livro revela Lula como agente duplo na repressão, Anselmo também tem documentos e fotos.

• ‘Cumpanhero’ comunista
Piada no Twitter com o fuzilamento do tio “mulherengo, corrupto e ideologicamente doente” do ditador norte-coreano: Lembra quem?”.

• Surdo-mudo
Lula deve estar pensando em contratar o aloprado intérprete sul-africano, caso os jornalistas perguntem onde anda “Rose” Noronha.

• Te conheço?
Só um par de asnos não manteria distância dos mensaleiros do PT na cadeia. Por isso, em tempo de eleição, Lula e Dilma ignoram o tema.

• O nº 1 do Brasil
Omar Aziz (PSD), do Amazonas, confirma a confiança do eleitorado que o fez campeão de votos em 2010. A pesquisa Ibope/CNI o aponta como o governador mais bem avaliado do País.

• Se a moda pega
Depois do falso intérprete no memorial de Mandela, ontem foi a vez de o presidente François Hollande corrigir seu tradutor, que chamou o programa Ciência sem Fronteiras de “François sem Fronteiras”. “Eu tenho fronteiras sim, meu apreço pelo Brasil é que não tem”, brincou.

• Jogo de cena
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha segue a trilha do choro livre, mas acabará como José Genoino: renunciando para não ser cassado. Quem devia conta da NET, não abre mão de aposentadoria.

• Fome zero
Renan Calheiros recebeu senadores quarta (11), na residência oficial, para uma confraternização, mas não havia nem sanduíches para os motoristas de suas excelências. Esfomeados, foram socorridos pela festa que bombava no vizinho Henrique Alves, presidente da Câmara.

• Estreia
Após três anos no cargo, Dilma foi ontem pela primeira vez à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), ainda assim porque o francês François Hollande estava lá. Acabou ganhando uma medalha.

• Lugar ao sol
Após declarar que a economia cresce “com duas pernas mancas”, o ministro Guido Mantega (Fazenda) teve pronunciamento vetado ontem no encontro da Fiesp com franceses. Como prêmio de consolação, descolou uma cadeira no palco para, pelo menos, aparecer na foto.

• Desafio lançado
Em pé de guerra com o PT, o senador Eunício Oliveira ameaçou em reunião da Executiva Nacional do PMDB, na quarta (11): “Eu quero é ver se o Cid consegue pôr votos do Ceará na convenção do partido”.

• Fim de feira
Até a assessoria de imprensa abandonou o impopular governador Sérgio Cabral (PMDB): após culpar gestões anteriores por nova tragédia, mandou avisar no Twitter que “terá muito trabalho pela frente”.

• Pensando bem…
…quando o Brasil decidir comprar da França, os caças Rafale já estarão obsoletos.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)