O Estado de S. Paulo
Indicações estratégicas no ocaso da elite política que se despede geram restrições
A cada transição de governo, com a chegada
de uma nova elite política ao poder, surgem preocupações sobre a possibilidade
de que a composição de vários órgãos de controle e de representação, como
agência reguladoras, tribunais, comissões de ética, embaixadas etc, reflita
estrategicamente as preferências da “velha” e não da “nova” elite.
A interpretação dominante é a de que a principal motivação do governo que se despede é a autoproteção. É racional supor que, ao nomear pessoas de confiança, a elite que sai estaria assim se protegendo contra potenciais retaliações da elite que entra. Será que a sociedade não poderia extrair algum benefício desse comportamento estratégico no crepúsculo de governos que perdem eleições?